Presidência, com Lula, tem dobro de servidores de Obama
São 3.431 funcionários na gestão atual, 57% a mais que no fim da era FHC
Tânia Monteiro, Estadão
O número de servidores do Palácio do Planalto vem crescendo ano a ano. No fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em dezembro de 2002, estavam lotados na Presidência 2.133 servidores. Ao se encerrar o primeiro mandato de Lula, já eram 3.346. Agora, são 57% a mais que no fim da gestão tucana.
De longe, o órgão que mais inchou foi a Casa Civil: quase triplicou o número de funcionários. No fim de 2002, eram 636, distribuídos entre 428 ocupantes de DAS e 208 GRs - as siglas referem-se aos servidores que recebem gratificação. Só podem ocupar as vagas de GRs funcionários de carreira de outros órgãos públicos cedidos à Presidência. Já os DAS podem ou não ser integrantes do funcionalismo.
No fim do primeiro mandato de Lula, quando a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, havia recentemente assumido o cargo, a pasta já tinha inchado bastante, aumentando em 2,7 vezes a quantidade de funcionários, totalizando 1.746 servidores. Antes dela, o cargo era ocupado por José Dirceu.
Em dezembro de 2006, o número de DAS saltou de 428 para 513 e o de GRs foi de 208 para 1.233. Ao término de 2008, esse número sofreu um pequeno ajuste, caindo para 466 cargos DAS e 1.210 GRs. Os números são da própria Casa Civil.
GABINETE DE LULA
Os números de servidores da Presidência formam um emaranhado de cargos, que ora migram para um lado, ora para outro, inchando ou esvaziando órgãos. Algo similar ocorre nos EUA: "Eles estão constantemente mudando, quando cada presidente identifica suas necessidades e prioridades", informa a Casa Branca. Lá, como aqui, também há criação de pastas e setores.
No governo Lula foram criados vários postos e secretarias vinculados ao Planalto. Hoje, por exemplo, trabalham no gabinete pessoal de Lula 183 servidores. Fernando Henrique tinha em seu staff pessoal, quando deixou o Palácio do Planalto, 198 servidores. Na gestão tucana, porém, funcionários da então Subsecretaria de Imprensa eram vinculados ao gabinete pessoal, enquanto hoje atuam em uma nova pasta.
A Secretaria-Geral da Presidência, que no início do governo FHC tinha 90 servidores, terminou o primeiro mandato de Lula 2,6 vezes maior, com 235 servidores. No fim de 2006, para ali tinham sido transferidos os servidores da Secretaria de Comunicação, depois que o ex-ministro Luiz Gushiken foi afastado.
Por conta dessas idas e vindas, a hoje Secretaria de Comunicação Social, que engloba as áreas de imprensa, do gabinete do porta-voz e parte da antiga Secom, que cuidava de publicidade do governo, possui 216 servidores.
A Casa Civil explicou que a multiplicação de órgãos e a criação de secretarias justificam o maior número de servidores. Informou que, em 2002, a estrutura da Presidência tinha sete órgãos, em 2006 eram nove e, no ano passado, totalizava dez.
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