POR QUE LULA ESTÁ BEM NAS PESQUISAS?

Primeiro: é carismático-populista, sabe falar e interagir com o povão. E não sai da TV.

Segundo: o Bolsa-Família que beneficia milhares de famílias.

Terceiro: o aumento do valor do salário mínimo para R$ 350,00 - que beneficia milhares de trabalhadores e aposentados.

Quarto e mais importante: dólar baixo. O dólar fechou hoje a R$ 2,07 (com tendência de baixa). Significa que o valor do salário minimo vale 169,08 dólares, "coisa que nunca aconteceu neste país" (de fato, ficou um tempão na faixa de 70 dólares).

No mercado globalizado os preços são cotados em dólar. Daí que milho, soja, carne, leite etc estão mais baratos, caíram com o dólar.

Todas as famílias - dos mais pobres até a classe méida média - estão sendo beneficiadas por isso. A cesta básica esta mais barata. Sobra mais dinheiro para outras compras: roupas, geladeira, TV, carro. Dá para fazer mais prestações no crediário.

O lado ruím: os agricultores estão quebrando, estão passando por crise (dólar baixo => preço baixo). Na Pedra Chata, há fazendas batendo recorde de produção, e mesmo assim estão no vermelho. Crise das bravas. De vaca rejeitar bezerro. Estão fazendo manifestações de protesto em vários estados.

A população rural não passa de um quarto dos eleitores. Três quartos vivem na cidade. Como diz o ditado: azar de uns, sorte de outros.

A Volks do Brasil anunciou que pretende demitir 5 mil funcionários porque a exportação do carro Fox está no vermelho - por causa da taxa de câmbio. O governo se preocupou, prometeu estudar incentivos.

Se o dólar continuar baixo, logo virão quebradeiras, demissões. Na indústria. Na agricultura.

No momento o saldo da balança comercial é positivo. Porque o mercado internacional está aquecido (melhor desempenho em 3 décadas). Mesmo com esse dólar, há produtos dando lucro na exportação - café, açúcar, petróleo, minério de ferro etc. Há também a força da inércia: os contratos de venda foram fechados lá atrás e precisam ser cumpridos, as lavouras estão sendo colhidas e precisam ser vendidas.

Se o dólar continuar baixo, a crise vai aumentar. Mas quando a crise chegar - se deixarem - a eleição já era, ó próximo presidente já estará eleito.

E daí? Vão precisar "salvar" a economia: subindo o dólar. Dólar alto eleva a inflação e o custo de vida. Consumidores pagarão o pato.

Exagero do blog? Pois pesquise. Foi assim que FHC foi reeleito em 98. Logo no início de 99 estourou a crise cambial. Liberaram o dólar, o dólar subiu.

Um mês depois da posse de FHC-2, por aí, o petista Tarso Genro escreveu um contundente artigo na Folha de São Paulo acusando o presidente de "estelionato eleitoral". Pediu "fora FHC".

Ironia: foi a valorização do dólar em 99 e depois em 2002 (ano da eleiçao de Lula, quando o dólar se aproximou de 4 reais) que incentivou a exportação. Consequencia: a balança comercial ficou positiva depois de anos, a agricultura deu um salto, o Brasil pagou parte da dívida externa, pagou o FMI, diminui o risco-Brasil (risco de crises cambiais, de calote).

Se o dólar ficasse alto, o Brasil voltaria a encontrar o caminho do crescimento, que perdeu há quase 30 anos. Daí o desemprego bravo.

(A receita dos tigres asiáticos que crescem uma barbaridade: câmbio alto para incentivar a exportação, juro baixo para incentivar a produção e não a especulação, educação de qualidade).

O que é populismo? É sacrificar o futuro da economia para ganhar a próxima eleição.

E o país continua patinando. Que pena!