CRIANÇAS NA PRAÇA ANCHIETA, EM ITAPEVA, PREOCUPAM PROFESSOR DA UNESP

E AS CRIANÇAS DE ITAPEVA?

Marcelo Takeshi Yamashita – Professor de Física da UNESP de Itapeva.

Já faz quase um ano que observo o aumento de crianças de rua na Praça Anchieta, em Itapeva. A Guarda Municipal que antes ameaçava os menores com a possível chamada do Conselho Tutelar, agora se limita a vê-los pedindo dinheiro para as pessoas que estacionam os carros ao redor da Praça.

O problema ainda é agravado pela atitude de algumas pessoas que dão dinheiro às crianças. Essa atitude, que à primeira vista pode ser relacionada a pessoas caridosas e preocupadas com os problemas sociais, após uma análise mais cuidadosa vemos que elas de fato só incentivam a mendicância, e no final das contas, tem-se um efeito social negativo.

A doação de esmola talvez possa ser analisada como uma espécie de "terapia", pois a pessoa que fez a doação fica com a impressão (falsa!) de que fez uma boa ação.

A ajuda às pessoas carentes deveria ser feita através de ações que de fato pudessem agir de maneira mais eficaz no combate da desigualdade social.

Devemos enfrentar a questão dos menores de rua antes que ela tome grandes proporções (será que ainda não tomou?)

Creio que Itapeva (se tomar agora as providências necessárias!) poderá, num futuro próximo, se tornar um pólo de desenvolvimento regional sem que possua os problemas sociais que tanto afetam as grandes metrópoles.

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(Aprendiz gostou e recomenda o artigo do Professor. É isso aí, precisamos sim, é dever moral cuidar de nossos meninos! Com profissionalismo!)

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(Madalena, religiosa, sensível com as questões sociais, acabou de ligar: Aprendiz, beleza de artigo. Queria lembrar que com os R$ 1.600.000,00 que vão torrar na construção chiquérrima da sede da Câmara, dava para resolver o problema.Sabe como são esses políticos, os meninos não votam! Depois ficam reclamando da violência, blindando carros, muros altos, alarmes sonoros, andando com dois seguranças.

Você mesmo, Aprendiz, se mandou lá para cima da Casa de Pedra, no bem-bom!

E nós aqui no vale de lágrimas, como ficamos nessa? Pagamos impostos caros para que o governo cuide disso! O Deitado Eternamente precisa acordar!!! Um abraço, tô com pressa, vou a igreja, depois a gente se fala)

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(Zé Cofrinho (não chame ele desse nome que dá briga) acabou de passar um e-mail. Aprendiz, a Madalena falou uma coisa muito certa. Que mordomia de sede, hein? O diretor da multinacional onde eu trabalhei (foi lá que ele aprendeu economês), o diretor é meu amigão, ele me disse que lá na terra dele a coisa é assim: o imposto é alto, mas o governo investe pesado na rede de proteção social que ajuda os mais pobres. Aqui é esquisito: o imposto é mais alto ainda, mas cadê os serviços públicos de qualidade? Para onde vai a montanha de dinheiro que os governos arrecadam? Vou conversar com meu amigo diretor, ele é economista formado em Harvard, parece que é esse o nome, meu inglês anda ruim, cara. Depois te conto).

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Alô? Senhor Aprendiz? Aqui é o doutor Rui Babosa, jurista. Data vênia, gostaria de enriquecer o contraditório que se trava no mais elevado nível. Para tanto, permita-me o insigne responsável que eu cite a Lei Maior:

Art. 3° - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...) III-erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdadas sociais e regionais.(grifo nosso).