DIVIDINDO OS AGRICULTORES
Marcos Sawaya Jank, no Estadão
"O Brasil tem sido pródigo em produzir falsas dicotomias, como a idéia do agronegócio contra a pequena agricultura, a agricultura patronal contra a agricultura familiar ou os grandes produtores contra os sem-terra. Premissas equivocadas alimentam invasões de terra, repulsa a empresas multinacionais e visões opostas sobre o futuro desejável para o setor. Caso único no mundo, o Brasil tem dois ministérios de agricultura vivendo uma guerra surda por atenção e recursos, um cuidando de mecanismos tradicionais de política agrícola e o outro, da reforma agrária e da agricultura familiar."
Grande parte dos votos de Lula está ligada aos resultados espetaculares do agronegócio nos anos recentes. Geraldo Barros, da Esalq, estima que os preços dos alimentos pagos pelos consumidores brasileiros tenham caído 35%, em termos reais, entre o Plano Real e o ano passado.
O professor estima que apenas em 2005 o agronegócio tenha transferido R$ 150 bilhões para a sociedade, valor 12,5 vezes superior ao gasto atual do governo com os dois ministérios da área (R$ 12 bilhões por ano). Além disso, são US$ 40 bilhões anuais em divisas com exportações, o que coloca o País como o terceiro maior exportador e, de longe, o maior saldo comercial do planeta, já que as importações são irrisórias.
Enquanto isso, Brasília se perde numa querela ridícula entre ministérios duplicados e políticas antagônicas. Lula perdeu de Alckmin em todos os Estados agrícolas relevantes, do Sul ao Centro-Oeste. Se, de um lado, a sobrevalorização cambial permite que o governante se vanglorie dos baixíssimos preços agrícolas em ano eleitoral, do outro o troco chega de forma nada sutil, via quebradeiras no campo e perda de oportunidades na exportação." Leia mais
Marcadores: Agricultura, agricultura familiar
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