sábado, fevereiro 09, 2008

A DIFERENÇA ENTRE DEMOCRACIA E DEMOCRACIA-MEIA-BOCA
Os nossos malandros
André Petry, VEJA
"Na nossa política, os caciques fazem parecer estupidez ingênua consultar seus filiados, um bando de anônimos que desconhecem os labirintos da política e as engrenagens das campanhas"
As eleições primárias que democratas e republicanos fazem nos Estados Unidos para definir os candidatos presidenciais são um carnaval caótico, com regras que mudam de estado para estado e formam um caleidoscópio tão confuso que ninguém entende direito. Os números finais de delegados para cada candidato a candidato resultam de cálculos matemáticos tão tortuosos que todo mundo fica à espera de que algum gênio os traga à luz – e, quando dois gênios o fazem, apresentam números diferentes.
Uma coisa, porém, é cristalina: as primárias americanas são um show de democracia de dar arrepios em qualquer morubixaba.

Agora mesmo, nas três principais capitais brasileiras, como se discute a escolha dos candidatos a prefeito? Em São Paulo e no Rio de Janeiro, tudo se desdobra numa guerra surda entre patrões a que a platéia só tem acesso pelas frestas. Em São Paulo, depenam-se os tucanos. No Rio, conflagram-se duas alas do PMDB. Em Belo Horizonte, o processo é inverso, mas a natureza é idêntica. Ali, dá-se um conchavo afável em que manda-chuvas tucanos e petistas se adulam para selar uma aliança, mas a ninguém ocorreu tomar uma providência básica, transparente e democrática: ouvir os filiados.
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Poizé, a eleição nos EUA tem duas fases: primeira, os filiados escolhem os candidatos de cada partido. Depois, todos os eleitores elegem o presidente.
Não é de dar inveja em quem, no mais das vezes, é obrigado a votar no menos pior?
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