COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA
Copioso rega-bofe político-eleitoral
Sexta-feira,
por volta das treze horas, o salão do Space Vitoria-Régia, no Jardim
Ferrari 3, já estava lotado com a mais fina flor da política itapevense e
por cidadãos da elite local, todos com sorriso lacrado na face. O PMDB,
presidido pelo diretor deste semanário, Jeferson Modesto, aproveitou a
vinda do presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), que viera inaugurar a
nova escola do SESI, para promover o encontro de suas lideranças e de
demais partidos com vista às próximas eleições municipais.
Logo
à entrada os convidados eram etiquetados por belas recepcionistas,
vestidas com o indefectível “pretinho-básico” um palmo acima dos joelhos
e as belas pernocas a atrair o olhar lascivo dos machões. Mesas com
toalhas e guardanapos de linho, distribuídas pelo local, apresentavam
uma sortida de quitutes finos e sucos naturais (salgadinho e tubaína é
coisa de petista) e o melhor, sem o famigerado som-alto ambiente, que,
em Itapeva, é uma espécie de “abafa-conversa”.
À
esquerda do salão, num mini-palco elevado, Monterão, desabrido,
acariciava com sua verve inconfundível o ego de cada convidado
importante que entrava, mas só o prefeito Cavani recebeu salva de
palmas, puxada por seus secretários (claro), e ele abriu sorriso de uns
15 músculos faciais, cumprimentando os convidados mais risonhos, indo em
seguida para o mini-palco, junto aos demais “notáveis”, dentre os quais
o homenageado Paulo Skaf, futuro candidato a governador.
Dos
secretários municipais só estavam presentes os cinco “prefeitáveis”, os
demais como Xixo, Toninho Bucho, Cassiano, Davi etc. foram
desconvidados. Os secretários ficaram todos juntos, em pé, próximo a
este escriba crepuscular, exceção do Armandinho que ficou afastado,
sozinho, jururu, decerto, por não querer se misturar. Ao lado dos
secretários, professor Geraldo do PT, de bonezinho, e o padre Benedito,
de batina nova, impecável, degustavam (comer é coisa de pobre)
pasteizinhos de carne; advertidos por este escriba de que era
sexta-feira de quaresma, o padre sorriu e sapecou o catecismo atual para
o abelhudo agnóstico: “a Igreja há muito liberou comer carne na
quaresma, só proibiu na Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira da Paixão”.
Ah, bom.
Claro,
estava presente o mais festejado candidato peemedebista da região,
Juninho da Bauma (dizem que foi ele quem pagou a conta da festa).
Juninho ainda não tem cacoetes políticos e tentava ser comunicativo.
Dentre os convidados ilustres, o presidente da Unimed, Mario Tassinari e
seu tio, deputado Ulysses (PV); o pastor presbiteriano Weslei Eller,
esposa e filho (não vi nenhum pastor pentecostal, grandes
cabos-eleitorais); delegado Reinaldo Braga; empresário tucano, Heliton
do Valle, virtual candidato a prefeito de Itararé; o médico Mazen Haidar
e esposa, futuro candidato do PP; vereadores Comeron e Júnior Guari
(felizes) Paulinho e Tarzan (desenxabidos).
Devido
a falta de um profissional do ramo, a má qualidade do som do microfone
prejudicou os oradores, mal se entendia as falas, só conseguia quem
estava próximo. Como não se entendi quase nada, deixo de comentar o que
eles disseram. Uma pena.
Em
eventos políticos sempre se improvisa o som, geralmente, músicas de
mau-gosto, altíssimas, desta vez, porém, o microfone foi o vilão;
todavia, quase no fim da festa, o encarregado do som aumentou o volume
das caixas e espantou todo mundo.
Mas
o clima descontraído no mini-palco dos maiorais da política foi
comovente, não havia adversários, nem deste nem daquele lado,
confraternizavam o que parecia uma virtual união para um único candidato
(quem?), pois estavam presentes quase todos os candidatos declarados às
próximas eleições, tanto os da situação como da “oposição”. A impressão
deixada pelo evento é que o próximo prefeito já está definido, falta
comunicar a patuléia, que, como tudo em política, é a última a saber e a
primeira a se “ferrar”. Adianta dizer que uma Administração sem
oposição é um risco muito grande? Que a população pode ficar à mercê da
vontade de um prefeito despótico, incapaz e corrupto, sem ninguém para
defendê-la, quer dizer, ela pode ser vítima da própria burrice da
unanimidade. Nesta altura do século 21, Itapeva não merece isso. Chega
de prefeitos arcaicos e demagogos, chega de Ramal da Fome. Oremos.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home