sexta-feira, maio 15, 2009

Uma defesa descarada da politicagem e do nepotismo

Valor Econômico - 15/05/2009

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, provocou a ira do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que é do mesmo partido, porque acertou. Jobim acatou as sugestões do presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro Cleonilson Nicário, de profissionalização do órgão que gere os aeroportos brasileiros, demitiu dezenas de apadrinhados políticos que lá se abrigavam e promete fazer o mesmo na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e no Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Na leva da Infraero, perderam o emprego o irmão e a cunhada do líder.

A reação de Jucá às demissões foi quase um manifesto em defesa do direito dos partidos à indicação política - e ao nepotismo. O líder do governo, que até então atuava com relativa discrição, apresentou uma emenda constitucional no Senado propondo que ministros da Defesa sejam apenas militares - Jobim é civil e ocupa o ministério na cota do partido de Jucá no governo. "Vamos despolitizar o Ministério da Defesa também", desafiou. Seguiu-se ao episódio uma profusão de discursos e declarações. Jucá lamentou que o irmão tenha sido colocado no olho da rua, provedor que é de uma filha de quatro meses, e relatou a saia-justa familiar em que se encontra: "Minha mãe me liga todo dia". Em discurso no plenário, apelou para a solidariedade corporativa de seus pares: "Nós, políticos, não podemos entender que [pertencer a] a classe política seja motivo para a demissão de alguém". MAIS

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