Para 85% dos eleitores, políticos trabalham em benefício próprio, não em favor da população
Andreza Matais - da Sucursal de Brasília - Folha de S. Paulo
Pesquisa da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) em parceria com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), divulgada ontem, mostra que 85% dos eleitores crêem que "a política é uma atividade em que os próprios políticos são os principais beneficiados". Só 12% avaliam que as ações são voltadas para o povo.
O levantamento feito pelo instituto Vox Populi mostrou, porém, que 78% dos eleitores escolhem candidato com base nos benefícios que podem receber. A pesquisa foi realizada entre 27 de junho e 6 de julho, com 1.502 entrevistados em todo o país. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais.
A avaliação sobre o que é dever dos políticos demonstra que o eleitor considera prestar favores como uma obrigação. Entre as atribuições dos vereadores, foram citadas ajudar a resolver problemas que as pessoas têm em órgãos públicos (83%) e dar dinheiro a necessitados (59%). Mas também são funções do vereador discutir projetos de lei (94%) e fiscalizar contas da prefeitura (93%).
Sobre o prefeito, 29% disseram que ele tem como obrigação patrocinar festas de formatura. O eleitor também considera dever do prefeito fazer escola e hospital (96%) e prestar conta da verba recebida (94%).
Segundo o presidente da AMB, Mozart Pires, esses conceitos são resultado da falta de políticas públicas no país. "O eleitor enxerga no político alguém que irá substituir o que o Estado deveria oferecer."
Para 52%, as eleições não são limpas. Outros 21% acham que é possível o político saber em quem cada eleitor votou. "Quando você acha que é possível alguém saber seu voto, significa que a eleição não é livre", disse Marlon Reis, juiz auxiliar da presidência do TSE.
Segundo o presidente da AMB, Mozart Pires, esses conceitos são resultado da falta de políticas públicas no país. "O eleitor enxerga no político alguém que irá substituir o que o Estado deveria oferecer."
Para 52%, as eleições não são limpas. Outros 21% acham que é possível o político saber em quem cada eleitor votou. "Quando você acha que é possível alguém saber seu voto, significa que a eleição não é livre", disse Marlon Reis, juiz auxiliar da presidência do TSE.
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