segunda-feira, dezembro 04, 2006

PINUS PARA TORA


Manejo de plantações de Pinus taeda no Brasil

FONTE

Pinus taeda é uma espécie amplamente utilizada em plantações florestais nos planaltos da Região Sul do Brasil. Durante a década de 90, nessa região, plantações de P. taeda foram estabelecidas, também, em pequenas propriedades rurais. Estas florestas têm sido importante fonte de matéria-prima. O manejo de plantações de Pinus pode ser examinado segundo as seguintes vertentes básicas:

  • plantações em pequenas propriedades rurais – em que os componentes florestais são um complemento da sua atividade produtiva e o proprietário busca a maximização do retorno desse empreendimento; e
  • plantações em grandes empreendimentos – nas quais grandes extensões de terra, dedicadas aos plantios florestais, são propriedades de empresas, muitas vezes, proprietárias, também, de indústrias processadoras de madeira. Esta particularidade faz com que a prioridade seja o abastecimento da indústria e não, necessariamente, na obtenção do máximo retorno monetário ao investimento na floresta. Para os grandes empreendimentos, pode-se usar modelos matemáticos de otimização do manejo (em especial, os modelos de "programação linear").


Dependendo do objetivo com que é produzida a madeira, devem ser tomadas decisões importantes como o espaçamento inicial, os regimes de desbastes e de podas e a idade para o corte final. Os objetivos finais da madeira podem ser para:

  • produção de fibras ou biomassa, que requer toras de pequenas dimensões para indústrias de celulose e papel, chapas de partículas de madeira aglomerada, de fibras e similares;
  • processamento mecânico, que requer toras de grandes dimensões, para processamento em serrarias e laminadoras.
As plantações de pínus devem ser estabelecidas, preferencialmente, em:
  • áreas com declividade inferior a 25 graus para se obter maior eficiência e menor custo nas operações de plantio, manutenção e cortes;
  • áreas próximas a estradas e ao mercado para reduzir os custos de transporte;
  • solos de melhor qualidade possível para maximizar o retorno monetário.
Para produzir a maior quantidade de madeira no menor número de árvores possível, deve-se adotar um espaçamento inicial amplo, com densidade de 1.100 a 1.300 árvores por hectare. Para tanto, recomenda-se adotar o espaçamento de 2,50 m x 3,00 m (1.333 mudas/ha).

Recomenda-se realizar dois a três desbastes, ou cortes intermediários, durante a rotação, removendo cerca de 40% das árvores em cada operação, nas idades aproximadas de 10, 14 e 18 anos.

Na produção de madeira para processamento mecânico, recomenda-se efetuar a poda ou desrama, das árvores. Devem ser podados os ramos verdes, em duas operações, às idades de 4 e 7 anos. A primeira operação deve ser realizada no final do inverno, até uma altura de 2,70 m a 3,00 m. A segunda deve ser feita até uma altura de 6,00 m a 7,00 m.

Pode-se realizar podas até maiores alturas mas o custo da operação será maior. O propósito da poda é a produção de tora com cerca de 6,00 m a 7,00 m de comprimento, com um cilindro central nodoso de aproximadamente 10 cm de diâmetro.

As empresas que produzem madeira para biomassa para processamento industrial (por exemplo, as de celulose e papel) têm adotado uma rotação entre 18 e 20 anos. Na produção de madeira para processamento mecânico, pode-se considerar, em princípio, uma rotação entre 20 e 25 anos. Em qualquer caso, uma análise das condições de mercado (preços, demanda, perspectivas futuras) poderá indicar a rotação mais apropriada.

O uso de modelos matemáticos, como suporte ao processo de tomada de decisões gerenciais, tem se tornado bastante intenso no Sul do Brasil. Estimativas de produção de madeira podem ser obtidas por meio de um simulador ou modelos de crescimento e de produção. Com este propósito, a Embrapa Florestas disponibilizou um software denominado SisPinus.

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