Importação substitui produtividade

Estadão

"O crescimento do PIB, assim como a melhora da produtividade que permite reduzir custos, depende substancialmente da taxa de investimentos. Hoje, no Brasil, os investimentos representam cerca de 20% do PIB, quando deveriam ser da ordem de 25%, no mínimo."

(Nota do blog: maior "produtividade" significa produzir mais com menos horas de trabalho. Quem produz mais, ganha mais. Na economia americana um trabalhador produz 5 vezes mais que um brasileiro. A diferença decorre dos investimentos, da tecnologia, da inovação, da educação etc). Por isso o salário mínimo americano é 5 vezes o brasileiro!)

"Descartando o setor da construção civil, verifica-se que os investimentos na indústria se restringem a poucos setores, todos ligados à exportação, com exceção da distribuição de energia elétrica e do petróleo: concentram-se, basicamente, na indústria extrativa e na produção de celulose.

Na realidade, não se tem notícia de investimentos significativos para atender à demanda interna, o que não deixa de ser um paradoxo, levando em conta que o governo se empenhou em privilegiar o consumo interno para favorecer o crescimento da produção industrial."

(Nota do blog: não há paradoxo nenhum. O estímulo ao consumo só favorece a produção quando a rentabilidade da produção não é seriamente afetada. E a rentabilidade dos produtores foi afetada com a queda do dólar (que barateou os produtos, inclusive importados). Na verdade, o grosso da transferência de renda promovida pelo governo petista foi feito dos produtores para os consumidores.)

"Com a apreciação do real ante o dólar, o crescimento da demanda foi atendido por produtos importados - situação que bem se observa pela grande alta do comércio de varejo em setembro, mas que não se traduziu por crescimento equivalente da produção industrial nacional.

Isso deveria preocupar a equipe econômica, pois qualquer desvalorização da moeda nacional pode traduzir-se em súbita e forte elevação dos preços." ÍNTEGRA

Blog: Claro que preocupa. E muito. Mas a arapuca está armada. Para que o país cresça, crie empregos, é necessário elevar o dólar, para que os produtos brasileiros tenham condições de concorrer com os importados. Mas aí os produtos sobem, a cesta básica sobe...

E a arapuca cairá em cima da popularidade de Lula, como caiu sobre FHC!

Lembre-se do círculo virtuoso da economia:

Da "esquerda": Mais salário > mais consumo > mais vendas > mais lucro > mais investimento > mais produção > mais emprego > mais salário

Sem "lucro" suficiente os empresários não estão investindo o necessário (ou estão investindo no exterior!) e o círculo patina, patina, patina...

Círculo da "direita": mais lucro > mais investimento > mais produção > mais emprego > mais salário > mais consumo > mais vendas > mais lucro