quinta-feira, junho 16, 2011

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA


Prefeitura: mina de ouro
            Já toma conta das calçadas as fofocas em que o assunto predominante gira em torno de quem será o candidato a milionário, desculpe, candidato a prefeito ano que vem. Os palpites correm soltos e a curiosidade maior é saber quem será o candidato do prefeito Cavani. E os nomes estão na ponta da língua dos palpiteiros com currículo e tudo, pela ordem: Luciano Oliveira, titular de duas secretarias, onde nunca é encontrado durante o expediente, e aspone de um deputado federal de bigodinho, que, dizem, é sócio do prefeito; o advogado Orlando Martho, por ser maçom, carismático, muito comunicativo, a simpatia em pessoa; o secretário teuto-libanês-itapevense Adelço (Abdalla) Bührer Jr, maçom, que segura as pontas na contabilidade e é o responsável pelas contas de chegar nos balanços da prefeitura; Selma (Abdalla) Cravo, sua irmã, ambos têm as chaves do cofre onde todo mês entram milhões de reais para a Educação, que, presume-se, estão sendo bem gastos de acordo com a lei, dupla que o prefeito Cavani trata a pão-de-ló, talvez porque na mão deles esteja o seu futuro político, é bom ficar de olho; Antônio Rossi ainda é mencionado, mas sem a ênfase inicial, provavelmente, porque o jogo vai ser duro demais para o secretário que não entra em bola dividida; tem um tal de Josias, que não conheço, é maçom (venerável), vizinho do prefeito, é podre de rico e anda de namorico com ele; e, finalmente, Paulinho de La Rua, nosso d.Juan, que já foi fotografado umas duzentas vezes com o prefeito, junto com o deputado Ulysses, esteve com eles em missas, cultos evangélicos, terreiro de umbanda, barzinhos, eventos etc.,mesmo assim, dizem as más línguas, que o prefeito só vai apoiar o Paulinho se ele virar palmeirense e torcer para o time dele, entenda quem quiser.
            Desses nomes, talvez algum tenha sido mesmo cogitado pelo prefeito em rodinhas de uísque, mas é porque ele adora tirar sarro dos amigos. Particularmente, não tenho palpite porque nem o prefeito está certo de quem ele vai apoiar, até porque ele é vaidoso, gosta de ver o seu nome na boca do povo. Muita água ainda vai correr.    
                                   
                 Politicamente incorreto

            Semana passada em minha coluna usei uma expressão já fora de moda ao dizer que pobre não gosta de pobre, que pobre gosta de rico. Cometi, de propósito, uma falta politicamente incorreta pelos atuais padrões da metalinguagem que vigora hoje em dia nos meios petistas, nos salões da “zelite” e da imprensa engajada. Assumo que sou meio antiquado, sou do tempo em que pobre era chamado de pobre e ainda não era tido e havido como gigolô da miséria, aquele que sustenta políticos demagogos a troco de promessas fátuas e abastece caixinhas de igrejas cristãs a troco de conjurar Satanás e ganhar o paraíso. Porque virou moda trocar nomenclaturas verbais até então vigentes, como pobre, homossexual, analfabeto, ignorante e outras tantas e batizá-las com termos novos, mais “palatáveis”, meros eufemismos para dar “naturalidade” às deficiências físicas, “respeitar” o pobre e a opção sexual “anormal” entre outras tantas. Expressões mais “palatáveis” à sensibilidade daqueles que preferem esconder o sol com a peneira, que não querem ver as coisas como elas são nem a miséria como ela é, nua e crua. São os que se conformam com o atraso do país em que a deseducação da juventude virou programa de governo e é incentivada por ele; a ignorância dá status porque é apanágio da maioria do povo brasileiro, que se presta passivamente em ser massa de manobra de políticos corruptos e demagogos, país onde professores são considerados cidadãos de segunda-classe, mal-pagos e desestimulados, país de um povo que não tem educação, nem escola que preste, que não lê jornal, muito menos livro, que se satisfaz com uma porcaria de Bolsa Família, que ajuda políticos farsantes a ganhar eleições, que não liga que o Brasil seja um país “rico pela própria natureza” e esteja, há séculos, entre os mais atrasados do mundo. Esse é o nosso pobre, o infeliz que sustenta os gigolôs da miséria.
            Enquanto isso, as camarilhas políticas se locupletam em todo o País. Oremos.


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