3. O ensacamento de frutas (pêssego, uva, goiaba, nêspera, banana, maracujá
O ensacamento das frutas para protegêlas
do ataque de moscas é uma das práticas
fitossanitárias mais antigas e eficazes. Na
década de 60, quando a Grande Porto Alegre
era o principal pólo de produção de
hortigranjeiros no Rio Grande do Sul, o
ensacamento era prática usual, principalmente
para o pêssego, pêra e ameixa.
Usavam-se sacos de papel encerado e de papel manteiga
e, também, folhas de jornal , para proteger os
cachos de uva contra o ataque de vespas e
outros insetos (ROSA, 2002).
Nos municípios de produção citrícola, o
ensacamento era praticado correntemente,
desde o início do século passado, exigindo dispêndio
elevado de material e, em especial, de
mão-de-obra, tornando-se inviável, principalmente
nos grandes pomares, onde difícil se
tornava a obtenção de mão-de-obra barata e
abundante (GONÇALVES et al., 1958).
A partir do final da década de 60 e início
dos anos 70, o ensacamento praticamente
deixou de ser feito, substituído pela aplicação
de iscas com inseticidas para controle da
mosca-das-frutas. A escassez de mão-de-obra
na zona rural, o maior custo, o tamanho dos
pomares e o preço final da fruta são fatores
que hoje limitam esta prática a determinadas
espécies e variedades.
A mosca-das-frutas ataca o pêssego no início
ou durante o período de inchamento do
fruto, quando estiver ligeiramente mole. Um
modo prático para determinar o "ponto" é cravar
levemente a unha no fruto. Se ocorrer um
"estalo", estará no ponto de ataque, geralmente
acontecendo em torno de 20-25 dias antes
da maturação (EMBRAPA, 1990).
A proteção de pêssegos com saquinhos de
papel é bastante eficiente contra a mosca-dasfrutas.
Os frutos não ficam bichados e apresentam
melhor aparência pela sanidade e
maturação uniforme.
A época mais aconselhável para a realização
do ensacamento é antes do início do
inchamento, isto é, quando os frutos ultrapassarem
o diâmetro de, mais ou menos, 6 a
7 cm (SACHS et al., 1984).
Lorenzato (1988) recomenda proteger os
frutos com saquinhos de papel encerado, com
dimensões de 23x16 cm, 27x20 cm e outras,
logo que estejam formados, antes que ocorra
o ataque da mosca. Devem ser colocados lateralmente
em relação ao ramo e amarrados
com arame fino n.º 24 por trás do ramo que
sustenta o fruto. (SACHS et al., 1984). Shizuto
(1973) recomenda usar amarrilhos de junco
55
Agroecol. e Desenvol. Rur. Sustent. Porto Alegre, v.3, n.4, out/dez 2002
A lternativa
Tecnológica
fino, barbante ou fita de plástico para amarrar
os saquinhos.
Piza Junior e Kavati (2002), reportando-se
ao ensacamento da goiaba de mesa (Psidium
guajava L.), consideram que os frutos remanescentes
do desbaste são protegidos por sacos
de papel-manteiga, com as dimensões
usuais de 15x12 cm, que podem ser adquiridos
prontos. Todavia, os produtores preferem
fazer sacos a partir de resmas de papel adquiridas
do fabricante, pela melhor qualidade
do produto empregado, que apresenta maior
durabilidade e resistência. Os sacos são presos
no pedúnculo do fruto ou no ramo que o
sustenta, por meio de um fitilho vegetal ou
arame fino.
O ensacamento das goiabas novas (tamanho
da azeitona), visa obter frutos de melhor
qualidade e sem resíduos de agrotóxicos. Tem
a finalidade de proteger o fruto do ataque do
gorgulho, das moscas-das-frutas e da incidência
direta do sol (SILVA, 1998).
Em nespereira, o cacho é revestido com
saquinhos de papel para impedir o ataque de
aves e insetos (JORDÃO; NAKANO, 2000).
Na bananicultura, utilizam-se sacos de
polietileno. É uma prática usada principalmente
para cultivos destinados à exportação,
apresentando como vantagens: aumentar a
velocidade de desenvolvimento dos frutos;
evitar o ataque de pragas (abelha irapuá,
tripes, etc.) e melhorar a qualidade geral da
fruta pela redução dos danos relacionados com
raspões, queimaduras no fruto pela fricção de
folhas dobradas, escoras e processo de corte
do cacho e seu manuseio. A operação consiste
em se eliminar a última penca, deixandose
apenas um "dedo", que permitirá a circulação
normal da seiva (ALVES, 2000).
Para o ensacamento da graviola são utilizados
sacos plásticos translúcidos perfurados
no fundo, quando os frutos tiverem cerca de
3 a 5 cm (SACRAMENTO, 2000).
Em tomateiros, visando o controle das pragas
dos frutos Neoleucinodes elegantalis (broca-
pequena) e Helicoverpa zea (broca-grande),
Jordão & Nakano (2000) testaram o efeito do
ensacamento de pencas de tomates, associadas
ou não a repelentes. Houve redução do
ataque dessas pragas com resultados semelhantes
ao nível controle químico padrão.
Para a proteção dos cachos de uva contra
a ação de insetos, pássaros e de moléstias
criptogâmicas na fase de maturação, Marengo
(2002) recomenda o uso de plásticos transparentes.
Além da finalidade fitossanitária, o
ensacamento serve para manter a uniformidade
de coloração (RIVADULLA, 1996, citado
por JORDÃO; NAKANO, 2000).
Na cultura da alcachofra, Isechi et al.
(1998) recomendam o ensacamento dos botões
ou inflorescências (partes comestíveis)
com sacos de papel para preservar a sua cor
roxa característica, que assegura melhor preço
no mercado.
Para a proteção do marmelo, Duarte (2000)
recomenda o ensacamento quando os frutos
apresentarem cerca de 4 cm de diâmetro,
usando-se saquinhos de papel impermeável,
de 20x25 cm.
Na cultura do maracujazeiro, ensacam-se
os frutos para protegê-los das moscas-das-frutas
e do percevejo-do-maracujá, Diactor
bilineatus (JORDÃO; NAKANO, 2000)
O ensacamento das frutas para protegêlas
do ataque de moscas é uma das práticas
fitossanitárias mais antigas e eficazes. Na
década de 60, quando a Grande Porto Alegre
era o principal pólo de produção de
hortigranjeiros no Rio Grande do Sul, o
ensacamento era prática usual, principalmente
para o pêssego, pêra e ameixa.
Usavam-se sacos de papel encerado e de papel manteiga
e, também, folhas de jornal , para proteger os
cachos de uva contra o ataque de vespas e
outros insetos (ROSA, 2002).
Nos municípios de produção citrícola, o
ensacamento era praticado correntemente,
desde o início do século passado, exigindo dispêndio
elevado de material e, em especial, de
mão-de-obra, tornando-se inviável, principalmente
nos grandes pomares, onde difícil se
tornava a obtenção de mão-de-obra barata e
abundante (GONÇALVES et al., 1958).
A partir do final da década de 60 e início
dos anos 70, o ensacamento praticamente
deixou de ser feito, substituído pela aplicação
de iscas com inseticidas para controle da
mosca-das-frutas. A escassez de mão-de-obra
na zona rural, o maior custo, o tamanho dos
pomares e o preço final da fruta são fatores
que hoje limitam esta prática a determinadas
espécies e variedades.
A mosca-das-frutas ataca o pêssego no início
ou durante o período de inchamento do
fruto, quando estiver ligeiramente mole. Um
modo prático para determinar o "ponto" é cravar
levemente a unha no fruto. Se ocorrer um
"estalo", estará no ponto de ataque, geralmente
acontecendo em torno de 20-25 dias antes
da maturação (EMBRAPA, 1990).
A proteção de pêssegos com saquinhos de
papel é bastante eficiente contra a mosca-dasfrutas.
Os frutos não ficam bichados e apresentam
melhor aparência pela sanidade e
maturação uniforme.
A época mais aconselhável para a realização
do ensacamento é antes do início do
inchamento, isto é, quando os frutos ultrapassarem
o diâmetro de, mais ou menos, 6 a
7 cm (SACHS et al., 1984).
Lorenzato (1988) recomenda proteger os
frutos com saquinhos de papel encerado, com
dimensões de 23x16 cm, 27x20 cm e outras,
logo que estejam formados, antes que ocorra
o ataque da mosca. Devem ser colocados lateralmente
em relação ao ramo e amarrados
com arame fino n.º 24 por trás do ramo que
sustenta o fruto. (SACHS et al., 1984). Shizuto
(1973) recomenda usar amarrilhos de junco
55
Agroecol. e Desenvol. Rur. Sustent. Porto Alegre, v.3, n.4, out/dez 2002
A lternativa
Tecnológica
fino, barbante ou fita de plástico para amarrar
os saquinhos.
Piza Junior e Kavati (2002), reportando-se
ao ensacamento da goiaba de mesa (Psidium
guajava L.), consideram que os frutos remanescentes
do desbaste são protegidos por sacos
de papel-manteiga, com as dimensões
usuais de 15x12 cm, que podem ser adquiridos
prontos. Todavia, os produtores preferem
fazer sacos a partir de resmas de papel adquiridas
do fabricante, pela melhor qualidade
do produto empregado, que apresenta maior
durabilidade e resistência. Os sacos são presos
no pedúnculo do fruto ou no ramo que o
sustenta, por meio de um fitilho vegetal ou
arame fino.
O ensacamento das goiabas novas (tamanho
da azeitona), visa obter frutos de melhor
qualidade e sem resíduos de agrotóxicos. Tem
a finalidade de proteger o fruto do ataque do
gorgulho, das moscas-das-frutas e da incidência
direta do sol (SILVA, 1998).
Em nespereira, o cacho é revestido com
saquinhos de papel para impedir o ataque de
aves e insetos (JORDÃO; NAKANO, 2000).
Na bananicultura, utilizam-se sacos de
polietileno. É uma prática usada principalmente
para cultivos destinados à exportação,
apresentando como vantagens: aumentar a
velocidade de desenvolvimento dos frutos;
evitar o ataque de pragas (abelha irapuá,
tripes, etc.) e melhorar a qualidade geral da
fruta pela redução dos danos relacionados com
raspões, queimaduras no fruto pela fricção de
folhas dobradas, escoras e processo de corte
do cacho e seu manuseio. A operação consiste
em se eliminar a última penca, deixandose
apenas um "dedo", que permitirá a circulação
normal da seiva (ALVES, 2000).
Para o ensacamento da graviola são utilizados
sacos plásticos translúcidos perfurados
no fundo, quando os frutos tiverem cerca de
3 a 5 cm (SACRAMENTO, 2000).
Em tomateiros, visando o controle das pragas
dos frutos Neoleucinodes elegantalis (broca-
pequena) e Helicoverpa zea (broca-grande),
Jordão & Nakano (2000) testaram o efeito do
ensacamento de pencas de tomates, associadas
ou não a repelentes. Houve redução do
ataque dessas pragas com resultados semelhantes
ao nível controle químico padrão.
Para a proteção dos cachos de uva contra
a ação de insetos, pássaros e de moléstias
criptogâmicas na fase de maturação, Marengo
(2002) recomenda o uso de plásticos transparentes.
Além da finalidade fitossanitária, o
ensacamento serve para manter a uniformidade
de coloração (RIVADULLA, 1996, citado
por JORDÃO; NAKANO, 2000).
Na cultura da alcachofra, Isechi et al.
(1998) recomendam o ensacamento dos botões
ou inflorescências (partes comestíveis)
com sacos de papel para preservar a sua cor
roxa característica, que assegura melhor preço
no mercado.
Para a proteção do marmelo, Duarte (2000)
recomenda o ensacamento quando os frutos
apresentarem cerca de 4 cm de diâmetro,
usando-se saquinhos de papel impermeável,
de 20x25 cm.
Na cultura do maracujazeiro, ensacam-se
os frutos para protegê-los das moscas-das-frutas
e do percevejo-do-maracujá, Diactor
bilineatus (JORDÃO; NAKANO, 2000)
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8 Comments:
ola
onde posso comprar os saquinhos>> se puder me enviar o site da loja
obrigada
belufjf@hotmail.com
"protegêlas"???????
No início do texto podemos encontrar essa palavra acho que inventada a pouco, pois a desconheço!
Conheço a expressão protegê-las e não protegêlas. CUIDADO, erros grotescos como esse pode causar falta de credibilidade ao site.
Obrigada.
Eu acho que é muito importante o consumo de alimentos naturais, porque eles fazem o corpo muito bem e especialmente se eles são preparados por profissionais e em restaurantes em sp
ola. Tambem gostaria de saber onde comprar esses sacos. Se possivel mande o site ou loja especializada no meu email. yuribertocco@hotmail.com
Também Gostaria de comprar estes sacos favor enviar os possíveis locais para a compra. Obrigado. Meu nome é Antonio Carlos e-mail a.porto1959@oi.com.br
Otimas dicas!obrigada!!
Cuidado com a polícia da língua portuguesa. Mais GROTESCO e RUDE é vir aqui comentar somente sobre a grafia (anonimamente ainda por cima) e não sobre o conteúdo do blog. Todos cometemos erros.
Muito legal a dica. Parabéns ao blog. Meu primo tem uma goiabeira bonçai que gerou dois frutos. Ele enrolou os frutos com duas camadas de tule bem fino para impedir insetos e passarinhos de comê-los. O que ainda possibilitou os frutos de receberem luz do sol e água.
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