sábado, fevereiro 25, 2012

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA





Fogo cruzado

            O povão não está nem aí para as próximas eleições municipais, mas entre os políticos sobram conchavos onde a conversa gira em torno de quem apóia quem; partidos recém formados, outros já bem antigos, tentam equilibrar os pratos da balança eleitoral, acenando com nomes de cidadãos conhecidos para disputar a Prefeitura, mas sem o fôlego das siglas já estabelecidas no meio político, como as mais cotadas para disputar em 7 de outubro. Não é sensato, nem prudente, citar nomes e partidos, mas é fácil saber quem são eles, todos legitimamente empenhados em pelejar com os maiorais que detêm as atenções da mídia e das rodinhas de fofocas das calçadas.

            Por trás dessa salutar manifestação democrática de disputar o poder, às vezes, subjaz interesses ocultos de candidatos que querem apenas se projetar politicamente com intuito de negociar, lá na frente, a sua desistência e apoio a outro candidato; todavia, existem aqueles que acreditam em suas possibilidades eleitorais, ainda que equivocadamente, que persistem até o fim; e aqueloutro que mantém a candidatura a fim de dividir a oposição e facilitar a vitória do candidato situacionista. Como saber qual a real intenção de um virtual candidato? É difícil separar o joio do trigo.

                               Aritmética eleitoral

            Não precisa entender de eleição para saber que uma oposição diluída facilita a vitória do candidato situacionista, por exemplo, em um pleito municipal três candidatos da oposição podem facilitar, e muito, o candidato do prefeito, seja ele quem for.

            Tem-se estabelecido que o candidato do prefeito, por pior que tenha sido sua gestão, abocanha cerca de 20% do eleitorado, e o candidato oposicionista que polarizar com ele corre o risco de perder com a divisão de votos, quer dizer, a oposição marca gol contra, mesmo com melhor time em campo. Mas tudo vai depender do candidato situacionista, se ele não for bom de papo e de voto vai amanhecer desempregado.

                                        Quem é ele?

            O candidato do prefeito é como aquela donzela a ser oferecida ao sultão, ninguém sabe qual dentre as beldades será a escolhida para o seu harém; os sete candidatos tucanos sabem que a prévia da qual eles participam é de araque, artifício para enganar trouxas, pois vai ser candidato quem o taumaturgo Luiz Cavani quiser; ou será que alguém, no delírio de uma masturbação mental, imagina que o prefeito vai se sujeitar a uma prévia fajuta de cartas marcadas? Aceitar “prato pronto” de partido, ou de alguém (que ele despreza)? E abrir mão de indicar o seu candidato? Ahn?

            Quem conhece o doutor Luiz sabe como sua massa encefálica funciona, ela funciona em consonância com seus interesses pessoais, claro, que vão desde projetos políticos futuros à garantia de que o seu sucessor não vai fazer devassa na Prefeitura, com intuito de descobrir supostas maracutaias, encobertas a tanto custo, nem mexer com os seus apaniguados que ele quer usufruindo as sinecuras (mamatas) do poder. Faz parte de nossa cultura política esse mau-costume de proteger antecessores, exceções apenas confirmam a regra. A propósito, só para recordar, quem não sabe que alguns assessores de Secretarias Municipais, comprometidos até o pescoço com desvios de recursos apontados pela CEI do Fundef, continuam trabalhando na Prefeitura? Quem não sabe que o prefeito Cavani franqueou os arquivos para o vereador Paulo de La Rua “ferrar” o ex-prefeito Wilmar, fazendo um trabalho bem feito na referida CEI? O galinho-de-briga do Quincas, mesmo assim, apoiou doutor Luiz em eleições posteriores, há quem diga que esse apoio foi pela cor dos olhos do marido de dona Sônia. Me engana que eu gosto.

            Pois, então. Face essas preliminares, quem de bom juízo ainda acha que um Tarzanzinho da vida, ou uma “prévia” pra inglês ver, vai sobrepor-se ao todo-poderoso prefeito, cantado em prosa e verso como o mais sério e honesto da República?

            Estas eleições são a primeira desde muitas décadas que não tem figurão na parada, cacique ou coronel, apesar de ter candidato que pensa e age como tais, isso por conta de séculos de atraso de uma região que resiste em sair do atraso, por conta de seus políticos imaturos, arcaicos, personalistas e despreparados. Oremos.

1 Comments:

Anonymous PC said...

E a minha cidade natal (Riversul) tá isolada do mundo mesmo, o prefeito Marcelino Biglia foi cassado numa sessão tensa e ninguém comenta nada, nenhuma nota nos jornais e tvs.

10:41 PM  

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