quarta-feira, outubro 10, 2007

ITAPEVA: EDUCAÇÃO E SAÚDE PREOCUPANTES

Escrevi, na Folha do Sul de sábado, artigo (
aqui) com o título acima, onde comento (e lamento) a evolução negativa do IPRS - Índice Paulista de Responsabilidade Social de Itapeva no período 1997-2004.

O economista, professor universitário e ex-vereador (2000-2004) Flauzino Antunes, comenta o artigo em seu blog.

Transcrevo abaixo o post de Flauzino. Farei comentários em azul:

Quando fiz na faculdade, aulas de estatística e econometria, sempre os professores vinham com piadinhas sem graça sobre a matéria, como por exemplo: 1-)"Havia um casal jantando, em um restaurante qualquer, e pediram dois frangos, na média diz o estatístico, cada um comeu um frango.Certo? errado. Pois a mulher era vegetariana, portanto o homem comeu os dois frangos"

(Errado? Eu acho que o estatístico estava certo. A média de 0 frango comido por ela e 2 frangos comidos por ele é mesmo 1 frango por pessoa. Média é média.)

2-) " Dois estatísticos estavam cassando na África, quando derrepente surge um leão, o primeiro atira e a bala passa à direita do leão, o segundo atira à esquerda na mesma proporção, e os dois comemoram mesmo assim: "Acertamos!". Acertaram, sim, mas na média estatística e não no leão real. Analisar na média, moral da história, nem sempre é a melhor forma que leva aos menos avisados a cometerem erros "acertando na média e errando na realidade" .

Quando alguem, pretende fazer uma análise de dados estatísticos, tem que tomar extremo cuidado, para não cometer certos "pecados primários", em só analisar a MÉDIA sem analisar o contexto e as outras variáveis dos dados para compor a informação. Foi que aconteceu com o blogueiro Sebastião Loureiro, ele analisou os dados do IRPS - índice do governo paulista -, querendo justificar que o mercado fez sua parte e setor público não, só pelo fato de que na MÉDIA a economia itapevense cresceu.

(O IRPS é feito pela Fundação Seade e leva em consideração inúmeros - inúmeros - dados que podem ser vistos no relatório (clique aqui e vá à página 47, sobre Itapeva.).

Caro Loureiro, a economia de Itapeva cresceu, mas como? Distribuindo ou concentrando renda? Um dos principais problemas da Ciência Econômica, é crescer economicamente com distribuição da renda realizando o famoso desenvolvimento econômico, e não com concentração, fazendo uma análise profunda, é apurado o fato de que, há uma enorme concentração de renda em nosso munícipio, gerando o que o livre mercado mais sabe fazer, aumentar as diferenças entres ricos e pobres.

Temos que buscar o desenvolvimento econômico, e não o crescimento na MÉDIA, falta muito para que nossa cidade atinja esse nível, vamos lutar juntos!

(Lamento que o simpático blogueiro não tenha lido ou analisado com mais tempo os números do IPRS, disponíveis no site da Fundação Seade. Porque os dados são claros: a economia de Itapeva cresceu, a arrecadação da prefeitura cresceu mais ainda. No entanto, a escolaridade e a longevidade caíram. Ou seja, o desenvolvimento de Itapeva caiu. Culpa de quem?

Ora, a economia (ou o mercado) fez sua parte: investiu, cresceu, gerou mais emprego e maiores salários, mais impostos para a prefeitura. Se os indicadores de saúde e educação caíram, a culpa é da prefeitura, porque é ela, sobretudo, que cuida desses serviços. E tinha mais dinheiro para cuidar!

Não sou eu quem diz isso, são os números.)

1 Comments:

Blogger Prof. Economista Flauzino Neto said...

A média não diz nada, o importante é saber o desvio padrão. pois no caso do frango (desvio padrao de 100%), o dono do restaurante (governo) achou que era um para cada e todos estavam satisfeitos, mas na verdade um ainda estava com fome, é o que acontece com os governantes que trabalham com a média, acham que esta tudo perfeito na média mas tem gente com fome. e no caso do PIB per capita, Itapeva tem R$6.000/ano por pessoa (em média), isso quer dizer que não existe santas marias, guanabaras e pilões d'agua vivendo com menos R$500/ano. analisar pela média é tapar o olho para realidade. Ah! Aumento de producao e investimento, não reflete, necessariamente, em novos empregos: a orsa aumentou a producao e com novos equipamentos e mandou pessoas embora, aumentando negativamente os indicadores sociais.
Ps: não isento a PMI dos indicadores da saúde e educacao. mas não acredito que o setor privado fora uma maravilha.

7:21 AM  

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