sábado, novembro 05, 2011

COLUNA DO SPC, PUBLICADA NO JORNAL A GAZETA


 Ainda as emendas

O prefeito Cavani por diversas vezes declarou em seus discursos que o deputado Arlindo Chinaglia (PT) destinou emenda de 2,5 milhões de reais para asfaltar ruas da cidade. Lembram? Ele disse, entretanto, que iria asfaltar as ruas com recursos próprios e que usaria a verba da emenda para outra coisa, o secretário Xixo, posteriormente, me confirmou isso. Recentemente o prefeito declarou que ainda estava aguardando os 2,5 milhões de reais para aplicar no Pilão! Onde? Se o Pilão está quase pronto?
Foram muitos os recursos provenientes de emendas parlamentares, federais e estaduais, que entraram nos cofres da Prefeitura, será que o prefeito Cavani toparia fornecer o total desses recursos recebidos? E dizer onde foram (ou estão) aplicados? Porque é muito dinheiro. O mais interessante é o deputado Chinaglia dar dinheiro (do povo) para um prefeito que nem está mais no PT. Mistério intrigante.  
            Hermínia Maricato, notável urbanista brasileira, se referindo às emendas parlamentares, disse em entrevista ao Estadão: “O que mais tem no Congresso é emenda parlamentar para asfaltar ruas. Verifiquei num determinado ano, que metade das emendas foi destinada a asfaltamentos de ruas. Imagine um deputado federal, distante da cidade, se preocupar com as suas ruas. Sabe-se que essa demanda não é feita apenas para se conseguir votos, ou para fazer agradinho em bairros, construir praça ou asfaltar uma via, eu também pensava assim, até um deputado federal me contar que não era nada disso. Era financiamento de campanha articulado com obras futuras”. Bingo!
E rematou: “Se continuarmos tendo o financiamento de campanha, como é hoje, com eleição sendo trocada por obras, teremos apenas projetos que caibam em quatro anos. Os projetos mais importantes para as cidades não se resolvem nesse período, essa é uma boa questão para refletirmos. Veja, por exemplo, não existe Câmara Municipal desvinculada dos interesses de proprietários imobiliários em nenhum município do Brasil. Dá para contar nos dedos os prefeitos e vereadores que são contra os interesses de empreiteiras”. Exemplos disso existem em muitos municípios, por isso, instituições sociais ligadas à transparência administrativa nas prefeituras já alertam para o fato.
                                                               Imprensa interiorana
Quando moço, idealista e pertinaz, este escriba agora avançado em anos, tinha disposição, e vontade, para acompanhar de perto a conduta pública de prefeitos, secretários e vereadores, denunciando em sua coluna os malfeitos que descobrisse. Atualmente, essa vontade diminuiu bastante (as outras vontades continuam), sobretudo, por conta da expectativa de que outros jornalistas, jovens, cumpram esse difícil papel de averiguar onde é gasto os muitos milhões de reais que entram nos cofres da Prefeitura, inclusive e principalmente, os das emendas parlamentares, porquanto, a prestação de contas da Secretaria de Finanças tem por hábito omitir esses e outros quesitos, facilitando o clássico jeitinho de desviar boa parte dos recursos para contas bancárias particulares, contando com a leniência tanto do Tribunal de Contas, como da Câmara.
Esta breve exortação é um apelo aos jornalistas diletantes de Itapeva (idealistas ou não), para que fiquem alertas sobre os gastos públicos e investiguem, sempre que a suspeita beliscar suas consciências. Mas cuidado, o submundo da corrupção é um poder paralelo que subverte as consciências mais impolutas, por isso, evite cair em tentação. Evidente que não se acusa ninguém, apenas se pede cautela porque o prefeito itapevense não é pior nem melhor que seus confrades de outras freguesias. Olho nele, por isso.

Grande imprensa


A chamada grande imprensa ultimamente vem assumindo o papel que seria do Congresso, das promotorias e dos tribunais ao denunciar a onda de corrupção que afoga o governo federal de forma assustadora. Durante gestão anterior essa mesma imprensa foi tolerante, quase não fez denúncias quando se sabe, hoje, que a corrupção já corria solta no governo Lula com mensalões e valeriodutos, herança maldita que ele legou a Dilma, sua companheira petista. E que ela vem tentando esconder. Por enquanto seis ministros da gestão “Lulinha paz e amor” caíram, outros certamente vão cair. Não fosse a revista Veja e os jornais Estadão e Folha, até hoje esses ministros estariam em seus cargos, belos e formosos, roubando dinheiro do povo, que o PT jurava defender. Oremos. 
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