sexta-feira, março 05, 2010

"Pobre tem o direito a entrar na faculdade, pode ser preto, amarelo, branco, de qualquer cor"

Valor: Em véspera de eleição, o senhor considera popular a posição de combater o uso das cotas raciais nas universidades?

Senador Demóstenes Torres: Se é popular não interessa, interessa o que é certo para o país. Eu defendo as cotas sociais, ou seja, quem é pobre tem o direito a entrar na faculdade por meio do sistema de cotas de até 20%, e o pobre pode ser preto, pode ser negro, amarelo, preto, de qualquer cor. O problema estrutural no Brasil não é o racismo, mas a pobreza. O rico negro sempre teve tranquilamente o seu assento à sociedade. Na época do escravagismo, tínhamos traficantes de escravos negros, senhores de escravos negros e assim por diante. Todo arcabouço jurídico que foi constituído no país foi para acabar com a discriminação, em especial com o racismo. A lei é duríssima. Desde a promulgação da Constituição até agora foram criados 16 diplomas antirracistas. Por que vamos criar uma lei que racializa a sociedade entre negros e brancos? Até porque 87% da população têm sangue negro, mais de 90% têm sangue branco, mais de 60% têm sangue indígena. Como vamos classificar? O Brasil é miscigenado, graças a Deus. Não precisamos criar mecanismos para racializar o Brasil porque o conceito de raça já acabou.

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