Dez princípios de economia política (parte 1)
11 de Julho de 2011 - Site Ordem Livre, por Carlos PiInspirado no que fez o professor Gregory Mankiw, do Departamento de Economia de Harvard, autor de alguns dos mais utilizados livros didáticos de Economia, compilei ideias fundamentais de diversos autores da área de economia política e as organizei na forma de “dez princípios”. É um trabalho ainda imperfeito e que ganhará muito com críticas e sugestões de leitores, razão que me motiva a publicá-lo na forma de artigos para o site OrdemLivre.org.
Neste, apresentarei a lista completa dos 10 Princípios e discutirei os três primeiros. Nos dois próximos artigos, apresentarei os sete princípios restantes.
Os 10 Princípios de Economia Política são:
Princípio 1: todos os indivíduos são proprietários de recursos escassos e sua renda é afetada pela variação do valor desses ativos;
Princípio 2: qualquer indivíduo prefere para si mesmo mais do que julga ser bom e menos do que julga ruim;
Princípio 3: todo indivíduo toma decisões sob informação imperfeita;
Princípio 4: todas as organizações da sociedade são compostas por indivíduos e sua capacidade de ação será afetada pelo contexto em que esses indivíduos interagem;
Princípio 5: o mercado e a política são os principais mecanismos por meio dos quais a renda circula entre os agentes de qualquer sociedade. As vantagens do mercado são, no mais das vezes, maiores e as desvantagens inferiores;
Princípio 6: ganhos de produtividade, imprescindíveis para o crescimento de longo prazo de qualquer economia, resultam da ação humana e dependem da liberdade para inovar;
Princípio 7: políticas que impõem transferência arbitrária de renda entre indivíduos tendem a desestimular o crescimento da produtividade dos “perdedores”;
Princípio 8: a qualidade das decisões políticas e a eficiência das regulações da economia dependem: (a) do controle dos agentes públicos; (b) da prevalência do mérito individual como elemento estruturador das organizações; e (c) da prevalência de regras universais;
Princípio 9: organizações submetidas à concorrência são mais estimuladas a buscar ganhos de produtividade que organizações monopolistas;
Princípio 10: planejamento é mecanismo necessário para tomar e implementar decisões, mas não garante o sucesso das mesmas.
Vejamos, agora, o que significa cada um desses princípios.
1. “todos os indivíduos são proprietários de recursos escassos e sua renda é afetada pela variação do valor desses ativos”
Diferentemente do que os teóricos e militantes socialistas costumam assumir, não são apenas os ricos que têm propriedades e que, por conseguinte, beneficiar-se-iam de um conjunto de instituições estabelecidas com o propósito de garantir a propriedade privada e o direito de trocá-la por seu valor de mercado. Esse erro deriva de outro, ainda mais grosseiro, que exclui o “trabalho” da lista dos fatores de produção de uma economia. [Grosseiro porque foram os economistas clássicos – Marx incluído – que criaram a chamada “teoria do valor trabalho”, segundo a qual o valor de cada “coisa” (e.g., uma cadeira) seria medido pela quantidade de trabalho que ela comandaria na economia – i.e., a quantidade de trabalho embutido na produção de tudo o mais que poderia ser comprado com o produto da venda da cadeira.] MAIS
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