sexta-feira, dezembro 02, 2011

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA

Prefeito no paraíso
            A visita do prefeito Cavani ao papa João Paulo II e a caneta dele benzida pelo Santo Padre na ocasião, foram de suma importância para o sucesso de seu futuro político, haja vista que, desde então, ele nada de braçada nos pleitos que concorre. Ou que apóia. Se a ex-deputada Terezinha de Jesus (virtual candidata em Nova Campina) tivesse a astúcia religiosa de seu mui badalado adversário político, também teria ido visitar o Papa, ou Madre Tereza de Calcutá (recursos e fé não lhe faltam), se benzia toda e se igualava ao seu desafeto nas benesses divinas. E ela não precisaria mudar o seu palanque eleitoral para outro município, uma barbaridade que abalou os alicerces da nossa já combalida oposição, que ficou órfã, com os últimos representantes, Comeron e Margarido, correndo afobados, como baratas tontas, atrás de siglas ligadas ao prefeito.
            E, assim, sem choro nem vela, as hostes políticas de Itapeva, com rara exceção, viraram blocão pluripartidário, todo mundo aninhado junto ao prefeito. Como diz a marchinha carnavalesca: “e o cordão dos puxa-saco cada vez aumenta mais”.
            Essa badalação ao prefeito, contudo, não é novidade nem privilégio do prefeito Cavani, isso sempre existiu em Itapeva e até aumentou na gestão do prefeito Wilmar, que manobrava, com ajuda do Tarzan, os 19 vereadores; 14 o apoiavam abertamente, os outros 5 faziam de conta que eram oposição. Outra. Wilmar tinha mais amigos e aliados que doutor Luiz, talvez porque fosse mais simpático, mais divertido, contava piadas, pagava cerveja, dava festa em casa e convidava os amigos, se misturava ao povão, difícil quem não gostava dele. Pena que ele...deixa pra lá, ninguém é perfeito.
             Apesar do nariz empinado e de não gostar de pobre, mesmo assim, os candidatos a prefeito devem se mirar no exemplo devocional do prefeito e se benzer também. Mas não é preciso ir a Roma ver o Papa, nem a Madre Tereza, aqui mesmo, em Itapeva, é possível o candidato obter ajuda divina, pois segundo se diz, Deus é justo e ubíquo, só não é fiel, pois se Ele estiver ajudando um candidato e, de repente, descobrir que o dito cujo é desonesto, ou surgir outro com mais fé e melhor currículo, Ele larga mão deste e passa a ajudar o outro, na maior tranquilidade. Cuidado com a hierarquia, se bancar o espertinho pedindo ajuda a Deus e, ao mesmo tempo, apelar para santos, simpatias, macumbas, frequentar religiões ecléticas e/ou exóticas, está ferrado. Quem abusar vai ver sua vaca ir pro brejo. Precisa ter muita fé nessa hora.
                                                                                Gente nova no pedaço
            Conheci, enfim, o médico doutor Mazen Aidar, jovem antenado na realidade política e social de Itapeva, simpático, articulado, cheio de energia física e mental, com planos e projetos políticos que sonha realizar se no próximo ano conseguir colimar seu objetivo de se eleger prefeito. Diz que vai ser candidato, custe o que custar, porém, reconhece que o seu partido (PP - da base aliada do governo federal) não está entre os mais prestigiados, aqui na província, mas, em compensação, também não está contaminado com os vícios e costumes dos caciques e velhas raposas da política.
Hoje, em Itapeva, vemos jovens lideranças políticas que pensam e se comportam como nos velhos tempos dos coronéis em que as sucessões municipais dependiam do apadrinhamento político-eleitoral do prefeito, ou do apoio das oligarquias. Ou seja, quem não tinha liderança, recursos, ou projeto político aceitável, precisava se escorar no prefeito a fim de se eleger, e isso contribuía para eternizar as “panelinhas” e a corrupção política, porque o prefeito só apoiava aquele que se comprometesse a não mexer com a “sujeira” que sua gestão manteve oculta pelos meandros da burocracia administrativa. Por isso, este escriba tarimbado não vota em candidato “oficial”, filhote de prefeito, de antemão carimbado com a marca da leniência e do comprometimento. Vade retro.
O jovem Mazen é itapevense, filho do comerciante Azeti, há mais de meio século estabelecido em Itapeva, e de dona Isabel, tem duas irmãs oftalmologistas, e dispõe de recursos próprios para bancar sua campanha, portanto, não precisa de favores especiais de eventuais financiadores. Ficha limpa e idealista, 36 anos,  Mazel tem tudo para ser uma alternativa política viável, e forte, no emaranhado de nomes fracos que se apresentaram até agora, pendurados no pescoço do doutor Luiz. Vamos aguardar.
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