terça-feira, setembro 29, 2009

TROCA-TROCA PARA AMANSAR A OPOSIÇÃO/FISCALIZAÇÃO

Lula defende partilha de cargos

Autor(es): Chico de Gois e Luiza Damé
O Globo - 29/09/2009

BRASÍLIA. Durante discurso na posse do novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a partilha de cargos entre os partidos da base aliada como forma de compensação pelo apoio que o governo recebe para aprovar projetos no Congresso. Lula afirmou que não se pode ter vergonha das indicações e que os críticos dessa política só a atacam porque gostariam de manter seus apadrinhados.

Lula disse que os parlamentares precisam do governo, assim como o governo necessita dos deputados e senadores. Para tanto, é preciso haver base aliada e compromisso partidário.

— De vez em quando, vejo as pessoas com vergonha: “Ah, mas não pode ter relação assim, porque é muito partido, estão dizendo que está dando emprego para um partido, para outro partido”, como se já teve (sic) na História do Brasil algum partido que ganhou as eleições e empregasse todos os inimigos e deixasse os amigos de fora, deixasse os partidos aliados de fora — afirmou: — Muitas vezes a sabedoria das bobagens que falam: “Tem muito petista, tem muito peemedebista, tem muito PSB”. Sabe por quê? É para a gente não mexer nos deles que estavam lá. É uma garantia. E muitas vezes a gente fica inibido e deixa de fazer a política com a grandeza que ela tem de ser feita.

E acho que vocês fizeram o que tinham de fazer.

Lula defendeu o Congresso e disse que o Palácio do Planalto precisa dos votos dos parlamentares, sempre tachados de “chatos” por pedirem coisas.

— A gente precisa aprender a respeitar o Congresso porque, com todos os defeitos que ele tenha, é a cara da sociedade brasileira no dia das eleições.

Aproveitando a aprovação de Múcio para o Tribunal de Contas da União (TCU), Lula voltou a criticar a Corte e anunciou, sem detalhes, que reunirá ministros, líderes partidários e empresários para rediscutir o seu papel.

— É preciso tentar fazer alguns arremedos para as coisas serem melhor discutidas lá dentro — criticou.

A posse de Padilha, ex-cara pintada, de 38 anos, foi das mais concorridas: atraiu 14 governadores, ministros, prefeitos e líderes políticos, sobretudo petistas, felizes com a volta de um partidário ao ministério. Padilha era subsecretário de Assuntos Federativos da pasta quando José Múcio era o ministro. Militante petista desde os 18 anos, foi da UNE durante o impeachment do ex-presidente Fernando Collor.

— Vou trabalhar para fazer com que essa base participe cada vez mais das decisões do governo, se sinta contemplada e receba os créditos — disse.

Muitas vezes falam: ‘Tem muito petista, peemedebista’. Sabe por quê? É para a gente não mexer nos deles que estavam lá

Google
online
Google