quarta-feira, maio 17, 2006

AGRICULTORES DE ITAPEVA PROTESTAM CONTRA A QUEDA DO DÓLAR

Agricultores de Itapeva e de várias regiões do país fizeram protestos na última terça-feira contra a política cambial. Eles reclamam principalmente da queda do dólar e pedem a renegociação das dívidas. Na região, foram cinco pontos de bloqueio. Agricultores da região de Itapeva fecharam a rodovia Francisco Alves Negrão, em Buri, com tratores, caminhões e máquinas agrícolas. Há dois anos, o agricultor de Buri Francisco Horvath comprou uma plantadeira e uma colheitadeira. Faltam três anos para quitar o financiamento e o negócio resultou em prejuízo, pois o preço das máquinas caiu e o valor financiado continua o mesmo. Segundo ele, dá pra comprar uma nova com o valor que tem a pagar.

A crise se arrasta há dois anos segundo os agricultores. O motivo: a queda no preço do dólar. Os produtores pedem providências ao governo federal. Outra reivindicação é o cumprimento da lei que garante preço mínimo.

De acordo com a comissão dos agricultores de Itapeva, em 80% da área destinada às culturas de inverno, como o trigo, na região, não houve plantio este ano.
O agricultor João Ghirghi Neto afirma que pode faltar produto caso o governo não tome uma atitude.
Agricultores da região de Itararé se uniram aos do norte do Paraná para protestar. Na divisa, uma barreira de veículos de pelo menos dois quilômetros de cada lado e 82 municípios do estado vizinho aderiram ao movimento (FONTE: SITE TV TEM).

ENTENDA: EFEITO DO DÓLAR NA AGRICULTURA - ECONOMISTA PAULO RABELLO. DE CASTRO
ENTENDA: "A TAXA DE CÂMBIO"

(Espaço do internauta. "Olá Aprendiz! Aqui é o Nhô Quinzote. Escuite aqui, meu fio, ocê é novo, eu sô vivido, já vi de tudo, mas desse jeito ainda num tinha visto. Nem pricisa doutô economista explicá. Tô sabendo, rapaiz, meu neto viu nessa tar de internética, coisa boa siô, agora sei quando vai chovê! O qui tão fazeno, é muito simple de entendê. Ganhá a eleição na nossa costa! Arroiz barato, plantadô quebrado! Milho barato, plantadô cheio di dívida. O dotô Paulo economista tá muito certo quando diz qui o goveno canta de galo as proeza, só que o santo não é governo, é o produtor rural. Dispois, comê o quê? Essa turma pensa qui feijão dá em supermercado, nunca viram uma vaca. Que qué isso di ficá chamano agricultor de chorão. Vão pegá no cabo da enxada, prá vê o que qué bão! É só ponhá a bunda nu banco du trator de sor a sor pá endendê o que tô falano! Num digo qui num tenha agricultor aproveitadô. Tem sim, mas é us grandão amigo dus político lá di cima.)

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Aprendiz é caipira. Fala de Nhô Quinzote lembra a fala de seu vô. Saudade de chupar mexerica trepado na copa da árvore. Bons tempos!

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

os artigos são excelentes, explicam muito bem o populismo cambial: ganhar a eleição, nem que quebre os lavradores.

3:28 AM  
Anonymous Anônimo said...

Olá, pessoal. Uma coisa digo a todos vocês: se os agricultores da nossa região estão deixando suas casas para protestar em beira de pista, é sinal de que a situação realmente é grave.

Mas alguém aí desse lado acredita que o governo vá promover alguma ação para melhorar a vida do produtor rural? Subsídios agrícolas, no Brasil?

Talvez. Talvez quando a fome que eles estão sentindo nesse momento chegue aos estômagos bem-educados da classe média brasileira. E acho que ela vai chegar..

Juliana Oliveira

9:08 AM  
Anonymous Anônimo said...

Subsídio agrícola para ajudar o agricultor?

Não acredito que o produtor brasileiro, competente como está, precise de subsídio.

O que os agricultores precisam é de preço, e no mercado globalizado de hoje, o preço é fixado em dólar. Daí o desastre provocado pelo dólar a 2,10

Os europeus, sim, precisam de subsídio - para poder competir conosco, que somos muito mais competentes (com a ajuda do sol, água e terras abundantes e, infelizmente, mão-de-obra barata). Os europeus não querem tirar o subsídio exatamente para não perderam a parada para nós (se tirarem, acaba a agricultura deles!)

Até o início dos anos 90 a agricultura brasileira era subsidiada com abundante crédito de juro baratinho. Tiraram (governo Collor) o subsídio e o que aconteceu? A agricultura brasileira não sentiu, pelo contrário, produziu muito mais. É verdade que alguns ficaram pelo caminho - como os pequenos, por falta de escala.

Ficaram também os "agricultores" movidos à crédito farto jorrado das tetas dos bancos oficiais.

Finalizando, nosso agricultor precisa é de preço (dólar competitivo!!), e claro, seguro, porque a atividade é de risco (chuvarada, seca, granizo etc).

O dólar baixo é o principal cabo eleitoral da reeleição (muito mais que cesta básica etc) e tende a ficar assim, por razões óbvias, até a eleição, que coincide com a época de novo plantio.

Será que os agricultores terão condições de plantar a mesma área?

Tenho dúvidas. Daí a previsão sinistra: o Brasil poderá colher uma safra menor, depois de anos seguidos de recordes após recordes.

Por falar em classe média, o governado Lembo deu contundentes declarações à respeito da mesma: "Nós temos uma burguesia muito má. Este país tem que deixar de ser cínico."

Lembo disse uma verdade verdadeira.

Perguntar não ofende: será que os trabalhadores no poder estão virando também classe média cínica?

Confira a resposta com um agricultor.

10:29 AM  
Blogger Sebastiao Loureiro said...

Obrigado pessoal pela visita. Sandro, Juliana Oliveira e outros. É muito bom ouvir pessoas inteligentes, sensibilizadas e preocupadas com um assunto tão importante como é a agricultura. Mais numa região agrícola como a nossa. Continuem presentes!

10:41 AM  
Anonymous Anônimo said...

Por que as pessoas não divulgam seus nomes, mesmo quando escrevem artigos tão bacanas?

5:06 PM  

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