Muito se fala sobre miséria, crise e pobreza mundo afora. A
velocidade e os detalhes com que informações sobre situações de miséria
extrema chegam até nós pode dar a impressão de que nunca houve tanta
pobreza no mundo como hoje. Pergunte a seus pais ou avós sobre como era a
pobreza no mundo há algumas décadas atrás e eles certamente lhe dirão
que naquela época não havia tanta pobreza. Mas eles estarão errados.
O fato é que os
últimos 40 anos representaram uma queda brutal na proporção de pessoas
vivendo abaixo da linha da pobreza (menos de 1 dólar por dia). Trata-se
da maior conquista econômico-social da história da humanidade:

Essa redução marcante tanto em termos absolutos (centenas de
milhões) quanto relativos (em mais de 80%) é fruto de decisões políticas
de países que optaram por reformas liberalizantes, garantindo direitos
de propriedade e acesso ao comércio mundial aos seus cidadãos (como
notadamente são os casos de Índia e China), foram os maiores
beneficiados por este processo.
Ambos, entretanto, acordaram para as oportunidades apresentadas por
uma nova era onde custos de transação foram dramaticamente reduzidos. Na
Índia do início da década de 1990, o Ministro de Finanças
Manmohan Singh (atual primeiro-ministro) foi figura central no
desmantelamento das amarras fiscais e burocráticas que impediam os
indianos de melhorarem de vida por meio de seu trabalho. A China
encontrou em Deng Xiaoping, secretário-geral do Partido Comunista Chinês
durante quase catorze anos (1978-1982), um líder corajoso, disposto a
desafiar as alas mais conservadoras do Partido para promover reformas
liberalizantes na economia chinesa. Sua mais notória frase dá o tom
da disposição do pragmatismo envolvido na abertura da economia de seu
país: “Não importa a cor do gato, o que importa é que ele pegue o rato”.
Singh e Xiaoping são figuras políticas. Sua capacidade de
transformar uma sociedade está limitada à sua disposição em remover
freios estatais que impeçam o exercício das liberdades individuais de
seus cidadãos. Índia e China não são, de modo algum, paraísos da
liberdade. Mas o fato é que a atuação pró-liberalização desses dois
líderes e de tantos outros (como Saakashvili, na Geórgia, e Mart Laar,
na Estônia) tornou possível que empreendedores mundo afora encontrassem,
nos avanços nas comunicações possibilitados pela internet, uma maneira
de se inserirem no mercado internacional, aproveitando-se de sua
vantagem comparativa na produção de determinados bens e serviços.
Para deixar a pobreza, não há outro caminho. Sobre esse grande avanço, afirma Arthur Brooks, presidente do think tank americano AEI (American Enterprise Institute):
"So what did that? What accounts for that? United Nations? US
foreign aid? The International Monetary Fund? Central planning? No. It
was globalization, free trade, the boom in international
entrepreneurship. In short, it was the free enterprise system, American
style, which is our gift to the world.
I will state, assert and defend the statement that if you love the
poor, if you are a good Samaritan, you must stand for the free
enterprise system, and you must defend it, not just for ourselves but
for people around the world. It is the best anti-poverty measure ever
invented."
Na mesma linha, Milton Friedman também afirmou que "os
únicos casos registrados pela história em que as massas escaparam da
extrema pobreza foram aqueles em que as massas tiveram capitalismo e
livre comércio em larga escala". Analisando os grandes exemplos
de países que deixaram a pobreza (condição inicial de TODAS as
civilizações, importante lembrar), não há como discordar de Friedman.
Quanto mais liberdade para empreender e produzir, maior é a riqueza. Não
há atalho nem fórmula mágica.
Nunca o mundo foi tão rico e com uma proporção tão pequena de pessoas
vivendo em condição de miséria extrema. Há motivos para comemorarmos
esta e tantas outras grandes conquistas da humanidade alcançadas por
meio do capitalismo, mas ainda há muito o que fazer. Aprender com
exemplos de erradicação da pobreza por meio da criação de riqueza já é
um excelente começo!