MARKETING NO CÓDIGO FLORESTAL
DEU NA FOLHA:
Fernando Rodrigues
O veto do marketing
BRASÍLIA - O PT está no poder há nove anos, quatro meses e 26
dias. Não há razão objetiva para um governo, qualquer governo, com todo
esse tempo não ter até hoje aprovado uma boa lei para regular de maneira
ampla a área ambiental.
Ontem, ministros circunspectos apareceram em uma entrevista para dizer
que a presidente Dilma Rousseff tinha vetado 12 pontos do Código
Florestal aprovado pelo Congresso. Uma medida provisória será baixada na
segunda-feira para tapar os buracos e o vácuo legal produzidos pelos
trechos suprimidos da lei.
As MPs só são permitidas quando editadas sobre temas de relevância e
urgência para o país. O PT ficou nove anos, quatro meses e 26 dias e não
houve urgência. Agora há? Eis aí uma pergunta para os deputados e os
senadores responderem.
Na apresentação de ontem, até com projeção de slides, a titular da pasta
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o objetivo dos 12 vetos
foi "não anistiar o desmatador, preservar os pequenos proprietários e
responsabilizar todos pela recuperação ambiental". Vale outra pergunta:
se o Planalto tem uma base de apoio tão ampla no Congresso, por que não
disse a esses deputados e senadores quais eram as diretrizes a serem
seguidas quando o Código Florestal foi votado?
Quem sempre vê o copo mais cheio do que vazio poderá considerar a
decisão de Dilma tardia, mas adequada. Os pessimistas dirão que a
presidente errou ao não vetar por completo o Código Florestal.
No fundo, a régua e o compasso usados nos 12 vetos de Dilma atendem pelo
nome de marketing. O Planalto precisava dar uma resposta pública antes
da Rio+20, conferência da ONU agora em junho.
Nada como fazer uma MP prometendo um mundo perfeito sabendo que não dará
tempo para o assunto ser votado. Passada a Rio+20, a tensão cai e o
interesse do Planalto volta ao nível normal.
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