ITAPEVA - CRISE NA SÁUDE

Folha do Sul

"A participação de moradores da Vila Camargo na sessão de quinta-feira (19) desencadeou pesadas críticas de vereadores itapevenses ao sistema municipal de Saúde, que apontam a falta de médicos nos Postos de Saúde Familiar (PSFs) e a demora na contratação de profissionais de saúde aprovados em concurso público como principais fatores do mau atendimento prestado à população.

A vereadora Áurea Rosa (PTB) questionou, ainda, a falta de remédios nos PSFs e cobrou a humanização no atendimento prestado pelo sistema. Os vereadores Paulo Roberto Tarzã e Marmo Fogaça, ambos do PSDB, também fizeram coro às denúncias e cobraram publicamente providências para a melhoria do atendimento.

“Lamentavelmente a gente tem de concordar com algumas dessas críticas”, concordou o presidente da Câmara, vereador Ulysses Tassinari (PV).

Outro lado

Na tarde desta sexta-feira (20), o secretário municipal de Saúde Denilson Rodrigues da Silva comentou as críticas feitas à saúde pública na Câmara Municipal. Segundo ele, nunca houve tanta acessibilidade à Saúde como em dias atuais.

Sobre a falta de médicos nos Postos de Saúde, Denilson conta que são cinco postos nessa situação, mas que, através de um sistema de escala por necessidades, todos os pacientes têm sido atendidos.Ele afirma ainda que em sete dias o resultado do processo seletivo deve ser divulgado e os postos deverão receber os profissionais. Sobre a falta de contratação dos médicos aprovados no concurso público realizado no início do ano, o secretário afirma "foram aprovadas 23 pessoas e dessas apenas 11 assumiram sua função”.

Santa Casa ameaça levar médico à Justiça

O superintendente da Santa Casa de Itapeva, Aristeu de Almeida Camargo Filho, reuniu a imprensa de Itapeva na manhã da última terça-feira (18), para prestar esclarecimentos sobre denúncias relacionadas ao hospital. As denúncias foram feitas pelo médico Fernando Mansur e tornadas públicas na Câmara Municipal de Itapeva, conforme adiantou a Folha do Sul em primeira mão no último dia 7.

Segundo o médico, o hospital estaria cobrando pela aplicação de medicamentos valores que variam entre R$ 4,00 e R$ 10,00.

Outra denúncia foi o suposto falecimento de um paciente por ingerir uma associação de medicamentos indevidos e a terceira dizia respeito à falta de pagamento de adicionais de insalubridade para funcionárias do setor de Raio X na Santa Casa.

Aristeu informou na coletiva que a Santa Casa está fazendo uma interpelação extra-judicial ao médico para que ele se manifeste e diga oficialmente o que de fato ocorreu.

“Nós, por informação interna aqui não conseguimos apurar nada. Ele está levantando uma acusação muito séria, que supostamente está sendo praticado fato irregular aqui dentro do hospital”, diz Aristeu.

Sobre as denúncias de cobranças indevidas por aplicações de medicamentos aos pacientes do SUS, o superintendente afirma que, quando o paciente é atendido pelo SUS no hospital, todo o procedimento é feito gratuitamente e a cobrança é encaminhada à Secretaria Municipal da Saúde.

Porém, “o paciente procurou a Santa Casa como paciente particular”, afirma. “O hospital está no seu legítimo direito de cobrar a taxa de aplicação”, completa.

Sobre as funcionárias do setor de Raio X, Aristeu afirma que houve um equívoco. “Esses funcionários não são da Santa Casa. Na Santa Casa todos os nossos funcionários que trabalham na unidade de radiologia estão estritamente dentro da lei, recebem seus salários, sua insalubridade e trabalhando dentro do horário estabelecido pelo serviço de radiologia”. LEIA MAIS