COLUNA DO SPC, NO ITA NEWS

Cutucando

À luta, ainda que inglória

Por muito tempo (quase 50 anos) este escriba endurecido pelas esfregas da vida foi praticamente a única voz (ou escriba) neste torrão de Furquim Pedroso a apontar mazelas de prefeitos, secretários e vereadores. Houve, claro, jornalistas que, vez por outra, quando os abusos com a coisa pública exorbitavam os limites, sempre muito amplos na época, criticavam a Administração Municipal, mas via de regra eram críticas amenas, cavalheirescas, sem citar nomes, quase se pedia desculpas pela crítica.

Este escriba lapidado pelas adversidades, provavelmente, foi um dos primeiros a ser processado por calúnia, injúria e difamação, cuja estreia no Fórum se deu na gestão Guilherme Brugnaro pela indignação do então secretário de Obras, Beto Proença, que não gostou nadica de meu artigo “Engenheiro ou feitor?” em que ele se sentiu ofendido na comparação que fiz com o funcionário dele que de fato entendia e realizava as obras.

Logo depois chegou a vez de o galã-presidente da Câmara, Francisco Monteiro, me homenagear com outro processo pelo mesmo motivo, calúnia... daí, em diante não tive mais sossego, era processo e mais processo, sem surtir o efeito que meus desafetos desejavam: calar esta boca maldita. Foram mais de uma dezena de processos (a maioria da época Brugnaro), outros da era Wilmar Mattos e Terezinha de Jesus que me brindou com três processos. Sorte que meu advogado, o saudoso Mouracy do Prado Moura, me defendia sem cobrar nada, nem uma cervejinha gelada. Resquiescat in pace, amigo.

Mas perdoei todos eles, meu coração não tem lugar para mágoas e rancor.

Na gestão Luiz Cavani, por enquanto, ninguém me mandou para o Fórum, não sei se é porque “peguei o jeito da coisa” com o uso dos adjetivos, ou porque doutor Luiz e seus sequazes não vêem neste escriba uma ameaça à sua cidadela. Ou então por respeito a quem nunca esmoreceu, ainda que, às vezes, seja incompreendido por alguns.

Sangue novo

Atualmente, está uma beleza, Itapeva tem dois jornais independentes, Itanews e Gazeta Notícias, onde milita uma moçada talentosa (torcer para que não sucumbam à tentação, pois a carne é fraca) que vem se saindo bem no desempenho do magno mister de informar e de criticar a Administração, colocando prefeito, secretários e vereadores na berlinda se abusam do cargo para meter a mãozinha no cofre. Também não esquecem de exaltar com encômios àqueles que cumprem seu dever de ofício.

Isso sinaliza que se aproxima o dia de este escriba enfarado passar a bandeira de luta para essa nova geração de jovens sonhadores, que surge alvissareira. Não há intenção imediata, mas esse dia se aproxima célere para gáudio de muita gente.

Promessas

Se as promessas do prefeito Cavani tivessem conotação religiosa, ele estaria com sérios problemas com o pessoal lá de cima, pois não cumpre nenhuma. Ainda bem (pra ele) que são promessas pagãs, eleitorais, ou pra fazer bonito nas reuniões em que se junta um séquito de bajuladores, que aplaude todo som que sai de sua boca, até espirro.

De suas promessas, alardeadas por alguns secretários (admitidos nos emprego sem ter competência) as principais são: Pilão D´água que é a vedete das promessas, todo prefeito recém-empossado garante que vai fazer da ex-estância um local aprazível como antes (mas continuam morrendo crianças afogadas lá); reforma do casarão da cultura (que até já recebeu verba para isso, mas devolvida por incompetência); estação ferroviária da Vila Isabel, outra que, volta e meia, o prefeito e os secretários Davi e Xixo festejam o início da reforma (mas que continua sendo albergue de desocupados); Estádio Municipal do Jardim Maringá, esse é campeão de verbas que somem como o esporte, cuja secretaria está órfã de um bom dirigente faz tempo; construção do Teatro Municipal, esta é a piada favorita do prefeito Cavani (ele mesmo não consegue conter o riso quando toca no assunto). O elenco de promessas é maior, mas o espaço é pouco. Entretanto, não adianta lembrar o prefeito dessas promessas, ele vai alegar a diminuição dos repasses do FPM, como antes Wilmar alegava o gasto com precatórios. A reeleição já está no papo mesmo, quem não estiver contente na cidade que se mude ou vá se queixar pro bispo. O prefeito não está nem aí para críticas, CEI ou Ministério Público...

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