sábado, outubro 17, 2009

COLUNA DO SPC, NO ITA NEWS

Cutucando


Caciques, adeus


Depois que o prefeito Luiz Cavani deixar o cargo tudo leva a crer que ele será lembrado na história de Itapeva como o último cacique de sua geração. Ninguém se iluda, entretanto, que seu sucessor se libertará de imediato dos vícios e costumes arraigados na administração pública local, herança de velhos coronéis da política, que há décadas mantêm Itapeva no atraso, como se ainda fosse a pacata província de Faxina.


Embora doutor Luiz seja formado pela Politécnica de São Paulo, escola que é sinônimo de modernidade e avanço tecnológico, e tenha convivido com colegas de regiões mais adiantadas, infelizmente, ele não absorveu a mentalidade progressista latente do meio acadêmico paulistano. Como prefeito vem demonstrando que conserva os mesmos métodos de gestão antiquados, apanágio de políticos conservadores da qual é um dos lídimos herdeiros. A sua atuação na gestão pública itapevense tem revelado que sob o verniz acadêmico subjazem sestros dos velhos caciques do começo do século.


Como se vê, nem sempre um bom currículo é garantia de eficiência. Entretanto, como mal começou a nova gestão do sorridente prefeito de nariz empinado, ainda há tempo para ele dar um salto qualitativo na sua modorrenta e antiquada administração e, até, surpreender com inovações administrativas que Itapeva tanto anseia. Vamos torcer.


Senão, só nos resta aguardar que o próximo prefeito mesmo sem ter um bom currículo, entenda de gestão pública MODERNA e que tire Itapeva do Ramal da Fome.


A Câmara ressuscita


Este escriba malfalado não alimenta a pretensão de achar que foi graças às suas verrinas semanais que os vereadores itapevenses melhoraram o seu papel de denunciar e fiscalizar a aplicação de recursos públicos. Além de dois bons vereadores da oposição, Margarido e Comeron, a vereadora Áurea vem mantendo seu estilo, agora, mais de bater que assoprar, enquanto os três novatos, Eliel, Osiel e Ney, estão na fase do aprendizado. O Júnior Guari ainda convive com a dicotomia do ser ou não ser, talvez devido tantos anos dizendo amém ao prefeito, ou pela timidez de menino criado no sítio, ele ainda vacila na suas posições. Contudo, tem potencial para bem desempenhar sua função de fiscalizar o Executivo, pois coragem não lhe falta. Tarzan e Marmo são “peixinhos”.


Entretanto, quem vive o maior drama de aliado político é o vereador-presidente Paulo de La Rua, que está violentando sua natureza ao se engajar de corpo e alma à gestão Cavani, que, ultimamente, tem criado embaraços sem fim ao espanholzinho de sangre caliente. Todavia, acredita-se que o vereador De La Rua, que não é tolo nem nada, não vai querer comprometer seu futuro político segurando os pepinos amargos da Administração. Então, ele deve tomar, urgente, colheradas de semancol se não quiser ir para o horroroso purgatório de aliados. Apoio incondicional a prefeito é uma temeridade política que já enterrou muitas promitentes lideranças. Ser aliado é o tipo de troço que é bom enquanto dura, pois o apoio político muitas vezes não acontece ou, pior, pode deixar de ser interessante. Expectativa de apoio político é como andar no fio da navalha.


Perguntem ao prefeito


Quem quiser saber quais promessas de campanha têm chances de ser cumpridas, perguntem ao prefeito. Se ele estiver de bom-humor (raro),ou em público, vai responder com sorriso, senão, ele pode mandar o cidadão plantar batatas. Ou bater concreto para usar a sua linguagem profissional. Então, pergunte ao prefeito como estão as obras do Estádio Municipal e Pilão D´água; as reformas da Casa da Cultura e da Estação Vila Isabel; os projetos do Teatro Municipal e Matadouro; incentivo e convites a empresas para se instalarem no município e gerar de empregos; cursos de capacitação profissional e de artesanato comercial; conservação e limpeza de ruas, ética e probidade administrativas; e a intolerância com a ineficiência e corpo mole de secretários.


O caro leitor pode acrescentar a essa lista os seus lembretes, que, provavelmente, vão ficar como lembretes. E, talvez não. Se o prefeito quiser mesmo, ele faz. Oremos.

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