sexta-feira, setembro 22, 2006

POR QUE O BRASIL NÃO CRESCE?
"A formação bruta de capital fixo no Brasil está na casa de 19% a 20% do PIB, um nível muito baixo para o crescimento que desejamos. A Índia investe em capital físico 28% do PIB e a China, 40% do PIB. Mas as pessoas talvez não se dêem conta como é limitado o número que temos para medir o esforço de acumular capital, dado pela formação bruta de capital fixo, que mede o investimento na construção civil e em máquinas e equipamentos. Ele é limitado porque não dá conta do elemento que talvez seja mais importante nas condições contemporâneas, que é a formação de capital humano. Se uma empresa constrói um galpão, isso entra na contabilidade nacional como investimento. Mas, se ela investe em treinamento, isso aparece como despesa. Olhando apenas a formação bruta de capital fixo, nós já ficamos mal na foto. Mas a questão é bem mais grave, porque, na hora em que tivermos uma estimativa estatística do esforço de formação de capital humano, ficará claro que a nossa defasagem é ainda maior.
Se a Microsoft tivesse surgido no Brasil, estaria até hoje na garagem em que veio ao mundo, provavelmente vendendo produtos piratas porque não teria acesso ao crédito, nem uma situação regularizada e formalizada de emprego.
Depende de como você cria esse mercado interno [para estimular o crescimento]. Se você o faz com gente trabalhando, gerando renda, ele é muito bem vindo. Mas se você cria o mercado interno transferindo renda de um lugar para o outro na economia, tributando famílias e empresas para fazer assistencialismo, há apenas transferência de renda de um lugar para o outro. É esse o modelo que está sendo seguido.
Bolsa Família - Primeiro porque são 46 milhões de pessoas penduradas nisso. Uma coisa é uma assistência emergencial, que deve haver. Outra coisa é a expectativa que está se criando, de que isso é um novo modo de vida, de que daqui para frente sempre vai haver aporte de recursos do governo. O que mais me incomoda é o governo comemorar que mais um milhão de brasileiros têm acesso ao Bolsa Família. Se há alguma coisa a ser comemorada, é quando um milhão de pessoas saem do Bolsa Família. Eu gostaria que estivesse claro, desde o início, qual é a porta de saída."

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