A farsa antiprivatista
Editorial, Folha de S. Paulo
HÁ CERCA de um ano, em pleno segundo turno da disputa presidencial, a campanha petista se preocupava em eximir-se de quaisquer intenções privatistas. Lançava toda a carga dessas políticas contra a chapa de Geraldo Alckmin. A estratégia eleitoral deu certo, mas escondeu a verdade.
Ontem a segunda gestão Luiz Inácio Lula da Silva privatizou 2.600 km de rodovias federais. Concedeu a empresas o direito de explorar 36 postos de pedágio em vias importantes como a Fernão Dias (que conecta São Paulo a Belo Horizonte) e a Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba). MAIS
Editorial, Folha de S. Paulo
HÁ CERCA de um ano, em pleno segundo turno da disputa presidencial, a campanha petista se preocupava em eximir-se de quaisquer intenções privatistas. Lançava toda a carga dessas políticas contra a chapa de Geraldo Alckmin. A estratégia eleitoral deu certo, mas escondeu a verdade.
Ontem a segunda gestão Luiz Inácio Lula da Silva privatizou 2.600 km de rodovias federais. Concedeu a empresas o direito de explorar 36 postos de pedágio em vias importantes como a Fernão Dias (que conecta São Paulo a Belo Horizonte) e a Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba). MAIS
Pois é, né? Criticou, criticou, mas fez igual. Ainda bem que fez. Ainda bem que aprendeu. Porque não dá para ser Getúlio Vargas no século 21. Getúlio construiu indústrias, deu início à industrialização brasileira, beleza! O governo de Getúlio tinha mesmo que fazer porque não havia capital privado suficiente. Getúlio arrecadava em torno de 15 % do PIB e optou pelas empresas estatais - e não por mais investimentos em saúde e educação. Naquela época havia poucas escolas, a população era analfabeta. Quem cuidava da saúde eram as santas casas, propriamente chamadas de misericórdia. Saúde era favor, não direito.
No século 21, tudo mudou. A demanda por saúde e educação aumentou exponencialmente. O governo do século 21 arrecada mais de três vezes o de Getúlio. E mesmo assim tem sérias dificuldades (gerenciais, inclusive) em prestar serviços de qualidade em saúde, educação, segurança. Outra coisa: agora há capital privado abundante - no Brasil e no mundo.
Os petistas e nacionalistas viúvos de Getúlio querem o quê? Que o governo continue deixando de lado a educação, a saúde, a segurança, para investir em empresas estatais?
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