Enriquecer antes de envelhecer: nosso maior desafio
Autor(es): Jorge Arbache |
Valor Econômico - 01/04/2010 |
A população brasileira está envelhecendo rapidamente e a olhos vistos, produzindo uma das mais rápidas mudanças demográficas observadas em todo o mundo nas últimas décadas. Em 1980, 7% da população era constituída por pessoas de mais de 65 anos. Em 2010, a participação subiu para 10%. Projeções do IBGE indicam que até 2030 essa participação já deverá ter dobrado. A principal causa desse fenômeno é a impressionante queda da taxa de fecundidade. Em 1980, essa taxa era de pouco mais de 4 filhos por mulher. Em 2010 caiu para apenas 1,75. Projeções do IBGE indicam que já em 2020 o número de filhos será de apenas 1,5 - muito abaixo, portanto, da taxa de reposição necessária para se manter a população estável, que é de 2 filhos. Nesse ritmo, a partir de 2040, verificar-se-á não apenas o envelhecimento da população brasileira, mas sua efetiva redução. Para se ter uma ideia, a taxa de fecundidade brasileira hoje é tão baixa que já se equipara à dos países de renda alta, com a diferença de que, nesses países, a redução foi lenta e gradual. Note-se que França, Reino Unido e Estados Unidos, por exemplo, têm taxas de fecundidade superiores à brasileira, e até a China, que adotou vigorosa política de controle demográfico, voltou a observar aumento da taxa de fecundidade desde o início dos anos 2000. Além disso, deve-se ressaltar que os países ricos, diferentemente dos países em desenvolvimento, por já terem superado problemas básicos como saneamento, moradia e educação, estão preparados para tratar adequadamente dos problemas típicos de uma população madura. Já o Brasil, que se insere no grupo dos países em desenvolvimento, com problemas básicos a serem superados, acaba por se deparar com um grande desafio - o de encontrar meios de enriquecer antes de envelhecer. MAIS |
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