quinta-feira, julho 15, 2010

PAU NA AGRICULTURA

Trecho do blog do Reinaldo Azedevo:

Essa é, sem dúvida, uma das loucuras brasileiras. O setor que garante a comida mais barata do mundo e que tem respondido pela estabilidade da economia — é ele que impede que a balança comercial brasileira naufrague — é tratado como a Geni do país. Kátia Abreu, é bem verdade, é boa de briga. Mas, às vezes, eu a vejo quase solitária a dizer o óbvio. E os que exercitam aquela glossolalia ambientalista, descolados da realidade, são tratados como deuses, como entidades que tivessem descoberto “a coisa”.

Talvez o Brasil tenha cometido mesmo um grande pecado quando fez a agricultura avançar no cerrado. Aquela região toda deveria ter permanecido intacta. Os brasileiros, hoje em da, em vez de gastar 18% de sua renda — na média — com alimentação, continuariam a torrar os mesmos 48% do fim dos anos 60 e início dos 70. Comida barata, vejam que fabuloso!, significa mais renda para o pobre. Mas, se não querem, por que os produtores devem continuar a ser os alvos das ONGs, dos politicamente corretos e da Marina Silva? Chega de mártires e heróis, não é? Vamos ser todos ambientalistas. É isso aí. Querem diminuir a área plantada em São Paulo? Diminua-se. Querem diminuir a área plantada em Goiás e Mato Grosso? Diminua-se. No aperto, a gente se reúne em torno daquela sábia árvore do filme Avatar e começa dizer coisas estranhas…

A gente também pode mudar de ramo e direcionar o país para uma nova janela de negócios, que seria, assim, o turismo de entretenimento. Os brasileiros todos se especializariam em malabares, saltos ginásticos, atividades circenses — a gente pode até botar uns rabos postiços para ficar brincando de se pendurar em arvores; em breve teríamos a nossa cauda natural, fiquem certos —, e os turistas pagariam para nos ver num cercadinho, em nossos alegres folguedos. Os mais divertidos fariam micagens; os mais enfezados jogariam frutas e cocô nos visitantes. Tudo isso em meio a uma natureza exuberante. De volta a seu país, no aeroporto, ganhariam de presente um creme anti-rugas, que produziríamos com nossa baba nativista.

1 Comments:

Anonymous PC said...

Nem tanto ao mar e nem tanto à terra, é preciso achar um caminho onde a produção de alimentos e de etanol não seja a fonte de desequilibrio no ecossistema, preocupa-me ver onças se afugentando em quintais de residencias e sendo atropeladas em rodovias, alguma coisa aí está errada, com a palavra os especialistas.

2:09 PM  

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