sexta-feira, dezembro 16, 2011

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Ministério Público, socorro
            Boa notícia para quem quiser abrir um bar ou lanchonete, em Itapeva, com música ao vivo em alto volume até madrugada. É só ir à prefeitura pegar um alvará provisório, que vale por uns três anos, e abrir o seu negócio. Não precisa se preocupar com a vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), pois a Prefeitura dá o alvará sem essa exigência, devido a uma lei de Paulo de La Rua, sancionada pelo prefeito, que o Ministério Público denunciou como inconstitucional, mas ficou valendo assim mesmo.
            Caso o interessado encontre dificuldade, é só falar com um secretário municipal que sai com o alvará na mão no mesmo dia. Fácil. Caso um vizinho chato se incomodar com o barulho e chamar a Guarda Municipal ou Polícia Militar, de madrugada, o soldado de plantão vai informá-lo que não tem viatura (a velha história). Mas se a polícia cumprir seu dever e autuar o proprietário por descumprir a lei do Silêncio e a lei Seca, ambas municipais, e fechar o estabelecimento por falta de alvará e do AVCB, não tem problema, no dia seguinte, é só o cidadão relapso ir à Prefeitura que o alvará sai na hora com pedidos de desculpas da municipalidade pelo incômodo.
            Este escriba, vizinho de um bar-cantina, passou por isso, sexta-feira, dia 2. O som ao vivo, altíssimo, tipo rodeio, começou por volta das 22 horas e foi até as duas horas da madrugada e parou porque este escriba maluco, arriscando a própria segurança, entrou no bar, de pijama e chinelo, e pediu pra parar o barulho. Já tinha chamado a Guarda Municipal e a Polícia Militar, nesta, o soldado Jônatas informou que a PM fazia blitz na cidade, por isso, não tinha viatura, mas minutos depois, três viaturas passaram pelo local e não pararam, por quê? E como o barulho continuava, este escriba bilioso se investiu do direito de fazer o que é do dever e ofício da polícia: o cumprimento da lei.
Mais tarde a GM chegou ao local e interditou o estabelecimento, que não tinha alvará nem AVCB, as instalações estavam em desacordo com a lei, inclusive, oferecendo risco à segurança dos usuários no caso de briga ou incêndio. E o Conselho Tutelar? Informação sigilosa garante que havia meninas menores consumindo bebidas alcoólicas. E os fiscais da Prefeitura, por que fazem vista grossa? Acredita-se que eles não aceitam propinas para “fechar os olhos”, nossos fiscais são diferentes. Ou não?  
Mas a interdição foi só um descanso (2ª feira), na terça, o dono do bar foi à Prefeitura e saiu de lá todo feliz com outro alvará provisório, desta vez, válido por 60 dias. E na sexta-feira ele soltou o som de novo e a história se repete: na GM, Ana disse que o decibelímetro estava no conserto (?); na PM, o soldado Miguel: “não tem viatura...” Portanto, o proprietário só regulariza o bar se quiser, pois nossas autoridades municipais e policiais são muito boazinhas e tolerantes. E se, nesse ínterim, acontecer alguma coisa grave? Quem será responsável? A Prefeitura, os Bombeiros, ou a Polícia?
                                   
        Prefeito eclético e esperto

            Respondendo (via internet) a uma indagação minha, semana passada, o Cabido Geral do Vaticano informou que o prefeito Luiz Cavani nunca conversou com o papa João Paulo II. Quando esteve no Vaticano, informa a nota, o prefeito só almoçou com os cardeais no Grande Salão Eclesial, não chegou nem perto do Santo Padre, que não benze canetas nem outros objetos, que isso é heresia. Diz a nota, ainda, que os cardeais estão chateados com o prefeito e arrependidos de ter compartilhado com ele o seu espaguete à bolonhesa. Finaliza dizendo que doutor Luiz, por essa aleivosia, pode ser excomungado, via internet, pois o Céu e o Inferno agora estão informatizados. Tomara.
     
    Não quis chatear ainda mais Suas Eminências, senão, contava-lhes que nas eleições, aqui na província, o prefeito vive bajulando pastores evangélicos, assistindo cultos; que ele só vai à igreja católica acompanhado de políticos-candidatos. Ele é Irmão-da-Ópa, mas nunca ninguém viu o prefeito rezar, acompanhar procissão, ou conversar com os padres Benedito ou Fernando. No entanto, na hora de “manjare”, de encher o bucho, ele vai na cara dura filar bóia no Vaticano. Doutor Luiz está precisando é de um puxão de orelha divino. Esconjuro.
Google
online
Google