terça-feira, novembro 15, 2011

NOSSA FALSA REPÚBLICA


Antigamente o rei reinava sozinho. A vida era simples, quase todos moravam no campo. E praticavam uma agricultura rudimentar, com poucas ferramentas. Pais e avós ensinavam o ofício aos filhos e netos. Praticamente não havia mudanças.

Tal regime durou séculos e séculos. Funcionava.

Até que vieram as mudanças. Na ciência, na tecnologia, em tudo.  Revolução Industrial Inglesa. Novas ferramentas aumentam a produtividade agrícola, que libera mão de obra do campo para o crescimento das cidades, da indústria, do comércio, dos serviços ...

Um rei sozinho já não dava conta de governar tanta complexidade.

Era preciso encontrar outro regime.

República! Democracia!

O poder é dividido em três poderes. Cada um faz sua parte. Cada um se especializa para bem exercer suas tarefas.


Legislativo, Executivo, Judiciário.

Observa-se o tripé da boa governança: planejamento, execução e controle/fiscalização. Em respeito à coisa pública.

Os poderes precisam ser independentes justamente para garantir a divisão do poder, requisito essencial da boa governança. Se não, voltamos à figura do rei centralizador que governa sozinho.



Os governantes são escolhidos pelo povo. Para tanto, é essencial que os eleitores, os filiados a partidos,  também escolham os candidatos!  Se não, o povo apenas vota nos candidatos escolhidos a dedo pelos donos de partido. Vota, mas não escolhe.

Como se vê, não é fácil a transição do Antigo Regime (rei centralizador) para a República Democrática.
Há muita resistência dos donos do poder em dividi-lo democraticamente com o povo, com os outros poderes.
Por isso, ainda temos um falsa república, uma falsa democracia.
Nos grotões, e não só nos grotões, ainda prefeitos agem como os antigos reis centralizadores: além de mandarem na Prefeitura, mandam também em vereadores e em partidos políticos.
Ou seja, governam sem fiscalização e ainda escolhem sucessor de confiança. Não é o fim da picada?
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