domingo, março 02, 2008

Oposição em ponto-morto

Coluna do SPC, na Folha do Sul de ontem:

Comenta-se pelas hostes políticas que presidentes de partidos locais têm se reunido a fim de criar um grupão de oposição com o objetivo explícito de deliberar quem irá enfrentar o prefeito Luiz Cavani (PSDB) nas eleições deste ano. Informações fidedignas atestam que essas tertúlias políticas acontecem em ambiente descontraído de bucólicas chácaras das redondezas onde a principal preocupação é aglutinar o maior número possível de partidos em torno de um virtual nome a ser determinado.

Pelo o que se sabe os promotores dessas reuniões só convidam dirigentes partidários, nada de abelhudos sem partido que podem sujar a água dos mais sedentos. Tudo no velho estilo coronelista de somar uma grande força unilateral para depois ditar as suas regras.

No entanto, esse esforço oposicionista de conclamar políticos descontentes com a
gestão Cavani, seja por interesse pessoal contrariado ou por razões de sua má
administração, é uma estratégia equivocada. Ao privilegiar a escolha de um nome para prefeito antes de ter um programa ou um plano de governo para o município, o grupo caminha para trás, pois é consensual na sociedade civil que mais importante que o nome é ter um plano de governo bem estruturado, objetivo e exeqüível, mesmo que seja para nunca ser posto em prática, mas essa ainda é a melhor forma de aglutinar forças e de se conseguir um candidato degustável para oferecer ao eleitorado.

Portanto, os líderes do tal grupão precisam descer das tamancas e incluir em suas
fileiras os reles mortais, aqueles que não estão filiados em partidos, mas que podem ter idéias e propostas interessantes para o município, pois tem muita gente boa e idealista fora dos partidos, se é que o grupão concorda com isso. A presença de pessoas normais nas reuniões pode até ajudar a colimar mais rapidamente os objetivos discutidos pelo seleto grupo de cidadãos que se acha acima de qualquer suspeita. Porque isso ajuda a diluir a carga subjacente de interesses pessoais que animam muitas dessas reuniões político-partidárias, que, às vezes, é de tal monta que chegam a ofuscar o bom senso dos participantes e os critérios democráticos que norteiam o interesse coletivo.

Criar frente político-partidária sem objetivos precisos e determinados em que os
interesses pessoais ou de um grupo falam mais alto que os interesses do município, pode ser um tremendo furo n´água
. Esse filme já passou e não ganhou prêmio.

Administração à moda antiga

Por privilegiar interesses pessoais em vez dos interesses do município é que a
administração Cavani conserva esse jeitão de museu administrativo, o mesmo formato de gestão ultrapassado de décadas atrás, o mesmo estilo centralizador de gerir a coisa pública emocionalmente, com pontuações em problemas que vão surgindo na cidade, onde não existe um planejamento adequado de médio e longo prazo, muito menos a preocupação de se renovar métodos gerenciais pra lá de superados
. Falta olhar melhor o lado humano como a promoção social de capacitação profissional, gerar empregos, dinamizar o atendimento da saúde, expandir a educação, o esporte e o desenvolvimento agroindustrial, quesitos fundamentais da moderna gestão pública. Infelizmente, parte dos secretários municipais é formada por políticos de meia-tigela que não conseguiram se reeleger, assumindo o cargo sem nada na cabeça a não ser a intenção de fazer o mínimo para manter o emprego, sem projetos, sem planos, sem perspectiva, tudo com a complacência do prefeito que tudo tolerou (e tolera) em nome da reeleição.
Por isso, esse grupo de velhas raposas que se reúne esporadicamente pelas chácaras e que está a fim de mandar o prefeito Cavani de volta para suas empresas, deve olhar bem onde pisa para não cair em desgraça, pois ruim por ruim que fique o maridão de dona Sônia, que já pegou jeito e pode até melhorar numa segunda oportunidade.
Por conseguinte, o bom senso recomenda cautela ao grupo oposicionista, nada de
aventuras, caso consiga um bom nome que ele lidere propostas objetivas, adequadas à realidade do município, pois aí terá o bom senso a seu favor e o voto daqueles que amam Itapeva, que estão desiludidos com o papo furado de espertalhões "carismáticos".
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