Cutucando
História: Câmara e a Sabesp
Há 30 anos este escriba malamado assistiu a votação que autorizava a Prefeitura de Itapeva a fazer convênio com a Sabesp. Foi uma sessão pra lá de tumultuada com debates quentes e apaixonados. Como o clima reinante na Câmara, presidida pelo saudoso vereador Armando de Almeida Camargo, parecia desfavorável à aprovação do convênio, o saudoso prefeito Felipe Marinho não pensou duas vezes pra mandar chamar, durante a sessão, um a um os vereadores no seu gabinete (que ficava em cima do mesmo prédio). Uma grande ousadia. Mas quando chegou a vez do vereador Joaquim de Mattos Sales (Quincas), ele disse que seu voto era contra e que não ia falar com ninguém, pois não era capacho do prefeito. O ambiente que já estava carregado transbordou, Armandão se sentiu ofendido com a atitude desabrida do colega, levantou da poltrona, ameaçadoramente, exigindo a retratação do vereador e, aí, a coisa só não teve conseqüências desastrosas porque a turma do “deixa-disso” interferiu. Fiquei fã do Quincas por sua coragem e determinação, nossa amizade perdurou por muitos anos. Hoje, não sei. Como dizia o saudoso Chimitão: a política une e desune as pessoas.
Olha o promotor Hélio aí, gente!
O mui digno Promotor de Justiça, doutor Hélio Dimas de Almeida Jr., vem demonstrando de forma cabal que a Justiça em Itapeva funciona, pode demorar, mas um dia os políticos denunciados por ilícitos no exercício do poder vão responder por isso. Além de atencioso e exigente, doutor Hélio não despreza nenhum indício que possa levar à apuração de denúncias contra quem quer que seja. Graças a essa atitude ética e imparcial, várias denúncias sobre as FAIs (festas de aniversário da cidade), vêm sendo apuradas com os envolvidos sendo chamados no Fórum para depor.
Falta, ainda, a prestação de contas da Prefeitura da FAI/2009, já pedida pelo vereador Margarido, que está demorando demais, levando-nos à suposição de que o Secretário de Finanças está tendo dificuldade em apresentar um balancete ideal, que não seja questionado. Há controvérsias quanto à verba de R$ 700 mil aprovada pela Câmara destinada à FAI, além de outros valores provenientes de patrocinadores, que encheram as mãos do prefeito de grana pra gastar na festa. Resta aguardar a prestação de contas.
Amolação por muito tempo
O ex-badalado prefeito Luiz Cavani (PSDB) e alguns de seus secretários vão ter pepinos amargos pra descascar por um bom tempo, mesmo após deixarem seus cargos na Prefeitura. Deve ser chato, e desagradável, daqui a uns dez anos, estar bem sossegado em casa com a família, com os netos, a campainha tocar, a empregada atender e depois pedir licença pra dizer: “doutor, é o oficial de justiça”.
Dia destes um ex-prefeito (o outro) teve sua casa leiloada pela justiça por R$120 mil para ressarcir os cofres públicos. E há mais leilões na pauta. Lamentável, não?
Ainda não houve condenações judiciais nem defecções administrativas atinentes às denúncias das CEIs da Câmara: das notas frias, das guaritas, do curso de capacitação da GM, do coffee break, nem das FAIs. O prefeito Cavani se mantém surdo e mudo, faz de conta que não é com ele, dá a entender que os denunciados continuam merecendo a sua confiança. Ainda não exonerou ninguém. Os maiores envolvidos nos escândalos da gestão Cavani ainda não receberam intimação judicial, mas a papelada está cozinhando em fogo brando nos caldeirões do Fórum, assim que estiver pronta para deguste todos serão devidamente convidados a saborear. Não me convidem.
Hora do guerreiro “jogar a toalha”
Este escriba sente que a sua hora de “jogar a toalha” já chegou, hora de
passar para os mais jovens esta bandeira desbotada por insucessos na luta contra maus políticos itapevenses. Triste ter de escrever toda semana sobre corrupção passiva de vereadores venais que acobertam desvios de conduta tanto do prefeito como de secretários com a maior naturalidade. Vereadores que são reeleitos sucessivamente, prova de que o povo não conhece nem quer conhecer o seu candidato, só quer alegria. Então paga o preço.
É um ciclo que se fecha, tudo na vida se acaba, é a lei. Até a semana que vem.
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