sábado, julho 11, 2009

A revolução da transparência

Antonio Carlos Pannunzio, no Blog do Noblat

Quantos anos são necessários, no Brasil, para a Nação acreditar efetivamente nos princípios constitucionais básicos e passar a reclamar, com naturalidade e firmeza, sua aplicação a todos os escaninhos do aparato estatal?

Se o leitor responder vinte anos, pode estar bem próximo da realidade. Em 1988, a Assembléia Nacional Constituinte inscreveu, no artigo 37 da Carta Magna, a publicidade entre os princípios fundamentais da administração pública. Promulgada a Constituição Cidadã, as manifestações mais ostensivas e menos importantes do apadrinhamento foram podadas, mas, como regra, o País continuou a funcionar exatamente como antes.

Agora, antes que a tinta dos tratados, livros e revistas escritos para comemorar as duas décadas de vigência daquele texto, tenha acabado de secar, descobrimos que se acha em pleno andamento, silenciosa e implacável, a revolução da transparência, à qual nada escapa, em nenhuma instância de governo, em nenhum reduto do poder. Exemplo disso é o abalo das estruturas patrimonialistas do Senado. Ela está levando de roldão os mais experientes operadores da casa, com mandatos ou cargos considerados à prova de questionamento. Não tem poupado nem mesmo figuras tidas como acima de qualquer suspeita, flagradas na prática de pecados que, veniais talvez, contrastam com o imaculado das suas vestes que devem ostentar. MAIS

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