Quem diria, nesta CEI, a Folha do Sul joga na defesa. Tem hora que o sufoco é tão grande que, pelo que parece, fica sem alternativa a não ser dar um chutão lá pro meio do mato.
Haja canela!
TRANSPARÊNCIA, DEMOCRACIA, MUNICIPALISMO
É triste para os itapevenses descobrir após três meses da reeleição do prefeito Luiz Cavani (PSDB) que estavam enganados ao despejar 75% dos votos em seu nome acreditando que representava a melhor opção para se ter uma administração séria, honesta e livre da escória corrupta que infesta a Prefeitura de Itapeva há muito tempo. Triste é saber que essa escória vinha roubando o município havia muito tempo, contando com a tolerância de secretários e aderentes que, mancomunados ou não, silenciaram para não comprometer a reeleição do prefeito, ou, quem sabe, por vergonhosa cumplicidade em flagrante delito de corrupção passiva.
Isso, porém, não é o pior. Pior é a expectativa de que coisas muito maiores e graves podem vir à tona, dentre as quais aquelas que estão sendo apuradas pelo Ministério Público de Itapeva, sobre os recursos arrecadados para a festa de aniversário da cidade em que já se detectou várias irregularidades. Para aproveitar que a porteira escancarou tem vereador prometendo averiguar, também, se não há nada errado na Educação e na Saúde com as compras da merenda escolar, medicamentos e outras aquisições feitas pelo pregão eletrônico, que, já se sabe, é vulnerável à tapeação, haja vista as compras de merenda escolar em São Paulo onde o prejuízo ao erário soma-se a milhões de reais. Essa vontade de apurar ilícitos, entretanto, não é nenhuma devassa, nem caça às bruxas ou revanchismo contra ninguém, é só a vontade de transparência. Aquela transparência na Administração que o prefeito Cavani sempre exaltou nos seus discursos, mas que nunca existiu de fato. Existe, sim, transparência meia-boca, pois o Portal Transparência Municipal que ele prometeu nunca passou de um sitezinho fuleiro devido a forte resistência contrária dele e do Secretário de Finanças, Adelço Bührer.
Pela extensão das denúncias que pesam sobre a badalada gestão Cavani, teme-se pela saúde do secretário Adelço (que é cardiopata), ele vai precisar de um coração forte para agüentar as acusações de improbidade que vão recair sobre sua augusta pessoa.
Na legislatura 2004 o vereador Tarzan (PSDB) usou de esperteza e malandragem no intuito de ganhar a simpatia (e os votos) dos professores e funcionários da Prefeitura quando apresentou o projeto de lei 2197/04, aprovado por unanimidade pela Câmara, alterando o regime jurídico/trabalhista dos servidores municipais. Aprovada em agosto, em pleno período eleitoral, essa lei beneficiou eleitoralmente o Tarzan, que contou com ajuda de seus 18 colegas da “oposição”, que também queriam tirar uma lasquinha da lei.
O professor e advogado Márcio Krischener Figueiredo percebeu a mutreta e entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) no Tribunal de Justiça de São Paulo, que, por unanimidade, julgou a sua ação procedente. Com a anulação da lei municipal, professores e funcionários admitidos pelo processo seletivo de 2002, voltam ao regime da CLT com direito ao FGTS e tudo mais previsto na lei getulista de 1949.
Segundo doutor Márcio, o saldo devedor da Prefeitura com FGTS gira em torno de 6 milhões de reais não são recolhidos desde 2001. Herança maldita que tem as impressões digitais do vereador Tarzan, o inimigo número um de Itapeva. Vade retro.
Li que o secretário da Cultura, Davi Panis Kaseker (PDT), mandou confeccionar impressos de sua Secretaria na Grafisul e que assinou a nota e o recibo de pagamento da Prefeitura! Se isso não é ilegal é no mínimo imoral e o ilustre secretário sempre tomou cuidado em não transgredir a ética profissional. Por isso, acho que deve ser engano, pois o Davisão é filho de uma das famílias mais decentes e honestas que conheço e não iria manchar o nome dessa família por merrecas. Só se o ambiente tipo casa-da-mãe-joana que reina na Prefeitura induziu o alegre mancebo de lídima casta judeu-germânica a cair em tentação. Será que tudo está perdido? O Davi entrou para o “clube”? Estou arrasado.
E-mail: arautospc@hotmail.com
Destino do dinheiro do contribuinte permanece desconhecido, protegido pelo sigilo em várias áreas do governo
Marcelo de Moraes, Estadão
SERVIDOR OU DIRIGENTE DE ÓRGÃO NÃO PODE PARTICIPAR DE LICITAÇÃO/ EXECUÇÃO
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. (ÍNTEGRA DA LEI 8666)
CEI investiga irregularidades em pagamentos feitos pela Prefeitura de Itapeva
A Comissão Especial de Inquérito que investiga se houve irregularidades em pagamentos feitos por secretarias da Prefeitura de Itapeva. A comissão fez a segunda reunião na última quarta-feira. De acordo com o relator da CEI, outros funcionários da Prefeitura podem estar envolvidos no caso.
Na bancada da Câmara, a vereadora Áurea Aparecida Rosa, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, o relator Roberto Comeron e o vice-relator Antônio Carmo discutiram o que foi apurado pela comissão na última semana.
A comissão foi criada para investigar denúncias de irregularidades no pagamento de material gráfico por duas secretarias municipais. O relator da CEI explicou que pode haver envolvimento de outros funcionários da Prefeitura e dos secretários que foram exonerados. Na reunião da quarta-feira, a comissão também decidiu convocar o dono de uma gráfica que fez as denúncias. Ele deve prestar depoimento na próxima reunião marcada para dia 10 de março.
Desde a criação da CEI, os vereadores fizeram um levantamento das notas fiscais de todos os serviços gráficos contratados pela Prefeitura. Para a presidente da comissão, Áurea, será necessário o auxílio de um auditor contábil para ajudar nas investigações. (TV TEM)
Ministério Público em ação
Pelo volume do inquérito, mais de 200 páginas, acredita-se que o Promotor de Justiça da 1ª Vara da Comarca de Itapeva, doutor Hélio Dimas de Almeida Júnior, esteja fazendo um trabalho sério e profundo a fim de apurar possíveis irregularidades na arrecadação de recursos para os 12 dias de festa do aniversário da cidade.
A Promotoria Pública com base em denúncia protocolada em agosto do ano passado, já ouviu alguns suspeitos de desvio dos recursos arrecadados de fornecedores da Prefeitura para festa, inclusive o empresário Macarrone, que empurrou as brasas todas para o Paço Municipal. Pela magnitude da festa sabe-se que o agrado eleitoral do prefeito-candidato, Luiz Cavani (PSDB), demandou recursos vultosos para garantir a presença de duplas famosas do hit parade nacional como Bruno/Marrone, Rick/Renner, Edson/Hudson, Milionário/ Zé Rico entre muitas outras, além do uso de máquinas e mão-de-obra da Prefeitura.
Sabe-se que até empresas paraestatais como a Sabesp foram solicitadas por ofício do prefeito Cavani a contribuir com quantias pré-estabelecidas, neste caso 200 mil reais (ela concordou com 30 mil), estendendo “solicitações” aos fornecedores da Prefeitura, que prontamente atenderam os pedidos do alcaide-candidato. Diz-se à socapa que muitos empresários usaram recursos do caixa-2! Então, Receita Federal neles.
Ninguém duvida que a festa estendida até 30 de setembro, portanto, a cinco dias das eleições municipais, teve caráter de showmício (proibido pela lei eleitoral). Os candidatos concorrentes ao cargo majoritário foram os maiores prejudicados e o eleitorado tapeado pela “esperteza” antidemocrática da campanha do prefeito, que se valeu de uma data histórica para um passa-moleque na oposição, que não podia denunciar para não desagradar o povo. Com esse pretexto “legal” a Prefeitura pôde ajudar a empresa Três Corações a realizar a maior e a mais cara festa de aniversário da cidade que se tem notícia, um grande sucesso com rodeios, músicas, culto evangélico e católico e muita bebida. A Promotoria, certamente, sabe disso e vai apurar se houve ou não abuso de poder e tráfico de influência a fim de arrecadar recursos do comércio e de outros setores. Os ofícios emanados do gabinete do prefeito (GP) e os dos secretários municipais pedindo ajuda financeira para festa, caracterizam os recursos arrecadados como dinheiro público e, portanto, a Prefeitura precisa prestar contas, dizer de onde veio e como foi gasto. É a transparência que se espera de qualquer gestão ética e honesta.
Seria ingenuidade acusar o prefeito Cavani de antiético e de não ter escrúpulo ao se aproveitar do calendário eleitoral para realizar a festa, pois entre políticos se diz que em campanha eleitoral só não vale perder a eleição (mas também não vale tapear).
Justiça-tartaruga e a impunidade
A despeito de o Promotor de Justiça, doutor Hélio, estar empenhado em apurar quais são as fontes que forneceram os recursos para financiar a festança milionária, quem conhece o histórico do Ministério Público de Itapeva aposta que ele logo será substituído, como ocorreu das outras vezes em que a Promotoria começou a perturbar o sossego de políticos acusados de corrupção. Haja vista a CEI do Fundef, em 2005, que apurou o desvio de milhões de reais da Educação, na gestão anterior, cujo relatório foi acatado pelo promotor Elio Dardejan Jr., e mal ele fez a denúncia, foi substituído. Hoje o inquérito deve estar mofando nalguma prateleira de aço da 1ª Vara. Uma lástima.
Como é que os ex-secretários Jé e Denílson conseguiram receber um punhado de notas frias que passou por muita gente? Não é estranho o secretário Adelço pagar as notas para mulher do Jé, sendo ela dona de OUTRA gráfica? Mais outra. Desde fevereiro do ano passado sabia-se na Prefeitura do rolo do Jé em que ele assinara a nota fiscal 7990 dando como recebido um tatame no valor de 4.636,00 da firma L. Takeshi Yamamura-ME, de Registro, e o bendito tatame nunca apareceu.
Por que somente um ano depois o prefeito autorizou o secretário de Assuntos Jurídicos a entrar com Ação Civil Pública contra o secretário infiel? Muita gente sabia dos rolos Jé/Denílson, mesmo assim, os dois foram mantidos na Administração pelo prefeito. Não é de estranhar essa tolerância mal-explicada do prefeito Cavani? Aí tem.
COMÉRCIO TEME QUE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA LEVE A INFLAÇÃO FORÇADA |
Autor(es): Cintia Esteves |
Gazeta Mercantil - 19/02/2009 |
- A entrada de novos produtos no regime de substituição tributária está deixando o varejo paulista preocupado. Para empresário do setor, o ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias) pago antecipadamente pelo fabricante, considerando-se o preço pelo qual o produto será vendido ao consumidor final, pode provocar uma "inflação forçada" no comércio. Eles afirmam que a margem de valor agregado (MVA) imposta para alguns produtos não é justa e, além de provocar aumento de preços, pode fazer com que o varejo perca clientes importantes, como aqueles que compram em grandes quantidades. Este é o caso do varejo de construção. Jorge Gonçalves Filho, diretor-geral da C&C, maior rede de lojas do setor no País, afirma que as MVA’s estipuladas pelo governo deixam os produtos mais caros o que deve acarretar na perda de clientes estratégicos. MAIS |
CARGA TRIBUTÁRIA RECORDE VAI A 36,54% DO PIB |
Autor(es): GITÂNIO FORTES |
Folha de S. Paulo - 19/02/2009 |
Estudo de instituto mostra crescimento desde o primeiro mandato de Lula; alta em 2008 é de um ponto percentual Com 36,54%, um ponto acima de 2007, a carga tributária em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) bateu novo recorde no ano passado. Estudo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) usou como referência a arrecadação de R$ 1,056 trilhão para um PIB estimado em R$ 2,890 trilhões. O aumento de um ponto percentual ficou dividido em 0,52 ponto para os tributos federais, 0,35 para os estaduais e 0,13 para os municipais. MAIS |
Arnaldo Jabor, |
O Globo - 17/02/2009 |
Frigoríficos suspendem abates no Centro-Oeste |
Autor(es): Fabiana Batista |
Gazeta Mercantil - 17/02/2009 |
- Considerados no agronegócio os mais afetados pela crise, os frigoríficos apresentam indicadores preocupantes. No Centro-Oeste, região que recebeu nos últimos anos o maior volume de investimentos, quase 30% dos frigoríficos com inspeção federal foram desativados, grande parte entre o segundo semestre de 2008 e o início de 2009. A notícia ruim atinge também Tocantins, onde três das dez indústrias estão fechadas. "Os preços pagos pela carne caíram muito e as margens foram achatadas. Por isso, em alguns estados não compensa continuar abatendo", diz Mário Macedo, do frigorífico Mercosul, que suspendeu o abate em duas unidades no fim do ano, uma delas em Naviraí (MS). Desde novembro, o quilo da carne caiu 12% no mercado interno e cerca de 45% em alguns mercados externos, como a Rússia. MAIS |
As vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus na primeira quinzena de fevereiro passaram de 103 mil unidades. ´´É o segundo maior volume nesse período desde 2002, quando começou a compilação quinzenal de licenciamentos - só ficou atrás de 2008, com 107 mil unidades.
Os números já animam a cadeia automotiva, que, a partir dos números mais positivos, tende a diminuir os volumes de demissões e férias coletivas.
Aqui."Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder."
"Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;..."
PMDB discute punição a Jarbas |
Autor(es): Fabíola Salvador, Rosa Costa e Denise Madueño |
O Estado de S. Paulo - 16/02/2009 |
A cúpula do PMDB vai se reunir hoje e avaliar se pune ou não Jarbas Vasconcelos (PE) pelas declarações do senador à revista Veja desta semana. Ele declarou que o PMDB é “um partido sem bandeiras, sem proposta, sem norte”, no qual boa parte dos filiados “quer mesmo é corrupção”. MAIS |
Autor(es): Ricardo Brandt |
O Estado de S. Paulo - 16/02/2009 |
Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) em tramitação na Câmara dos Deputados quer tornar os Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos municípios menos vulneráveis às pressões políticas. De autoria da deputada Alice Portugal (PC do B-BA), a PEC 75, apresentada em junho de 2007, aumenta a participação de servidores de carreira dos órgãos de fiscalização na composição dos plenários, limita o mandato de ministros e conselheiros a três anos - hoje eles permanecem no cargo até a aposentadoria - e cria auditorias externas. Alice afirma que a PEC "é uma forma de evitar a manipulação política dos tribunais". Pelo menos outras 15 PECs alterando a estrutura dos Tribunais de Contas ou extinguindo-os foram apresentadas desde 1999. Uma delas é da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), ex-prefeita de São Paulo, que teve suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). "Sou favorável ao controle externo, mas a imensa maioria dos tribunais reproduz privilégios, mantém relação de promiscuidade com as Câmaras e prefeituras e não é controlada por ninguém." Para ela, é comum casos de nepotismo e de tentativas de interferência de poder nas Câmaras. "Quando assumi a prefeitura, o tribunal me mandou uma lista de reivindicações, entre elas aumentar em 300 os cargos do órgão", lembra. Durante seu governo, uma Comissão Especial de Inquérito apurou irregularidades no TCM. O grupo recomendou o fim do tribunal, mas a proposta foi engavetada. O diretor-geral do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Sérgio Rossi, afirmou que a medida traria prejuízos. "Seria arrancar da sociedade o braço principal da fiscalização dos gastos públicos", defende. Especialista em contas públicas, Amir Khair defende mecanismos que impeçam interferências políticas. "Acho que tem que ter o controle externo sim, mas é um órgão que precisa ser aperfeiçoado." |
Para professor da FGV, diminuição no número de funcionários de confiança faz parte da "grande reforma política que o país precisa"
Cláudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil, diz que vagas são utilizadas pelos Executivos para fazer trocas com os Legislativos
DA REPORTAGEM LOCAL, FOLHA DE SP
Acabar com os cargos de confiança não é a solução. O problema é que, no Brasil, não há transparência na divulgação de quem ocupa esses postos, o número é exagerado e faltam critérios de competência para o preenchimento. A opinião é de especialistas em setor público.
--O problema não é ter cargo de comissão. Mas o número exagerado, principalmente nos Estados e municípios. No nível federal também é alto, se compararmos com outros países, diz Fernando Abrucio, da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
--Você ter formas de exigir competência nesses cargos e diminuí-los é a grande reforma política que o país precisa. Como diria um velho político dos anos 60, nomear e demitir ainda é uma das grandes essências do poder, afirma.
O professor da FGV diz que, quando os cargos comissionados são destinados a servidores públicos, eles atuam mais como uma forma de aumentar os salários. Para Abrucio, um número restrito de comissionados de fora do setor público traz novas ideias para a administração. Mas, quando não há um controle, abre-se espaço para preenchimento indevido.
"Joio do trigo"
Vania Pacheco, que coordena as pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre os municípios, diz que há um crescimento no nível de escolaridade dos funcionários municipais, o que é uma boa notícia. Afirma, no entanto, que é preciso "separar o joio do trigo" no caso dos comissionados, já que eles são contratados de forma direta. "O efeito pode ser positivo ou negativo. Depende de quem é contratado", afirma, lembrando que muitas mudanças afetam a "memória administrativa" das gestões locais.
Segundo pesquisa da UnB (Universidade de Brasília), 50,3% dos brasileiros contratariam parentes se fossem servidores públicos (entre os servidores públicos, o número é de 32,1%). Do total de funcionários públicos entrevistados, 8,5% disseram ter obtido o cargo por meio da indicação de um parente; 16,2%, por meio de contatos políticos; 12,1%, por indicação de amigos, e 44,3%, por concurso público.
Para o professor José Matias-Pereira, do programa de pós-graduação em administração da UnB, "interesses privados, políticos e partidários comumente se sobrepõem ao interesse público".
Pereira diz que, com exceção dos agentes políticos (ministros, secretários estaduais e municipais e dirigentes de empresas estatais), os demais cargos de confiança geram distorções no funcionamento da administração pública.
O diretor da Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, diz que mesmo os cargos de confiança para servidores são problemáticos, porque o "funcionário tem que se aproximar dos interesses do partido se quiser ser nomeado".
Ele também afirma que um número muito grande de cargos de confiança é usado pelos Executivos para fazer trocas com os Legislativos. Lembrando diferenças de leis com relação aos cargos públicos, explica que o governo federal dos Estados Unidos tem 9.051 cargos de confiança, enquanto na Alemanha e França são aproximadamente 500.
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DA REDAÇÃO, FOLHA SP
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DICA DO VICO:
O MELHOR CAMINHO
Xico Graziano, publicado no Estadão em 10.02.2009
A erosão das terras agrícolas configura uma verdadeira tragédia ecológica. O solo, patrimônio da Humanidade, se esvai na força das chuvaradas. Muitos culpam o agricultor pelo fenômeno. As estradas, porém, representam um grande vilão.
Agrônomos conservacionistas estimam que até 50% da perda de solos em certas regiões paulistas são provocadas pela água canalizada no leito das estradas rurais. Quem já trafegou pelos campos, naqueles caminhos esburacados e bem empoeirados, entende fácil a razão.
Basta se lembrar dos elevados murunduns que cerceiam a via nas suas beiradas. Eles delineiam o trajeto como se definissem um rio seco. Quando chegam as torrenciais chuvas, essas altas laterais impedem que as enxurradas d’água se dispersem, canalizando-as sempre rumo à descida. Aqui mora o terrível problema.
Quando naquele lugar surgiu a estrada, os veículos certamente passavam no mesmo nível da paisagem. Inexistiam os barrancos. A cada chuva, entretanto, forma-se um barreiro danado.
Vem a máquina da prefeitura e aplaina o chão, retirando a terra solta. Passam os anos. O leito carroçável vai devagar se aprofundando, encaixando-se no terreno. A motoniveladora apenas penteia a estrada.
Um erro técnico básico se comete nesse processo de mecanização. Geralmente não se constroem saídas para esvair a água da chuva. Resultado: impedidas de escorrer pelo terreno, as enxurradas se canalizam dentro da estrada, avolumando-se e se tornando violentas. Quando encontram, finalmente, um sangradouro, elas descem a ribanceira destruindo o solo e derrubando o que encontram pela frente. Enormes voçorocas fendem os campos, como se cicatrizes exibissem a natureza vilipendiada.
O mal se corta pela raiz. As idéias conservacionistas, com ênfase na estrada rural, inspiraram os agrônomos da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp) a desenvolverem, em 1997, um excelente programa, chamado “Melhor Caminho”. Sucesso total.
O programa engloba um conjunto de técnicas de mecanização agrícola, com o objetivo de impedir que as estradas favoreçam a formação das enxurradas. Começa por arrebentar os barrancos laterais, abrindo as portas para a saída da água de chuva. Canaletas se implantam para facilitar o escoamento. E na saída desses “bigodes”, como os apelidam o agricultor, constroem-se, afundados no terreno, grandes buracos que funcionam como caixas d’água, capazes de reter a enxurrada.
Dois efeitos fantásticos se conseguem com a técnica: primeiro, cessa o estrago causado pelas águas pluviais, seja na própria estrada, seja nos terrenos erodidos onde se esgotam. Segundo, a água retida nas caixas laterais se infiltra vagarosamente no solo, alimentando o lençol freático. As nascentes agradecem.
O Programa Melhor Caminho, administrado pela Secretaria Estadual da Agricultura, já consertou, em 11 anos, 6 mil quilômetros de vias secundárias em quase todos os municípios paulistas. Milhares de agricultores presenciaram os enormes tratores da CODASP realizarem autênticos milagres nas estradas de chão, substituindo acessos quase intransitáveis por modernas estradas. Sem asfalto, mas com boa tecnologia, perenizadas.
Agricultor acredita em São Tomé, ver para crer. No início dos trabalhos, se assustam. Mas depois alardeiam a mudança verificada antes e depois do Melhor Caminho. O testemunho é dado por quem sofre há décadas, esquecidos, acostumados a esperar dias até limpar o sol, para desencalhar seus veículos atolados naqueles terríveis lodaçais. Na vizinhança, cercas novas substituem o velho arame farpado, embelezando a paisagem. Melhora o transporte, valoriza a agricultura, protege o meio ambiente.
O impacto positivo do Melhor Caminho se revelou recentemente nos bairros Palmitalzinho e Palmeirinha, localizados na divisa entre os municípios de Regente Feijó e Inhumas, lá na região de Presidente Prudente. Um grupo de 120 pequenos produtores rurais acaba de ser contemplado com as obras inauguradas na cabeceira do Rio Santo Anastácio, beneficiando 30,1 km de vias de terra, até então totalmente deterioradas.
Os técnicos da Codasp estimam, neste projeto recém executado, que a infiltração de água, graças à sua contenção nas caixas laterais da estrada, permitirá elevar a vazão daquele manancial em 28,5 l/s, quantidade capaz de oferecer água sobressalente para 12500 pessoas. O Rio Santo Anastácio começa a reviver. Fantástico.
Na seqüência dos trabalhos de mecanização agrícola, as Secretarias estaduais de meio ambiente e da agricultura, junto com as prefeituras locais, UNESP de Presidente Prudente e DAEE, começaram a promover a recuperação das matas ciliares daquela microbacia hidrográfica. Milhares de mudas nativas serão plantadas às margens dos riachos e das nascentes, auxiliando a regeneração natural do ecossistema.
Nenhuma ação se configura mais necessária, hoje, no interior de São Paulo, que recuperar a vegetação surrupiada equivocadamente no passado, especialmente aquela que margeia os mananciais. Sem o colchão protetor formado pela vegetação ciliar, a erosão dos solos desaba diretamente nos corpos d’água, assoreando-os. Córregos onde no passado os agricultores se deliciavam na pesca dos lambaris e piavas, desgraçadamente hoje são atravessados à pé, com água na canela. Fora a poluição.
O Melhor Caminho provoca uma pequena revolução na roça. Crianças deixam de perder aula na época das chuvas. Agricultores escoam sua safra sem medo do atoleiro. Prefeituras economizam na manutenção das estradas. Mananciais param de sofrer com o assoreamento. Enchentes desaparecem.
Fim da erosão. Início da agricultura sustentável.
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Realmente, as estradas feitas pelo programa Melhor Caminho são de tirar o chapéu. Uma beleza. Quem quiser conhecer é só andar um 4 ou 5 km, até o Portão Preto, na estrada que liga o Miguelzinho ao bairros Barra, Pintos etc, que foi feita no final de 2004.
Pena que a Prefeitura de Itapeva não tenha, digamos assim, entendido o princípio da coisa. Os meninos lá da garagem continuaram raspando a estrada, como sempre fizeram, até que, em muitos pontos, a estrada rebaixada (pelas raspagens) não mais permite que a enxurrada alcance o nível e saia para as bacias laterais.
Meu Deus, eles, parece, não entenderam a nova tecnologia e continuam raspando, raspando (e rebaixando a estrada) onde deveriam, se necessário, colocar terra, para que não ocorresse desnível entre o leito da estrada e as bacias laterais que captam a água.
Uma barbaridade sem tamanho: a Prefeitura está neutralizando as bacias captadoras feitas pela CODASP. Resultado desastroso: a enxurrada está voltando a correr pelo meio da estrada!
Os engenheiros Cavani, Xixo e Cassiano bem que deveriam dar umas dicas lá pra turma da garagem, não é mesmo? Acho que eles não entenderam...
Marcadores: Autor Xico Graziano
Lula fere lei ao antecipar campanha, diz FHC |
Autor(es): Felipe Werneck |
O Estado de S. Paulo - 12/02/2009 |
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem no Rio que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "está em campanha" e repetiu quatro vezes, em dez minutos de entrevista, que "a lei não permite" isso. "Nós (do PSDB) estamos seguindo a lei. Talvez, se o presidente Lula continuar forçando antecipar a eleição, vamos ter de pedir autorização ao Tribunal (Superior Eleitoral). Porque não pode, simplesmente não é o momento de lançar." MAIS |
VAI UM SANTINHO ELEITORAL AÍ? | |||||
Autor(es): Leandro Colon e Flávia Foreque | |||||
Correio Braziliense - 12/02/2009 | |||||
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Autor(es): Luciano Pires | ||||
Correio Braziliense - 11/02/2009 | ||||
Iniciado no ano passado, o projeto tem como objetivo principal incorporar à rotina da administração padrões considerados mais eficientes e modernos — à exemplo do que já é feito pela iniciativa privada —, de modo a oferecer serviços de qualidade a custos menores. “É possível fazer mais com menos”, resumiu o empresário Jorge Gerdau, fundador do MBC. A entidade foi criada em 2001 para estimular o desenvolvimento social e tem como missão viabilizar projetos que visam aumentar a competitividade das organizações. MAIS |
Autor(es): : Solon Lemos Pinto |
Gazeta Mercantil - 11/02/2009 |
(...) Com o fortalecimento da democracia, os cidadãos exigem, cada vez mais, transparência, eficiência da máquina pública, participação nas decisões e contato mais próximo com a administração. Querem influir no orçamento, apresentar suas demandas e receber respostas a elas, saber o que está sendo feito, quanto está sendo gasto; enfim, querem mais cidadania. A tecnologia pode ser uma importante aliada dos governantes para atender a essas novas exigências. A difusão das tecnologias - com destaque para computadores pessoais com acesso à internet, celulares, redes sem fio - pelas diversas camadas da sociedade brasileira proporciona uma popularização irreversível das chamadas aplicações de relacionamento eletrônico, especialmente entre os mais jovens. As redes sem fio passaram a ser viáveis e permitem o atendimento às localidades remotas e pontos isolados com flexibilidade e custo relativamente baixo. Colocam-se, assim, novas oportunidades para os governos municipais que se iniciam. É hora de: rever o portal da prefeitura na internet, cuidando de redirecionar os esforços para a oferta de serviços eletrônicos aos cidadãos, com foco em saúde, como em campanhas preventivas, educação, com inovações para professores e alunos, e segurança, como câmeras de monitoramento de locais públicos; criar espaços virtuais interativos de participação da comunidade, para melhorar a qualidade da decisão sobre os gastos públicos e priorização de ações; dar transparência e mostrar as realizações de governo, pela divulgação da efetiva execução do orçamento - viagens, obras, serviços de terceiros, repasses a entidades assistenciais. Hoje, blogs, wikis, portais de relacionamento e os diversos tipos de redes sociais estão disseminados. Por que não serem ferramentas usadas pelos governos para interagir com os cidadãos? É também hora de fazer maior uso da telefonia para melhorar a efetividade dos serviços sociais, de arrecadação de tributos ou de campanhas como vacinação ou matrículas em escolas públicas, entre outros. É o momento de estimular o uso dessas tecnologias, pela oferta de serviços de conexão sem fio à internet nas comunidades onde os agentes de mercado não atuam ou nas quais haja a necessidade de estimular algum setor econômico estratégico. Isso pode ainda proporcionar a redução de despesas com contas telefônicas e levar serviços de telefonia e transmissão de dados de qualidade a locais não atendidos. A construção de "cidades digitais", que promovam amplo acesso da população à internet e o uso da tecnologia para a oferta de serviços públicos e interação com os cidadãos, é aspecto importante de gestão. Com isso, abre-se o caminho para a governança participativa, onde a prestação de informações sobre as realizações e a interação para a melhoria da qualidade das decisões são fundamentais. A crise financeira internacional já se reflete no Brasil e obriga os governos a serem mais sensíveis ao aumento do desemprego e, portanto, de demandas nos serviços sociais. As ferramentas tecnológicas de relacionamento com a sociedade podem ser um valioso aliado dos governantes. Os governos têm a chance de mudar sua postura e se tornarem mais empáticos às necessidades dos cidadãos, melhorarem a qualidade dos serviços oferecidos à população e a satisfação da sociedade com o que fazem. ÍNTEGRA |
Eduardo Knapp/Folha Imagem![]() |
Na sessão de segunda-feira, 09, foi definida a composição da Comissão Especial de Inquérito - CEI criada para apurar possíveis irregularidades nos serviços gráficos no ano de 2008. A Comissão foi instalada após uma denúncia apresentada na Câmara, envolvendo esse tipo de prestação de serviço.
Inicialmente as Lideranças Partidárias se reuniram para viabilizar um acordo, e não havendo consenso, foi realizada a eleição através de voto nominal, ficando assim constituída: presidente - Áurea Aparecida Rosa (PTB); relator, Roberto Comeron (DEM) e membro, Marmo Fogaça (PSDB).
A Comissão promove sua primeira reunião nesta quarta-feira, às 9h00, no Plenário, ocasião em que serão definidos o cronograma de trabalho, bem como o encaminhamento de documentos à Municipalidade solicitando cópias de diversos empenhos referentes aos serviços gráficos efetuados no ano passado. Todas as reuniões da CEI são abertas ao público em geral. (SITE DA CÂMARA)