domingo, setembro 17, 2006


Preste atenção neste gráfico (Folha). Ele é muito útil para o entendimento de economia.

O gráfico mostra a porcentagem da renda das empresas industriais em relação ao patrimônio líquido da empresa (capital próprio). Como a Petrobrás é a maior empresa, foram feitos dois cálculos: com e sem a Petrobrás.

1. Veja que a rentabilidade em 2006 está em 10 %. Significa que as empresas industriais estão trabalhando à toa. Por quê? Porque se vendessem tudo e aplicassem o dinheiro nos bancos, ganhariam os mesmos 10 %! 10 % é quanto o governo paga de juro real nos títulos da dívida pública.

As empresas brasileiras estão ganhando pouco? Não é bem isso. A rentabilidade mundial é próxima desse valor, um pouco mais, um pouco menos. O que está errado no Brasil é o exagero dos juros, que obviamente desestimula os empresários a investirem em produção.

2. Os empresários ficam com um lucro equivalente a 10 % do patrimônio, certo? E o governo? Como a carga tributária está próxima de 38 %, quase 40 % do PIB, o governo fica com um valor significativo, bem maior que o investimento (20% do PIB, equivalente à poupança). Grosso modo, o governo fica com o dobro do lucro dos empresários! Aqui também nada demais, a tendência mundial é mesmo de elevação dos impostos. A diferença é que alhures os governos aplicam bem o dinheiro dos impostos em saúde, educação, segurança, infra-estrutura.

3. Outra coisa interessante: tal tendência (lucros menores, impostos maiores) derrubou os argumentos favoráveis à estatização. Os antigos defensores da estatização (marxistas) criticavam, com certa razão, que os empresários ficavam com muito e o governo (e a comunidade) com pouco.

Daí que defendiam a passagem das empresas para as mãos do Estado. Para quê? Para que o lucro fosse dividido entre todos. Os comunistas fizeram isso, e deu no que deu, até porque o Estado não é bom administrador.

Entretanto a solução veio por outros caminhos (liberais), com mais vantagens ainda para o Estado, que não precisa se preocupar em administrar as empresas, e mesmo assim fica com a maior parte!

O sistema funciona bem quando os empresários são estimulados a investir (lógica do lucro). E o governo utiliza o dinheiro dos impostos em benefício de todos.

É meio caminho andado quando o Mercado é competitivo e o Estado é justo e competente!

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