segunda-feira, outubro 01, 2007

Africanos e seus descendentes na velha Faxina: uma história ainda em construção

Sílvia Corrêa Marques é historiadora, doutoranda em Arqueologia pelo MAE/USP e presidente do IHGGI Itapeva,(mcsilvia@superig.com.br), na Folha do Sul

Por aqui, a população escrava esteve presente desde o início da ocupação dessas terras que compunham o longo caminho das tropas. Pois se escravidão de africanos e seus descendentes foi a base das relações de produção na colônia e no Império, em Itapeva não seria diferente. E olha que os primeiros cativos foram as populações indígenas da região.
Alías, de Portugal, o rei ordenou o povoamento da região, apreensivo com a “subida” dos espanhóis pelo Sul. Desde 1735, entre a Vila de Sorocaba e a fazenda de gado de São Pedro de Itararé, na região denominada Faxina, encontravam - se muitos sesmeiros, entre eles os Pedrosos. Ora pois! Todos portugueses brancos (mestiços, na verdade) e amigos dos amigos do rei. Todos em busca de riqueza e com capital suficiente para a compra de braços para o trabalho, os escravos africanos. Ai, Jesus! Diriam meus antepassados, tem riqueza lá (aqui). Não foi a cana-de-açúcar, não foi o ouro, mas a pecuária.
Foi esse o processo que originou a nossa história. Itapeva se desenvolveu como uma grande área de invernagem de animais, ou engorda, principalmente do muar no século XIX. Nossa região, de Itararé à Itapetininga, era parte fundamental na principal rede de abastecimento interno que unia o Sul criador e a feira de animais de Sorocaba que perdurou de 1750 até a segunda metade do século XIX. Aqui, a existência de campos naturais favoreceu a engorda do gado vacum, cavalar e muar que eram criados nas áreas sulinas. LEIA MAIS
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