IMPERDÍVEL: POPULISMO CAMBIAL, PRÉ-ELEIÇÃO

A deflação do agronegócio

Artigo na Folha do economista Paulo Rabello de Castro, doutor em economia.

O índice de preços por atacado do agronegócio acusa uma variação nos últimos 12 meses acumulada em 13% negativos.

Deflação da ordem de 18% no segmento "grãos e cereais".

Não houve recuo expressivo do preço em dólares dessas commodities. Portanto é predominantemente ao câmbio que se deve atribuir a variação negativa na remuneração desse importante ramo produtivo.

O governo Lula, nas propagandas oficiais canta duas proezas: estabilização da a cesta básica e recordes de exportação.

Só que o santo não é governo, e sim produtor rural.

Lula acha que a população que come barato... mereceria reeleger o presidente.O milagre da reeleição depende, por assim dizer, do preço do frango, um grande eleitor nacional.

Não será difícil chegar a outubro próximo sob o efeito anestesiante da deflação do agronegócio.

O governo, se reeleito, enfrentará o "contas a pagar" do milagre da cesta básica estabilizada a golpes de câmbio de moeda forte.

O produtor rural, enquanto isso, viu secar seu cantil no meio do deserto.

Em seguida, veremos a destruição de postos de trabalho e a redução da arrecadação fiscal dos Estados produtores.

Já cometemos semelhante engano com o agronegócio várias vezes, sempre às vésperas de eleições importantes: em 1982 (máxi cambial em 83), em 1986 (Plano Cruzado), em 1994 (Plano Real) e em 1998.

Mas jamais, em nenhuma daquelas situações anteriores, o descompasso entre os preços e custos do agronegócio esteve tão flagrantemente elevado.

É achatamento da renda líquida [dos agricultores]

Paulo Rabello de Castro, 57, doutor em economia ... LEIA O ARTIGO COMPLETO