sábado, setembro 19, 2009

COLUNA DO SPC, NO ITA NEWS

Cutucando


Pastores abusados


Um guarda rodoviário vizinho da Assembléia de Deus, no CDHU/Itapeva, após reclamar em vão para que o pastor baixasse o volume do som e não avançasse o horário dos cultos que passavam da meia-noite, ele foi ao Ministério Público onde teve acatada sua reclamação. E a meritíssima juíza da Comarca, doutora Priscila Busso sensibilizada com esse problema que se agrava cada vez mais, mandou fechar da igreja por dez dias. Segundo informações, a igreja voltou a funcionar, mas baixou o volume e restringiu o horário noturno, certamente, tranqüilizando o cidadão que teve coragem de denunciar esse abuso comum a maioria das igrejas. Se o exemplo desse cidadão “pegar” padres e pastores vão ter que se adequar às leis do silêncio municipais que a cada dia têm maior abrangência em vista do abuso desumano de quem se diz porta-voz de Deus na terra.


Parabéns à meritíssima juíza. E ao cidadão que não se calou face ao desrespeito.

O abuso desmesurado de pastores evangélicos em fazer seus sermões aos berros e incentivar os fieis a cantar em altos volumes nos cultos, tem levado muita gente também na Capital paulista a fazer BO na Polícia ou a ir diretamente ao Ministério Público. O abuso do som alto nas igrejas está se tornando intolerável e, ultimamente, a reclamação de pessoas com problemas de saúde, submetidas a esse abuso “em nome de Jesus”, tem aumentado exponencialmente. Não só pastores evangélicos, padres também abusam dos berros, talvez preocupados em manter, ou aumentar, o número de fieis por exigência de bispos e “bispos”, que, por sua vez, são cobrados pelos chefões das igrejas.


Vendedores de ilusão


Em momento algum da história a expansão das religiões foi tão favorável como hoje, provocando grande demanda de devotos a propiciar a criação, “a peso de ouro”, de uma vasta rede de canais televisivos e radiofônicos, jornais e revistas, como não se imaginava possível até poucos anos atrás. Religião virou negócio de espertalhões.


A religião antes era ensinada como o caminho para o Céu dos anjos, hoje virou caminho para o Inferno dos negócios. Quanto mais aumenta a concorrência entre as igrejas, maior o barulho, pois nenhuma quer perder clientela, e dízimos. Nessa disputa por mais fieis, as igrejas estão usando o marketing religioso em que se vende de tudo: livros, CDs, DVDs, terços, água santa etc., cantores de religião se multiplicam como cogumelos no estrume, não se canta mais o amor à pessoa amada, canta-se o Céu.


Hoje, Jesus virou produto de consumo que resolve todos os problemas do homem a custo baixo, ou seja, o dízimo e a aquisição de bugigangas “sacras”. Tem pastor milagroso que “em nome de Jesus” cura dor de coluna, unha encravada, câncer, arruma emprego, ajuda a ganhar dinheiro, tudo sem respeitar o sagrado nome do Mestre. Mas se ele mesmo tiver uma dor de barriga corre consultar o médico. É muito cinismo e sacanagem. Outra. Acabaram-se aquelas bobagens antigas de exaltar a humildade, a tolerância, a pobreza, o amor ao próximo, como Cristo ensinava, nada disso, o negócio agora é prometer riquezas. Tem até Teologia da Prosperidade! Bando de maus ateus.


Por trás de toda essa empulhação, tem gente “grossa” se aproveitando da ingenuidade e ignorância de um povo secularmente espoliado e enganado, sem acesso à educação e à cultura, tem senadores e deputados das bancadas evangélicas e outras, que legislam de forma a manter acesa a chama de prosperidade de Sodoma e Gomorra.


No tempo da camisa-de-vênus...


Outrora as igrejas eram locais de reflexão e oração, onde havia respeito por quem estivesse do lado de fora, não havia caixa acústica nem pastores e padres a gritar. Hoje esquecem que Jesus falava à multidão ao ar livre, mansamente, sem microfone. E todos ouviam. Mesmo Deus Todo Poderoso quando falou com Abraão e Moisés não usou microfone nem nada, foi ali no gogó. E bem que Ele podia usar, não podia? É isso.

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