quinta-feira, junho 28, 2012

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA 

Está chegando a hora

Com a homologação, neste fim de mês, das candidaturas a prefeito e vereadores para as próximas eleições, abrem-se as discussões para as coligações partidárias. É aí que a porca torce o rabo; muitos vereadores e virtuais candidatos vão descobrir a burrada de apoiar qualquer chapa, pois correm o risco de não se elegerem pelo voto de legenda. O partido do prefeito já conta com aliados de sobra, todo mundo quer participar do grupo que vai ganhar as eleições, tendo por certo que o candidato do PSDB, apoiado pelo prefeito Cavani, não vai ter adversário à altura, pelo menos, com condições de competir com a máquina da Prefeitura e a coligação de bajuladores.

Tudo leva a crer que o PMDB (o partido mais fisiológico do país) vai lançar o radialista Roberto Comeron para “disputar” com Paulo de La Rua, candidato do Tarzan/Cavani. É um teatrinho para os funcionários da prefeitura, nada mais que isso, pois o simpático ex-FM Cristal não tem grana para bancar a campanha, está desempregado, perdeu o mandato e partir de julho tem de se afastar da rádio onde trabalha, só restando o salário que, dizem, ganha do deputado Guilherme Mussi. Os seus correligionários, porém, afirmam que sua campanha será bancada por aliados, que Paulo Scaff já garantiu que entra com o papel pra santinho, mas quem entra com a grana? O Monterão? Duvido. Ele só entra com o entusiasmo. Juninho da Bauma? Hummmm, sei não, pode ser, grana pra isso ele tem de sobra... Mas aí vem a velha questão, ninguém financia campanha pela cor dos olhos do candidato, vai querer receber depois com juros e correção. Mas no caso do Robertão, quem aposta em prefeito-futuro? E sabe-se que só charme e sorriso não ganha eleição, precisa pagar a gasolina dos vereadores. 

Não tenho nada contra o Roberto Comeron, até acho-o um cara simpático, bom de microfone, até bem-intencionado, apenas faço o papel de advogado do diabo, que é de meu ofício jornalístico já faz 50 aninhos. Dói criticar amigos, mas fazer o que?

E o Mazen Haidar? Depois que os aliados do Tarzan/Paulinho tiveram certeza de que o Mazen seria candidato pra valer, que era o único com grana para bancar a própria campanha e que não comia na mão do prefeito, caíram de pau em cima dos partidos que diziam apoiá-lo e, assustados, um a um os partidos foram pulando fora. Diante disso, ele só tem chance se os eleitores decidirem votar no candidato, sem considerar partidos e coligações, mas isso é um sonho de verão. Entretanto, como política não é ciência nem matemática, é arte, tudo pode acontecer, existem precedentes.

Falta o Mazen/esposa correr bairros e sítios, amassar barro e macega, pedindo votos, olho no olho, quem sabe se o olhar do casal não tem magnetismo político?

Pelo andar da carruagem, Paulinho e Rossi logo podem encomendar os ternos de posse, sugiro o alfaiate Pontes, ele é bom na tesoura e cobra barato.

                   Tenente Aranha, socorro

Depois de conseguirem silenciar a Praça de Eventos, a Polícia Militar e a Guarda Municipal precisam sair às ruas para flagrar carros que infringem a Lei do Silêncio e o bom-senso, trafegando pelas ruas durante o dia e até madrugada com o som ligado ao máximo, de tremer vidraças e disparar alarmes de carros. A maioria dos carros, agora, só trafega com som de percussão ligado, virou moda, mas só meia dúzia de imbecis ultrapassa os limites, sente prazer em perturbar o sossego público às três horas da madrugada, inclusive, prejudicando pessoas doentes. Eles não respeitam nada.

Se a PM e GM, responsáveis pelo sossego público e o cumprimento da lei, multar/recolher três ou quatro desses vândalos sociais, os demais vão se cuidar.

Os policiais já devem ter perdido o medo de interpelar esses baderneiros que usam caminhonetes e picapes para poder instalar som de volume irracional. São esses caras que infringem a lei, impunemente, a polícia deixa rolar, fica só olhando. Mas o tenente Aranha não tem medo deles, seja rico ou seja pobre. Socorro, tenente.

***

quinta-feira, junho 21, 2012

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

               Quando o estômago fala mais alto
 
            Faz tempo que Itapeva vive a deus-dará, abandonada pela maioria de seus vereadores que passa o mandato todo só pensando na reeleição, sem se preocupar com os problemas para resolver no município, deixando tudo para o prefeito e secretários. Isso porque a maioria dos vereadores é medíocre, sem preparo para o cargo e, o que é pior, sem vontade de trabalhar. O que o vereador itapevense gosta mesmo é de conceder títulos honoríficos; dar nome de ruas, criar dia de evangélico (pois só os evangélicos têm pastores cabos-eleitorais), bajular o prefeito nas oito sessões mensais e, às vezes, fazer teatrinho de indignação na tribuna para agradar a plateia.
            Os presidentes de partido, aqui, não perdem muito para os vereadores na falta de vocação política e outras carências, a maioria é ostensivamente fisiológica, para quem não sabe o que é isso, fisiológico é o político que só quer levar vantagem em tudo, é semvergonha e venal, vende a alma pro Diabo por merrecas, uma tristeza. Há exceções, claro, quem não se considerar aproveitador, que não está querendo uma boquinha no serviço público, faz política por vocação e amor à terra em que nasceu, sinta-se excluído. Em Itapeva impera a política do “bundamolismo”, criei o neologismo para não dizer que a maioria de nossos políticos é bunda-mole, não enfrenta situações de risco, não faz oposição ao prefeito (qualquer prefeito), é aderente e inconsequente. Por isso o prefeito Cavani não teve dificuldades para atrair a maioria dos partidos, qualquer outro prefeito por mais medíocre conseguiria da mesma forma. Quem conhece o prefeito sabe que ele não é líder político coisa nenhuma, só faz gênero empinando o nariz, ele tem se saído bem porque na terra de cegos quem tem um olho é rei.
O resultado dessa carência de caráter e de personalidade de nossa classe política é que, praticamente, vamos ter candidato único para prefeito, oposição à míngua de apoio político corre o risco de apenas ser figurante, não participante, pois a máquina municipal está azeitada para passar por cima de quem ousar desafiar o prefeito, que já está de caneta em punho. Não há oposição pelas razões já expostas e que é lamentável neste estágio de nossa evolução político-institucional. É a síndrome lulopetista de avacalhar com a política e os políticos, haja vista o que está acontecendo na Capital, lula de braços dados com Maluf, o seu maior desafeto.
            Por isso, em Itapeva a política virou politicalha: manda quem tem poder e obedece quem é semvergonha. 

          Concurso público municipal

            No Fantástico de domingo passado assisti parte da reportagem sobre fraudes em concursos públicos municipais no nordeste do País. Talvez seja uma novidade lá nordeste, porque aqui na terra de Furquim Pedroso isso é mais velho que andar pra frente. Muitos funcionários da Prefeitura e da Câmara Municipal, locais, sabem do que estou falando e, por favor, não me peçam para dizer nomes, pois não vou dizer, alguns e algumas são pessoas amigas. A propósito, em Itapeva temos um vereador baixinho, coradinho, futuro pastor evangélico, que é catedrático em concurso público municipal, acredito até que pode ter sido ele quem cedeu as apostilas para os irmãos nordestinos. Tem professoras e funcionários que votam nele vitaliciamente; quando se elegeu vereador ele era mocinho, agora já é avô e continua lá, não larga do osso. Danadinho.

***

quinta-feira, junho 14, 2012

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Prefeito tartaruga

            Se o prefeito Cavani (PSDB) fosse ligeiro para tocar obras da Prefeitura como é ligeiro para meter o nariz onde não é chamado, a fim de bagunçar candidaturas que não gozam de sua preferência e simpatia, Itapeva estaria uma maravilha. Mesmo assim, ele vai deixar o cargo com fama de tocador de obras, porque priorizou aquelas que “aparecem” mais, como asfaltamento e revisão de ruas e avenidas, o Pilão D´Água e outras maquiagens. Mas se avaliado ante as condições políticas favoráveis, durante a sua primeira gestão, em que ele estava de braços dados com o governo federal e na segunda com o governo estadual, ambos pródigos em fazer concessões aos municípios, vemos que Itapeva avançou muito pouco, podia ter conseguido mais se houvesse vontade política e um trabalho sério, direcionado para trazer benefícios para a cidade.

            Claro que não estamos fazendo um balanço da gestão do nosso ditador de proveta, porque isso demandaria sair por aí catalogando obras, tempo e custos, e não temos disposição para isso, entre outros motivos, porque ninguém está interessado e, sobretudo, porque a bajulação ao prefeito tomou conta dos corações itapevenses, principalmente, dos vereadores e da imprensa. Todo mundo quer puxar o saco dele.

            Passando pelas ruas dá pra ver obras se arrastando no tempo: a tal cozinha comunitária, aquela grudada com o Mercado do Produtor, faz uns três anos que começou e ainda falta acabamento, obra que qualquer construtor de meia-tigela faria em dois meses; o Mirante Debret (o elefante branco do Davi) já fez mais de um aniversário, mas como se trata de obra muito importante, talvez fique pronta até o fim do ano; o decantado Teatro Municipal, cuja inauguração era para ser no fim da atual gestão, acabou, até a placa foi arrancada. Há um ano informaram que o projeto do teatro estava em licitação, vai ver que o prefeito está aguardando a empresa que construiu o prédio da Câmara desocupar-se de outras obras para construir o teatro; mas a maior vergonha e pouco caso é a reforma da Casa de Cultura Cícero Marques. A obra está abandonada, estive lá e vi uma rapaziada trabalhando, sem saber trabalhar, já tinham arrancado o forro, mexido no telhado e soalho, fizeram uma bagunça danada na casa para dizer que haviam iniciado a reforma. Por que o secretário da Cultura, Davi Panis, não reclama? Antes ele era tão zeloso da Casa, que se implicou até com o ponto de ônibus ao lado, queria que tirassem dali porque desfigurava o patrimônio histórico: Ah, ah, ah. Agora relaxou. Será que ele não perdeu o medo do prefeito? A maioria dos secretários já.

            Se me der vontade, ou algum secretário me ajudar, volto ao assunto. Help Xixo.

                                               Vereadores desempregados

            O vereador Roberto Comeron (DEM/PMDB) já perdeu a boquinha na Câmara, a justiça eleitoral cassou seu mandato por infidelidade partidária. Tem mais quatro na boca para se juntar a ele: Paulinho, Áurea, Margarido e Ney Babão. Mas todos podem retornar ao emprego na Câmara, pois não estão inelegíveis, nossa justiça é uma mãe. Fica para o leitor fazer a “faxina”, por isso, se ele gosta de Itapeva não deve votar nos mesmos de sempre, tem vereador na Câmara que entrou jovem, já é avô e ainda está lá. O culpado não é o vereador, ele quer garantir sua mamata, culpado é o eleitor que vota sempre nos mesmos, a maioria não se interessa por política, que é o que mais influi em sua vida social e familiar, a maioria está interessada em futebol, novelas e religião. Os políticos festejam, continuem assim bando de idiotas, dizem às escondidas.

            Como estou sem assunto, fico por aqui. Boas festas juninas a todos.

***

quinta-feira, junho 07, 2012

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Prefeito Cavani e sua “caneta mágica”
            Faltam poucos meses para o prefeito Cavani (PSDB) deixar a Prefeitura e aposentar sua caneta de fazer amigos, o que nos leva a perguntar se os amigos de hoje continuarão amigos, ou se vão “lavar as mãos” caso o ex-prefeito precise deles no futuro? Tudo leva a crer que ele vai precisar, pois, pela folha-corrida de sua gestão, muita coisa suspeita foi encoberta pela Câmara, onde o prefeito tem dez “amigos” fieis. E tudo o que devia ser fiscalizado pelos vereadores passou batido: licitações com a participação de empresas suspeitas, aditivos contratuais acima dos 25%, cronograma de obras, as FAIs etc. E, para completar, a nossa imprensa não tem por norma de trabalho ir atrás de denúncias de ilícitos da Administração, tem medo de processo judicial como o Diabo da cruz, então, só cobra do prefeito serviços públicos, sem se preocupar como são gastos os milhões de reais que entram nos cofres municipais, todo mês. Faltam aos nossos semanários recursos e profissional disposto a encarar essa tarefa. Por isso, tem gente com saudade de Carlos Brugnaro (lembram-se dele?), que não tinha medo de nada, diz-se que ele está pensando em reabrir o seu jornal aqui. Aleluia.
            Mas há esperança de que a próxima gestão, com 15 vereadores, ressuscite o antológico “grupo dos oito” (que fazia oposição ao prefeito Guilherme Brugnaro) e passe a limpo a Administração Cavani, trazendo à tona eventuais malfeitos mergulhados no tempo. Aí, será que os vereadores “amigos”, reeleitos, vão pôr o seu na reta para socorrer o ex-prefeito? A história nos diz que não, exceto os tarzans da vida que sempre trabalham contra município, em favor de qualquer prefeito. Conhecemos bem a história dos 19 vereadores, 14 eram do prefeito e os demais fingiam ser oposição, para não saírem mal na foto. E milhões de reais foram devorados pelas ratazanas municipais.
                                       Cadê a nossa “Delta”?
            É de se admirar que em Itapeva não existam empreiteiras suspeitas, construindo grandes obras sem respeitar a lei 8666/93 de licitação, extrapolando os limites de aditivos contratuais, que, segundo a lei, não podem ultrapassar 25% do contrato!
            A grande imprensa tem noticiado os prejuízos causados pelos contratos entre a empresa Delta e o governo federal, malfeitos que vêm de longe, mas só agora, devido ao escândalo Cachoeira/ Demóstenes, veio à tona. Até aí, estava tudo uma beleza, milhões de reais sendo desviados para os corruptos, ligados ao poder, e ninguém denunciava.
Pergunta cretina: será que nós, aqui na província, não temos a uma “Delta”, construindo obras para a Prefeitura? Em menor proporção, claro, mas igualmente suspeita de participar de licitações irregulares? Por que um vereador, corajoso, que jurou defender Itapeva, não examina os contratos das empresas que constroem para a Prefeitura? A propósito, o Tribunal de Contas, no processo 001118/09/08, apontou várias irregularidades no contrato de construção da Câmara, problema que o deputado Ulysses Tassinari e o presidente da Câmara, Paulo de la Rua logo vão ter de esclarecer à justiça e à população. Quem não deve não teme. Vamos ficar de atalaia. Portanto.
Em outubro precisamos trocar os vereadores omissos, que só se preocupam em bajular o prefeito, conceder honrarias e dar nomes de ruas. Não se deve votar nos mesmos, tem vereador com 16, 20, 30 anos de mandato, um absurdo. A Câmara precisa se renovar em, pelo menos, 80%. Está em suas mãos, eleitor.

***
Google
online
Google