COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA
Sebastião Pereira da Costa
Lobato se virou no túmulo
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Sebastião Pereira da Costa
Lobato se virou no túmulo
Numa
frase emblemática, Monteiro Lobato disse: “um grande país se faz com
homens e com livros”; ele quis chamar a atenção para o alto índice de
analfabetos no Brasil e, ao mesmo tempo, despertar o interesse das
pessoas para a importância da leitura no desenvolvimento não só pessoal,
mas social e econômico de uma nação.
Esse
enunciado sobre o valor da leitura do combativo Lobato era extensão de
sua luta por um Brasil melhor e mais justo, luta que incluía “o petróleo
é nosso”, que deu no que deu, naqueles tempos bicudos de domínio dos
trustes internacionais.
Em
Itapeva dois episódios demonstram que, aqui, tem gente que, além de não
ter lido Lobato, não gosta de livros, senão teria mais respeito por
eles.
O
primeiro episódio é de quando a Câmara Municipal ficava no prédio onde
hoje é a Estação Cultura e foi protagonizado pelo então Presidente da
Casa, Paulo de la Rua, que mandou encaixotar toda a biblioteca! Não se
sabe o motivo da atitude temerária do vereador, mas, na época, dizia-se
chistosamente, que por ser anexa ao plenário da Câmara a biblioteca
incomodava os vereadores; não só pelo cheiro dos livros, mas a presença
insólita daqueles livros todos, clamando por leitura, tendo tantos
homens públicos ali, tão próximos, que nunca leram um livro na vida; um
paradoxo que o empedernido presidente da Casa resolveu, encaixotando a
biblioteca e tirando-a dali.
O
segundo episódio foi recente. O cidadão Marcos Melo Primo contou que
fez doação de todos os livros, juntamente com as estantes, que
pertenciam ao seu pai, o saudoso João Primo, à Secretaria de Cultura.
Depois ele viu (e fotografou) os livros jogados no chão, num cômodo no
Pilão D´água, correndo risco de ser danificados. Indignado, ele reclamou
com a secretária Setembrina e aí guardaram os livros em lugar seguro.
Ele já pensava em pedir de volta o acervo e doar para alguma escola.
Acredito
que a Setembrina não mandou jogar os livros; isso deve ter sido
desleixo de algum funcionário, que também não gosta de livros.
Entretanto, se a secretária gostasse de livros teria ido, até por
curiosidade, conhecer os títulos das obras; por que será que nossos
homens (e mulheres) públicos têm tanta aversão por livros? Em Itapeva, a
biblioteca nunca teve prédio próprio, motivo pelo qual em breve vai ser
transferida para outro local, a fim de dar lugar ao Poupatempo. Outra
vez encaixotada!
Biblioteca Pública, em prédio próprio, uma prioridade para nossa cultura.
Nova classe política?
Com
as últimas eleições municipais foram devolvidos à sociedade os
derradeiros caciques políticos de Itapeva, entre os quais alguns
filhotes, herdeiros do modo conservador de pensar e gerir a coisa
pública; alguns deles inelegíveis por improbidade.
Excetuando-se
uns poucos vereadores desse período coronelista, novos agentes
políticos surgiram representando uma nova safra, entre os quais o
prefeito Zé Roberto que, malgrado seja fruto dessa época, ele pode
implementar a renovação política que todos almejamos, há décadas. Por
enquanto nenhuma novidade para se comemorar, mas ainda cedo para sentir
se vai mudar ou continuar como dantes no quartel de Abrantes.
Pelo menos os novos secretários são bons de papo, tem que ver se... Oremos.
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1 Comments:
Como perguntaria o "Nerso da Capitinga", vc se lembra da Dona Política ? Morreu.
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