quinta-feira, maio 10, 2012

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA
Justiça aceita agrados da Câmara

A Câmara Municipal, em 23 de abril p.p., concedeu títulos honoríficos a dois jovens representantes da Justiça de Itapeva, digníssimo promotor público doutor Hélio Dimas de Almeida Jr. e meritíssimo juiz de direito doutor Rodrigo Vieira Murat. Duas homenagens mais que merecidas, porquanto, ambos vêm desempenhando, com presteza e imparcialidade ímpares, seus papeis de lídimos cumpridores da lei, mesmo quando os denunciados são vereadores. Portanto, nada há que os desabone no nobre mister de fazer cumprir os códigos, cível e eleitoral.

Entretanto, perante a opinião pública, essa homenagem pareceu um tanto suspeita, capciosa, por parte da edilidade, uma forma sub-reptícia e pretensiosa de “amaciar” os nobres guardiões da lei, pois se sabe, através da imprensa, de vereadores indiciados pelo Ministério Público por improbidade e infidelidade partidária; o próprio Presidente da Câmara, Paulo de La Rua, é vice-campeão de processos contra ele no MP, e só perde para o prefeito Cavani. Por isso, pegou mal o agrado dos envolvidos.

No entendimento popular, tanto o promotor como o juiz não deviam ter aceitado as homenagens, pelo menos, enquanto perdurassem as ações contra aqueles que faziam as homenagens, face à perspectiva de que eles podiam ser coagidos, pela emoção, a condescender em suas decisões no caso de ser o réu vereador ou prefeito.  

Este escriba crepuscular por três vezes rejeitou convite de vereadores para ser homenageado pela Câmara, porque, na ocasião, falaram mais alto a sua independência e credibilidade, pois quem tem o dever de ofício de opinar (ou de julgar), deve tomar cuidado com homenagens suspeitas, que podem comprometer-lhe a isenção, pois a vaidade é uma armadilha emocional que pega até os mais precavidos. Alea jacta est.

Gente nova no pedaço

Com a intempestiva e inexplicável renúncia do empresário Juninho da Bauma (PMDB) à sua candidatura a prefeito, exigida temerariamente pelo prefeito Luiz Cavani (PSDB), a oposição ficou reduzida, por enquanto, a dois virtuais candidatos ao cargo: Diclei Mendes Santos (PRB) e Mazen Haidar (PP). Outros ainda podem aparecer.

Diclei da Farmácia, como é mais conhecido, vem trabalhando sua candidatura com estilo próprio, ou seja, uma vez por mês ele reúne amigos num convescote em sua chácara, onde são servidos salgadinhos, cerveja e refrigerantes; em contrapartida os amigos levam pacotes de arroz, feijão, litro de óleo e leite, para distribuir aos pobres, sem mencionar, ele garante, que a caridade tem fins eleitorais. Também distribuiu na cidade folhetos com a genealogia de sua família e, recentemente, um com fotos do Chimitão e Cícero Marques, na campanha de 68. Convenhamos que sua estratégia de marketing eleitoral seja bastante singular, inédita nos anais das campanhas políticas. Ainda não se sabe de seus contatos políticos para eventuais coligações. Aguardemos.

Mazen Haidar optou pelo estilo tradicional ao se reunir, inicialmente, com presidentes de partido e correligionários em restaurantes, onde rolava pizza, cervejinhas e refrigerantes, contudo, aconselhado por amigos, agora suas reuniões são a seco, quer dizer, nada de bebidas, só água mineral. Portanto, quem não quiser passar fome, tem que jantar antes de ir para as reuniões (pode levar lanche, se quiser). Incansável, ele tem ido atrás de apoios político-partidários e, curiosamente, já contabiliza, entre seus virtuais aliados, partidos de esquerda e de centro como o PT, PC do B, PSB, PTB dentre outros que, contatados, ainda não se pronunciaram. Como divulgação visual, há apenas fotos dele e da esposa Patrícia, em propagandas profissionais, cartazes, lista telefônica e aparições esporádicas na TV Tem. Nada que o comprometa perante da lei eleitoral.

Aviso aos navegantes: Mazen é candidato da oposição, pra valer, não é de lua e não tem medo dos arreganhos de Luiz Cavani. Consta que não tem o rabo preso com ninguém, sendo o mais cotado para encarar o protegido do prefeito. Oremos.
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