quarta-feira, junho 13, 2007

Todo poder à direção e à máquina partidária
Editorial, Valor Econômico
O maior argumento favorável às listas é o de que os candidatos vão deixar o processo de autofagia que hoje marca uma eleição - onde uns se empenham em roubar o voto dos outros, fazendo de seus companheiros de partidos adversários - e o partido vai marchar unido para as eleições. Por mágica, a lista acabaria com as brigas. Não é bem assim. O que vai acontecer, em especial no PT, é que o processo de autofagia vai ser antecipado, com grandes chances de não apenas inviabilizar suas minorias, mas excluí-las do partido.
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Os donos de partido fazem a lista dos candidatos (vereador e deputado). Serão eleitos os primeiros da lista, em número proporcional aos votos recebidos pelo partido.
A eleição vai depender menos da popularidade do candidato. Vai depender mais da "amizade" com o dono do partido que faz a lista.
Aqui em Itapeva, os dois primeiros da lista terão chance de se eleger vereador. Na última eleição, PFL, PSDB e PT elegeram, cada um, dois vereadores. PMDB, PDT, PPS, PTB - um veredor eleito por partido. Nenhum partido elegeu mais que 2. Logo, quem ficar na terceira posição ou abaixo, terá chance próxima de zero.
A briga vai ser pela primeira posição, ou, nos partidos maiores, também pela segunda posição.
Bem, vamos ao custo-benefício. Quanto ganha um vereador?
*48 salários x 3.850 = R$ 185.000,00
*4 cargos de assessor parlamentar para parentes: 4.000 x 48 = R$ 192.000,00
*já deu R$ 377 mil, então vamos parar a conta por aqui.
Haverá, ou não, oferta ou leilão pelas primeiras posições na lista? Puxa, o cara compra a vaga por, digamos, R$ 200 mil (certamente alguns ofertarão bem mais, bem mais!) e ainda sobra dinheiro. E nem precisa correr o risco de comprar votos por aí. Nem gastar sola de sapato.
Quase todos os países mais avançados democraticamente adotam o sistema distrital (cada distrito elege um deputado, o mais votado = aprovado pela maioria dos eleitores do distrito). Em vez de copiarem o que já deu certo, ficam inventando a roda. Aí tem, não tem?

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