sexta-feira, julho 20, 2012

COLUNA DO SPC NO JORNA A GAZETA

A malandragem do “Zero Voto”
            As eleições municipais de 2008, em Itapeva, tiveram uma novidade só conhecida em municípios onde o prefeito é malandro e os políticos bundas moles. É o golpe dos funcionários municipais, que se licenciam do cargo por 90 dias, remunerados, a fim de serem candidatos a vereador, mas que trabalham para outro candidato a vereador e não para si mesmos. A lei faculta ao servidor público esse direito de concorrer a um cargo legislativo, mas em Itapeva esse direito foi corrompido (e pode ser outra vez) por 12 funcionários da Prefeitura que trabalharam, como cabos-eleitorais, para o prefeito em exercício e para um vereador baixinho, malandrinho e futuro pastor, tido como o câncer de Itapeva. O genro desse vereador, à época, era presidente de um partido de aluguel, participou da fraude e o caso foi denunciado por esta coluna, confirmando-se que os 12 “candidatos” não votaram em si mesmos e tiveram zero voto. Eles foram chamados para se explicar ao Ministério Público, onde o processo foi arquivado por falta de provas. Mas tenho o nome dos 12 em meu arquivo, como lembrança da lambança.
            Na ocasião este escriba, vigilante e chato, citou, como exemplo, caso semelhante ocorrido em uma cidade gaúcha, onde a Promotoria não deu colher de chá, condenando dois irmãos, funcionários municipais, que usaram dessa artimanha e só um foi eleito, o outro teve zero voto. Os dois foram condenados a devolver os salários recebidos, além de perder o mandato, os empregos e ficarem inelegíveis. Justiça total.  
Leitores que me conhecem, há décadas, sabem que sempre dou nomes aos bois, neste caso não posso dar nomes, porque o Ministério Público já se manifestou, portanto, não posso ser mais real que o rei, senão, sou eu quem vai ser processado e condenado, porque, neste caso, a prova está, aqui, nesta coluna. Mas estamos de olho no baixinho...
Para que servem os escribas?
Volta e meia um vereador, ou prefeito, ao ser alvo de críticas, nesta coluna, se defende com a pergunta cretina: “o que o SPC fez por Itapeva? Hamm? Quero que ele me mostre o que fez pelo município, nestes tantos anos de jornalismo”.
Nunca vou responder um energúmeno desses, se ele não sabe o que a imprensa representa para o País, para o município e para democracia, é porque é um imbecil e não perco meu tempo com imbecis. Tem uns vereadores, medíocres e de má fé, que enrolam o eleitorado, durante as campanhas, e se elegem sucessivamente, achando, por isso, que estão sendo úteis para o município. Ganham cinco mil reais por mês, mais mordomias, para fazer discursinhos bobocas a fim de puxar o saco do prefeito, e só. A vereadora Áurea, sim, pode dizer que trabalha, não só para seus eleitores, como para a população em geral; ela critica secretários relapsos e o próprio prefeito, sem medo, porque tem luz própria, tem eleitorado garantido por trabalho diário. Não sei se outros vereadores trabalham, só os vejo assinando ponto na Câmara e batendo papo entre si, a Áurea é fácil vê-la trabalhando, é só passar em seu escritório, defronte ao Correio.
Este exemplo é para aqueles vereadores que insinuam que jornalistas não trabalham para o município, que só sabem criticar, pois não se vê nenhum trabalho de jornalistas por aí. Esses beócios não sabem da importância do trabalho de acompanhamento jornalístico de divulgação, de crítica e de fiscalização e denúncias de malfeitos no serviço público em que ele, vereador cúmplice, fecha os olhos para não prejudicar o prefeito. Aqui na província isso vem acontecendo há décadas.
Dia desses vi adesivo num carro, muito apropriado para o momento, que dizia: “faça um vereador trabalhar, não vote nele para reeleição”. Certo. Mas vote em candidato que ainda não foi vereador, colaborando, assim, para renovar o Legislativo e melhorar a qualidade dos vereadores. Que está uma porcaria. Oremos.


***

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

” O Estado ameaçado, por Leonardo Attuch
"No dia 15 de junho, há pouco mais de um mês, o desembargador Tourinho Neto publicou uma sentença que quase colocou o contraventor Carlos Cachoeira em liberdade. “Os jogos de azar não constituem crime, e sim contravenção, um ilícito menor”, escreveu o juiz. “A prática é largamente aceita pela sociedade em geral, ainda que seja ilegal”, pontuou. Se dependesse de Tourinho Neto, não só Cachoeira estaria em liberdade, como os grampos da Operação Monte Carlo teriam sido invalidados. Cachoeira só continuou preso porque outra operação da Polícia Federal, a Saint-Michel, impedia sua libertação.

Depois disso, Andressa Morais, esposa do contraventor, concedeu entrevistas comparando seu marido a um “preso político”. Disse ainda que, por não ter cometido crime hediondo, ele já deveria estar em liberdade. Não deu certo. E há até rumores de que Cachoeira tenha escrito uma carta direta ao STF, sugerindo uma liberdade vigiada, com uma tornozeleira eletrônica.

Ocorre que a Operação Monte Carlo, a cada dia, assume ares sombrios. Responsável direto por sua prisão, o juiz Paulo Augusto Moreira Leite pediu afastamento do caso, relatando preocupação com a sua família. Depois disso, a procuradora Léa Batista, que conduziu o caso pelo Ministério Público, recebeu ameaças de um cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio, que foi preso. Agora, nesta semana, o policial Wilton Tapajós Macedo, que investigou a quadrilha, foi assassinado em Brasília. Se isso não bastasse, outro delegado que atuou em Goiás, Hylo Marques Pereira, está desaparecido.

Ainda que seja precipitado ligar a morte de Wilton Tapajós à Operação Monte Carlo, o quadro que vai se formando é preocupante. “Não estamos diante de contraventores menores, mas do crime organizado que ameaça o Estado”, tem dito o senador Pedro Taques (PDT-MT), uma das principais vozes da CPI. Ele tem razão. O jogo é muito mais do que um ilícito menor, como definiu o desembargador Tourinho Neto. E o risco que se deve evitar é o de mexicanização do País. “


” Luiz Felipe 21.07.2012 às 11:53

Attuch, a nosso ver, pelos nossos estudos de mais de 20 anos, para vc ter uma idéia da gravidade da situação, pelo menos 70% das 5.565 prefeituras do Brasil (inclusive veículos de informação locais à bordo no mesmo percentual), estão tomadas pelo crime organizado, via modello político-partidário-eleitoral falido, com prazo de validade vencido há muito tempo. Vale dizer, o sistema não evoluiu, mas o crime organizado e os criminosos não pararam de evoluir, e descobriram que é muito mais tranquilo, mais seguro e mais lucrativo tomar prefeituras e câmaras municipais de assalto, e até Estados e Assembléias, do que assaltar bancos e carros-fortes a mão armada. E daí, se a banda boa dos diversos segmentos ainda vivos da sociedade demorar demais para despertar para a gravidade da situação, quando acordar, ver-se-a no ar, sem escada e com a broxa na mão .”

1:26 PM  

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