sábado, julho 02, 2011

Em carta, PSDB diz que governo de Dilma é incompetente

FOLHA DE SÃO PAULO

O ex-governador de São Paulo e presidente do Conselho Político do PSDB, José Serra, divulgou nesta sexta-feira em seu site documento apresentado na reunião do grupo realizada na última quarta-feira (29), em Brasília. A carta diz que "incompetência e o autoritarismo são as marcas" do governo da presidente Dilma Roussef.
Entre outras coisas, o documento também diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou uma "herança maldita" para o país como "carga tributária mais alta do mundo em desenvolvimento", a "maior taxa de juros reais de todo o planeta" e a "taxa de câmbio megavalorizada".
Há também críticas ao atraso das obras para a Copa do Mundo de 2014 e diretrizes para atuação da oposição. A carta diz que é preciso evitar o "esmaecimento dos compromissos políticos e ideológicos dos militantes".
Ainda sobre militância, o documento faz uma referência às disputas internas do PSDB nas últimas duas eleições presidenciais.
"Temos adversários políticos e um só possível inimigo: a desunião interna. Para mantê-la afastada, temos de insistir em duas condições. Em primeiro lugar, a combatividade das nossas direções, em todos os níveis, evitando o esmaecimento dos compromissos políticos e ideológicos dos militantes. Em segundo lugar, não antecipar as decisões sobre alianças e candidaturas em 2014; neste momento, as nossas tarefas essenciais são de reflexão, combate e reorganização do partido, em todo o Brasil."
O documento só foi divulgado após passar por aprovação do presidente da legenda, Sérgio Guerra (PE), e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), principal rival de Serra no partido.
Leia a íntegra da carta aprovada pelo Conselho Político do PSDB:
"A NOSSA MISSÂO
Conselho Político do PSDB
29/6/2011
Esta foi a primeira reunião do Conselho Político do PSDB, poucos dias depois do aniversário de 80 anos do seu presidente de honra, Fernando Henrique Cardoso. Ainda que lentamente, vem-se recobrando a razão no debate público. É mais freqüente hoje do que ontem o reconhecimento de que os oito anos do governo do PSDB, comandados por Fernando Henrique, tiraram o Brasil de algumas situações de atraso crônico; deram cabo da super-inflação; criaram a Rede de Proteção Social; marcaram um formidável avanço nas políticas sociais universais, como na Educação, comandada pelo grande ministro Paulo Renato, que nos deixou, mas deixou uma obra inapagável; ou na Saúde, quando o SUS afirmou-se como instituição fundamental da nossa sociedade; marcaram o compromisso do país com a responsabilidade fiscal e, junto com tantas conquistas, fortaleceram a democracia. À medida que o tempo passa, não temos dúvida de que a obra de Fernando Henrique e do PSDB se agigantam.
Justamente porque temos este passado, cresce a nossa responsabilidade com o presente e com o futuro. Porque, de fato, aquele passado é um fato bem vivido: nós criamos alguns marcos do Brasil moderno que, é bem verdade, foram em parte absorvidos ou reciclados por nossos adversários, embora submetidos, muitas vezes, a um administrativismo sem ousadia e sem imaginação, quando não improvisado, ineficiente e patrimonialista. Não conseguiram herdar do PSDB a capacidade de planejar e de preparar o país para desafios futuros, como fizemos. Hoje, mais do que ontem, já se reconhece que boa parte das conquistas do país se deve à nossa régua e ao nosso compasso.
Então, temos claro que é preciso avançar. Muita coisa está parada no país; outras tantas funcionam precariamente. Porque faltam ao governo clareza, convicção, propósito e, é forçoso dizer, competência. Feliz o partido que pode homenagear, então, um Fernando Henrique Cardoso e um Paulo Renato. Um partido vale não apenas pelos quadros que dispõe, mas também por aqueles que homenageia. Isso nos diz que se trata de um partido com passado e com futuro. Para o bem do Brasil.MAIS
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