sábado, julho 06, 2013

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Ministério Público, vilão impiedoso? 

                                              O deputado Lourival Mendes (PTdoB), autor da PEC 37 e seus aliados queriam convencer os incautos (ou jejunos em política) de que a intenção dessa lei era a de resguardar o bom nome e a honorabilidade de governantes, vítimas da sanha investigatória do Ministério Público, que, segundo eles, açodadamente denuncia alguns coitadinhos por malfeitos dos quais são inocentes. Da mesma forma pensa o deputado Campos Machado (PTB) autor da PEC 001/13, sobejamente conhecido no meio político por suas condutas polêmicas, daí a certeza de que a intenção deles era meramente corporativista a fim de salvaguardar a classe política de denúncias do Ministério Público. É bom ressaltar, entretanto, se alguma vez o MP denunciou políticos por suspeitas de corrupção, que deram em nada, isso faz parte da contingência que envolve toda investigação, mas que preenche a lacuna deixada pela sociedade e, sobretudo, pelo Congresso Nacional, Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais, na fiscalização de licitações e demais atos dos Executivos, federal, estadual e municipal.
            Por outro lado, nada melhor para um político, que, ao ser investigado pelo MP, ser declarado inocente, isso servirá como atestado de antecedentes que ele pode esfregar no nariz de seus acusadores. O ex-governador Paulo Maluf, acusado de corrupção por Franco Montoro e pela imprensa, durante a campanha eleitoral de 1982, festejou por muito tempo a declaração de Montoro de que nada de ilícito fora encontrado contra ele na devassa feita nos arquivos de seu governo. Faltou aí a ação preventiva do MP.  
            Entretanto, contra a corrupção política vale tudo, até os equívocos, partam de onde partir; só não valem denúncias vazias, acusações falsas, de cunho político-eleitoral; como diz o velho ditado: melhor errar por excesso que pecar por omissão. A corrupção é uma chaga que hoje faz parte de nossa cultura política, foi naturalizada e considerada um dos males da democracia; felizmente, esse conceito esdrúxulo de coonestação está sendo repudiado pelas manifestações de rua que pedem moralização já.
Para lembrar: as manifestações contra as reformas de base, apregoadas pelo Governo João Goulart, sofreram contestação nas ruas pela elite da época, mas eram, na verdade, preparação para o golpe civil-militar de 64; como se costuma dizer, a história se repete, às vezes para pior, às vezes, para melhor. Como será desta vez?
                                               Classe social revolucionária
            O preceito marxista de que a classe operária é a parteira da história, a que faz revolução social e política num país, foi contestado várias vezes por revoluções que derrubaram governos ditatoriais e reinados autocráticos sem participação direta de lideranças operárias. Ao se examinar a história das revoluções, que mudaram o mundo, se vê que foram líderes oriundos da classe média, inclusive intelectuais, os autores e atores das mudanças institucionais em seus países, por exemplo: Revolução Francesa, Revolução Russa, Império Austro-Húngaro, China Continental, Cuba e o Brasil mais de uma vez, dentre outros. Cada um dos países citados tem uma longa história...
            Os petistas que estão ironizando as manifestações de rua, por ter mais jovens de classe média que trabalhadores, revejam seus conceitos, porque é essa juventude classe média bem vestida e bem nutrida, que pode mudar o País. Oremos em genuflexo.    

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