FOLHA DE SP 08/12/2013
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02h00
Brasileiros se dividem sobre impostos e papel do governo
DE SÃO PAULO
Nada divide tanto os brasileiros como a concepção do papel que o Estado
deve ter em suas vidas. É o que mostra a mais completa pesquisa do
Datafolha sobre as inclinações ideológicas do país.
Confrontados com afirmações antagônicas sobre vários temas, as pessoas
se dividiram simetricamente ao falar de suas relações com o Estado.
Para 47%, quanto mais benefícios receber do governo, melhor. Para outros 47%, quanto menos a pessoa depender do governo, melhor.
No Nordeste, a região mais pobre do país, e entre pessoas que recebem
até dois salários mínimos, estrato mais baixo de renda, a preferência
pela ajuda do governo atinge 53%.
Outra questão que divide bastante a população tem a ver com a elevada
carga tributária do país e a qualidade dos serviços que o governo
oferece. Para 49%, seria preferível pagar menos tributos e contratar
serviços particulares de saúde e educação.
É o que pensam 60% das pessoas que ganham mais de dez salários mínimos. A
formulação alternativa, pagar mais impostos e ter saúde e educação
gratuitas, é preferida por 43% da população.
O Datafolha faz pesquisas sobre as preferências ideológicas da população
desde setembro de 2012, mas esta foi a primeira vez em que os assuntos
econômicos foram incorporados ao questionário. Foram realizadas 4.557
entrevistas em 194 municípios, nos dias 28 e 29 de novembro.
Os resultados mostram que o brasileiro médio preza valores
comportamentais de direita, mas manifesta acentuadas tendências de
esquerda no campo econômico.
Em todo o país, 41% identificam-se mais com ideias de esquerda ou
centro-esquerda. Outros 39% são mais simpáticos aos valores de direita
ou centro-direita.
A pesquisa deixa evidente a simpatia que os brasileiros têm pela ação do
Estado. Quase 70% acham que o governo deveria ser o principal
responsável pelo crescimento econômico do país, e não as empresas
privadas.
Além disso, 58% entendem que as instituições governamentais precisam
atuar com força na economia para evitar abusos das empresas.
Um contingente de 57% diz que o governo tem obrigação de salvar as
empresas nacionais em apuros quando elas enfrentam risco de falência. E
54% associam leis trabalhistas mais à defesa dos trabalhadores do que à
ideia de empecilho às empresas.
Nas questões de comportamento, os resultados da pesquisa foram
semelhantes aos de levantamentos anteriores produzidos pelo Datafolha.
Quando o assunto é religião ou drogas, há quase uma unanimidade
nacional. Quase 90% acham que acreditar em Deus torna alguém melhor. E
83% continuam a favor da proibição das drogas. (RICARDO MENDONÇA)
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