sexta-feira, fevereiro 20, 2009

COLUNA DO SPC, NO ITA NEWS DE HOJE

Cutucando


Ministério Público em ação


Pelo volume do inquérito, mais de 200 páginas, acredita-se que o Promotor de Justiça da 1ª Vara da Comarca de Itapeva, doutor Hélio Dimas de Almeida Júnior, esteja fazendo um trabalho sério e profundo a fim de apurar possíveis irregularidades na arrecadação de recursos para os 12 dias de festa do aniversário da cidade.


A Promotoria Pública com base em denúncia protocolada em agosto do ano passado, já ouviu alguns suspeitos de desvio dos recursos arrecadados de fornecedores da Prefeitura para festa, inclusive o empresário Macarrone, que empurrou as brasas todas para o Paço Municipal. Pela magnitude da festa sabe-se que o agrado eleitoral do prefeito-candidato, Luiz Cavani (PSDB), demandou recursos vultosos para garantir a presença de duplas famosas do hit parade nacional como Bruno/Marrone, Rick/Renner, Edson/Hudson, Milionário/ Zé Rico entre muitas outras, além do uso de máquinas e mão-de-obra da Prefeitura.


Sabe-se que até empresas paraestatais como a Sabesp foram solicitadas por ofício do prefeito Cavani a contribuir com quantias pré-estabelecidas, neste caso 200 mil reais (ela concordou com 30 mil), estendendo “solicitações” aos fornecedores da Prefeitura, que prontamente atenderam os pedidos do alcaide-candidato. Diz-se à socapa que muitos empresários usaram recursos do caixa-2! Então, Receita Federal neles.


Ninguém duvida que a festa estendida até 30 de setembro, portanto, a cinco dias das eleições municipais, teve caráter de showmício (proibido pela lei eleitoral). Os candidatos concorrentes ao cargo majoritário foram os maiores prejudicados e o eleitorado tapeado pela “esperteza” antidemocrática da campanha do prefeito, que se valeu de uma data histórica para um passa-moleque na oposição, que não podia denunciar para não desagradar o povo. Com esse pretexto “legal” a Prefeitura pôde ajudar a empresa Três Corações a realizar a maior e a mais cara festa de aniversário da cidade que se tem notícia, um grande sucesso com rodeios, músicas, culto evangélico e católico e muita bebida. A Promotoria, certamente, sabe disso e vai apurar se houve ou não abuso de poder e tráfico de influência a fim de arrecadar recursos do comércio e de outros setores. Os ofícios emanados do gabinete do prefeito (GP) e os dos secretários municipais pedindo ajuda financeira para festa, caracterizam os recursos arrecadados como dinheiro público e, portanto, a Prefeitura precisa prestar contas, dizer de onde veio e como foi gasto. É a transparência que se espera de qualquer gestão ética e honesta.


Seria ingenuidade acusar o prefeito Cavani de antiético e de não ter escrúpulo ao se aproveitar do calendário eleitoral para realizar a festa, pois entre políticos se diz que em campanha eleitoral só não vale perder a eleição (mas também não vale tapear).


Justiça-tartaruga e a impunidade


A despeito de o Promotor de Justiça, doutor Hélio, estar empenhado em apurar quais são as fontes que forneceram os recursos para financiar a festança milionária, quem conhece o histórico do Ministério Público de Itapeva aposta que ele logo será substituído, como ocorreu das outras vezes em que a Promotoria começou a perturbar o sossego de políticos acusados de corrupção. Haja vista a CEI do Fundef, em 2005, que apurou o desvio de milhões de reais da Educação, na gestão anterior, cujo relatório foi acatado pelo promotor Elio Dardejan Jr., e mal ele fez a denúncia, foi substituído. Hoje o inquérito deve estar mofando nalguma prateleira de aço da 1ª Vara. Uma lástima.


A força dos magrinhos


Como é que os ex-secretários Jé e Denílson conseguiram receber um punhado de notas frias que passou por muita gente? Não é estranho o secretário Adelço pagar as notas para mulher do Jé, sendo ela dona de OUTRA gráfica? Mais outra. Desde fevereiro do ano passado sabia-se na Prefeitura do rolo do Jé em que ele assinara a nota fiscal 7990 dando como recebido um tatame no valor de 4.636,00 da firma L. Takeshi Yamamura-ME, de Registro, e o bendito tatame nunca apareceu.

Por que somente um ano depois o prefeito autorizou o secretário de Assuntos Jurídicos a entrar com Ação Civil Pública contra o secretário infiel? Muita gente sabia dos rolos Jé/Denílson, mesmo assim, os dois foram mantidos na Administração pelo prefeito. Não é de estranhar essa tolerância mal-explicada do prefeito Cavani? Aí tem.

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