COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA
Época de “balões”
Com
o início do ano em que se realizarão eleições municipais em todo o
país, fica cada vez mais difícil aos analistas separar acordos políticos
efetivos, entre lideranças partidárias, dos muitos boatos que surgem
como “balões” de sondagem. Aqui na província, os grandes partidos que
querem entrar na briga pela cadeira de prefeito municipal, mas sem ter
candidatos viáveis e sem condições financeiras para garantir uma
campanha à altura, face ao alto custo, se veem na contingência de
aliar-se ao prefeito, ou torcer para que um de seus filiados, bom de
bolso, aceite a “missão”. Candidato sem grana, cheio de vontade, tem um
punhado. Acontece, às vezes, de o candidato escolhido pelo partido não
dispor de recursos para investir em sua campanha, então, ele precisa
correr atrás do adjutório de um empresário capitalista para bancá-lo. O
que preocupa nesse tipo de “ajuda” é que se o candidato se eleger o
empresário vai querer receber o que “emprestou” com juros e correção,
dado o alto risco a que expôs o seu capital. Exceção a essa regra são os
candidatos petistas, que contam com ajuda de um misterioso caixa de
campanha, conhecido por “Majoritário”, onde nunca falta grana para os
candidatos com chances reais de êxito. Que o diga o prefeito Cavani,
quando foi candidato do PT, em 2004. Após eleito, ele chutou fora o PT e
os petistas. Ingrato.
O
ex-grupão do Juninho da Bauma, tão festejado o ano passado, composto de
vários partidos, acabou virando “grupinho do PMDB”, cujo aporte
financeiro para a campanha ainda depende da boa vontade do empresário
José Reinaldo Pontes Jr., ligado à construção civil e à mineração,
setores dos mais rentáveis e auspiciosos.
O
presidente do partido, Jeferson Modesto (Jé), declarou à imprensa que o
PMDB fechou questão por candidatura própria à Prefeitura, mencionando
quatro nomes viáveis (?). Analisando esses nomes, pelo lado financeiro,
vemos que o primeiro deles, Roberto Comeron, todo mundo sabe, é
assalariado, não tem nem um tostão sobrando e depende de alguém para
bancar sua campanha; Júnior Guari, segundo consta, só tem grana pra
bancar campanhas de vereador, ainda assim, com ajuda de familiares; Ralf
Gemignani, farmacêutico rico, simpático, bom de papo, podia até ser
candidato (podia), porém, é mais pão-duro que doutor Neto, doutor Luiz e
Gumercindo juntos, dizem que não paga nem cafezinho. Tem mais, Ralf só
sai candidato, segredam seus amigos, se lhe for assegurado que não terá
concorrentes, que não vai gastar além de cinco mil reais e que não vai
fazer campanha corpo a corpo, é mole? E, finalmente, o tão falado
Juninho da Bauma; se alguém perguntar-lhe a qualquer hora do dia ou da
noite se ele vai ser candidato, ele responde na lata: não, jamais. As
más línguas, porém, dizem que ele nega para evitar que seu nome seja
“queimado” por antecipação. Ora, o Juninho é tido como cidadão decente e
honesto, se ele sabe que tem algo que possa “queimá-lo”, então, não
deve ser candidato mesmo, porque durante a campanha o fogo que ele teme
vai crescer como labaredas infernais. Faz parte do jogo. Convenhamos que
ricaços são cheios de dengo, talvez o Juninho esteja só fazendo charme.
Mas se não estiver, sai de baixo.
Dizer
que o Jé, presidente peemedebista, está blefando é injusto, digamos que
ele está estourando pipocas políticas para encher a caçarola de seu
partido. Ah, bom.
O
empresário Diclei da Farmácia (PRB - Igreja Universal) todo mês reúne
amigos em sua chácara, onde oferece uma farta mesa de salgadinhos e
cerveja a fim de arrecadar alimentos para os pobres e, assim, ir
formando um grupo de apoio à sua virtual candidatura a prefeito. Ele
está super animado, até já distribuiu folhetos na rua.
Também
o jovem médico Mazel Aidar se declara candidato a prefeito pelo partido
de Paulo Maluf (PP). A sua candidatura ainda está em fase de
articulação com lideranças partidárias, mas acredita-se que por ter
recursos de sobra para bancar sua campanha e a de vereadores, logo ele
esteja cercado de partidos e correligionários dispostos a trabalhar de
mangas arregaçadas. Ainda pode virar o “grupão do Mazel”.
Como se vê, candidatos tem de sobra, mas quantos vão de fato encarar as urnas?
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