JEITO PT DE ...
Rogério GentileFOLHA SP
Fábrica de dinheiro
SÃO PAULO - O escândalo da compra inútil de 28 lanchas pelo
governo Dilma Rousseff é revelador da criatividade da politicagem
brasileira na hora de resolver um de seus principais problemas, que é
justamente o de como fabricar dinheiro.
Seu roteiro é um verdadeiro "manual do malfeito". Em primeiro lugar, o
Ministério da Pesca simplesmente inventou uma necessidade. Comprou por
comprar. Disse que precisava aumentar a fiscalização ambiental da
atividade pesqueira no país, mesmo não tendo a competência legal para
atuar nessa área.
Também não avaliou se órgãos que podem fazer tal fiscalização, como
Marinha, Polícia Militar e Ibama, precisavam de tais embarcações e se
teriam condições para mantê-las.
O segundo passo foi realizar uma concorrência com graves suspeitas de
dirigismo, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União.
O ministério fez tantas e tão específicas exigências que pouquíssimos
estaleiros teriam condições de disputar. O texto chegava a especificar
as configurações do banheiro do barco.
Sem a competição, evidentemente, o governo federal acabou comprando
barcos por valores superiores aos praticados pelo mercado. "Pelo que
pagou por cinco lanchas, o ministério poderia ter adquirido seis", diz a
auditoria do TCU.
O final da história é o clássico. Um assessor do Ministério da Pesca
procurou o fabricante e, obviamente, conseguiu uma doação para as
campanhas eleitorais do PT de Santa Catarina, coincidentemente o partido
e o Estado do então ministro da Pesca.
E as lanchas? Bom, quase três anos após a primeira licitação, quando a
auditoria do tribunal de contas foi finalizada, 23 dos 28 barcos estavam
fora de operação, muitos deles guardados pelo próprio estaleiro, pois
não havia onde ser entregues, e correndo risco de sofrer danos por falta
de manutenção adequada.
Fabricado o dinheiro, claro, não havia motivo algum para o ministério se preocupar com as embarcações.
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